Entrar
Perfil
MEIO AMBIENTE

Pesquisador defende o ozônio como alternativa para despoluir o rio Tietê

O fisico Wilfredo Irrazabal Urruchi explica que o gás é benéfico ao meio ambiente e, ao contrário do cloro, não gera contaminantes e ainda estimula a vida aquática

O Diário
05/06/2023 às 11:04.
Atualizado em 05/06/2023 às 14:11

A despoluição do rio Tietê é destaque hoje quando se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente (Divulgação - Rodrigo Campos)

Olá, quer continuar navegando no site de forma ilimitada?

E ainda ter acesso ao jornal digital flip e contar com outros benefícios, como o Clube Diário?

Já é assinante O Diário Exclusivo?
MEIO AMBIENTE

Pesquisador defende o ozônio como alternativa para despoluir o rio Tietê

O fisico Wilfredo Irrazabal Urruchi explica que o gás é benéfico ao meio ambiente e, ao contrário do cloro, não gera contaminantes e ainda estimula a vida aquática

O Diário
05/06/2023 às 11:04.
Atualizado em 05/06/2023 às 14:11

A despoluição do rio Tietê é destaque hoje quando se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente (Divulgação - Rodrigo Campos)

O gás ozônio tem sido muito utilizado no tratamento de água de piscina, mas, há quem defenda que o gás pode ajudar a despoluir o Rio Tietê. Nesse Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado nesta segunda-feira, dia 5, a questão vem novamente à tona. Afinal, várias situações são noticiadas e acompanhadas diaramente pela população de Mogi das Cruzes sobre o acúmulo de lixo e à qualidade das águas do rio. Ações têm sido feitas pelos governos, como as mitigações oriundas dos desassoreamento, mas o rio segue mais morto do que vivo.

Para o físico professo e doutor Wilfredo Irrazabal Urruchi, muitas ações estão sendo feitas para preservar o meio ambiente e despoluir os rios, mas ainda há muito o que ser feito. O pesquisador, que é um dos precursores no Brasil no estudo do ozônio, garante que o gás pode atuar de forma eficaz na despoluição de rios, desinfectando e degradando os compostos orgânicos, além de resgatar a vida aquática. 

O professor e físico Wilfredo Irrazabal Urruchi defende que o uso do ozônio seria uma das alternativas para reduzir a poluição do rio Tietê (Arquivo Pessoal)

“O ozônio atua na desinfecção e na degradação dos compostos orgânicos que chegam ao rio, sejam aqueles vindos de efluentes domésticos, industriais ou agrícolas. E a grande vantagem do ozônio é que ele não deixa nenhum efeito residual na água, a não ser o oxigênio. Isso é importante porque é esse mesmo oxigênio que garantirá a vida dos peixes, dos outros animais e dos seres humanos que utilizam essa água. Mais oxigênio no rio significa mais vida dentro do rio”, explica o professor. 

Segundo ele, o ozônio é produzido por um gerador, aplicado na água e, quase que imediatamente, faz a desinfecção, degrada os compostos e depois se transforma em oxigênio: “Por isso, é um oxidante limpo e que traz mais benefícios para a água e para o meio ambiente do que qualquer outro”, acrescenta Urruchi. 

O professor explica que o cloro e outros compostos químicos, usados atualmente no tratamento de água e efluentes, geram subprodutos tóxicos, que agridem mais o rio. 

Mudanças 

Para investir no tratamento de água e efluentes com o ozônio, seria necessário complementar os sistemas existentes atualmente no Brasil. Urruchi aponta que o ideal seria montar pequenas estações de tratamento, ao invés de uma grande estação. Além disso, não seria necessário comprar compostos químicos periodicamente para fazer o tratamento. 

“Existem muitos estudos aqui no Brasil sobre o uso do ozônio no saneamento básico, mas não se consegue colocar nada em prática. Acabamos ficando com aquele sistema de 50 anos atrás. Por isso, não há por aqui uma estação de tratamento de efluentes, que entregue a água com 100% de capacidade ‘de vida’ no final”, desabafa o pesquisador.  

Um dos principais entraves à implantação do ozônio no saneamento básico dos municípios é o custo ou as mudanças que seriam necessárias em todo o sistema de tratamento. “Temos que investir aquilo que é necessário. Se queremos regenerar a Terra, vamos ter que fazer esse processo. Certamente, o ozônio ajudaria muito e evitaria o uso de tantos compostos químicos, como é feito hoje em dia, o que prejudica o meio ambiente e a nossa saúde”, diz o professor.

Segundo ele, o tratamento com ozônio é praticado em larga escala nos países desenvolvidos. No Brasil, no entanto, e especificamente na Bacia Hidrográfica do Alto Tietê (CBH/AT), o método poderia ser utilizado em conjunto com os tratamentos convencionais: “Essa medida poderia melhorar a qualidade das águas, contribuir com a preservação do meio ambiente e com a saúde pública de toda a sociedade”, garante. 

Conteúdo de marcaVantagens de ser um assinanteVeicule sua marca conosco
O Diário de Mogi© Copyright 2023É proibida a reprodução do conteúdo em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por