Quem passa pela região central, desde o início desta semana, acompanha os trabalhos realizados na fachada do prédio comercial que abrigou, no passado, a antiga rodoviária de Mogi das Cruzes, na Praça Firmina Santana.

De propriedade da família Calandra, o imóvel está em processo de tombamento desde 2008, no Conselho Muncipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural, Artísticos e Paisagístico de Mogi das Cruzes, o Comphap. Após uma impugnação, obtida pela família, o procedimento foi pausado, mas segundo o atual presidente do órgão, o arquiteto Selmo Roberto Santos, agora, o assunto está sendo novamente discutido.

Esse e outros prédios de interesse para o tombamento deverão ser alvo de atuação da recém-criada Diretoria de Fomento, na Secretaria Municipal de Cultura, que poderá dar fôlego aos estudos e providências necessárias para a adoção das medidas necessárias para esse fim.

Anteriormente, sem esse braço técnico, na Prefeitura, o Comphap, composto por membros voluntários, não tinha condições técnicas para avançar com esses processos, segundo as diretorias recentes. A criação desse departamento atendeu a uma reivindicação dos conselheiros.

Nesta quinta-feira (19), esse e outros processos pendentes serão alvo de discussões na reunião do Comphap, segundo o presidente Selmo.

O Diário buscou um contato, mas não obteve retorno da proprietária, Maria Aparecida Melo Calandra.para comentar sobre os serviços e os planos para o edifício.

Após conseguir suspender o processo de tombamento, em 2012, por meio do decreto municipal 13.026, as intervenções no espaço ficaram condicionadas à aprovação do Comphap. Em 2016, foram realizados alguns serviços na maquize do endereço.

O desejo do Comphap é caminhar para o tombamento, que atenderia aos interesses de preservação de um registro histórico arquitetônico e cultural, que ainda preserva as suas características.

Prêmio José Mario Calanda

Em 2016, o  Prêmio José Mario Calandra, realizado pela Escola da Cidade, em parceria com o jornal O Diário lançou holofote sobre esse prédio, e selecionou as três melhores ideias para recuperação da antiga Estação Rodoviária da cidade. Duas delas foram desenvolvidas por alunos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP.

Os estudantes e organizadores apresentaram o resultado ao então prefeito Marco Bertaiolli, e ao prefeito eleito, naquele ano, Marcus Melo. Do encontro, surgiram promessas de se buscar meios de, de alguma forma, promover as melhorias sugeridas.

Algo, no entanto, que não passou do campo das promessas. A iniciativa, apesar disso, deu visibilidade à antiga rodoviária mogiana.

O empresário José Mario Calandra, falecido em 1994, foi o mogiano que idealizou e construiu o conjunto da praça, que por 40 anos serviu de estação rodoviária.

Após isso, o local recebeu outros usos até o momento, quando é ocupada por estabelecimentos comerciais, por onde circulam milhares de pessoas diariamente.