Empresa divulga segunda nota após denúncia de racismo feita pela professora aposentada Maristela Fernandes e diz que repudia "qualquer tipo de discriminação"
Maristela Fernandes usou as redes sociais para contar o tratamento recebido em loja de Mogi das Cruzes (Reprodução/Facebook)
Em uma segunda nota emitida após a repercussão de uma denúncia de racismo feita pela professora aposentada Maristela Fernandes sobre um procedimento de segurança adotado pela loja enquanto ela escolhia roupas na unidade da região central de Mogi das Cruzes, a Pernambucanas afirmou que procura a consumidora com o "intuito de encontrá-la pessoalmente para entender a situação em profundidade e se colocar à disposição para o que for necessário". Informa, ainda, que "os procedimentos adotados no interior das lojas não são orientados jamais, e sob qualquer hipótese, em razão das características pessoais dos clientes".
O Diário publicou reportagem nesta sexta-feira (17) sobre a denúncia feita pela professora, que será alvo de duas moções de repúdio durante eventos que acontecerão na cidade em celebração ao Dia da Consciência Negra, comemorado nesta segunda-feira (20). O primeiro evento será na Praça Zumbi dos Palmares, em Braz Cubas, às 10 h, no feriado comemorado pela primeira vez em todo o Estado de São Paulo. O segundo, na Câmara Municipal, no dia 24, às 9h.
Na segunda nota, encaminhada neste sábado (18), a empresa trouxe novas informações, como a procura pela professora para esclarecer os fatos, e repetiu que "segue buscando apurar com rigor o caso e, se for evidenciado qualquer aspecto inconforme, tomará medidas rígidas em relação aos envolvidos", sem, no entanto, acrescentar informações sobre o que as primeiras apurações já revelaram.
O caso ocorreu no dia 28 de outubro, quando Maristela estava escolhendo roupas no andar térreo da loja e ouviu, no sistema de som da loja, a mensagem de alerta para os "setores 1 e 2 - segurança e câmera".
Logo após isso, um segurança se postou atrás da professora que perguntou se aquele setor em que ela estava era um 1 ou o 2, ao que o funcionário desconversou, dizendo que não, que estas áreas ficavam no primeiro andar.
A cliente comentou com o segurança, que achava estranho, ele ter se posicionado apenas atrás dela. Havia outras clientes, de pele branca, no mesmo setor.
Pouco depois, ao questionar uma outra funcionária, ela foi informada que aqueles locais (de roupas) eram identificados como setores 1 e 2.
Maristela conversou, então, com o gerente, que lamentou o fato de a consumidora da loja ter se sentido ofendida, mas que aquele procedimento era adotado para coibir furtos. Ela sugeriu, então, uma mudança no procedimento.
Em seguida, publicou o episódio em suas redes - o que movimentou grupos e lideranças do Movimento Negro da cidade, e registrou o boletim de ocorrência.
No posicionamento ampliado, a Pernambucanas disse que "com 115 anos de história, a marca repudia qualquer tipo de discriminação, seja por raça, gênero, orientação sexual ou religião", e se solidarizou com a professora mogiana
Veja abaixo as duas notas:
"Com 115 anos de história, a marca repudia qualquer tipo de discriminação, seja por raça, gênero, orientação sexual ou religião
A Pernambucanas se solidariza com a Sra. Maristela Fernandes e reforça que a companhia possui a diversidade e o respeito como seus valores institucionais. Com base nisso, está tentando contato com a cliente nos canais que possui no intuito de encontrá-la pessoalmente para entender a situação em profundidade e se colocar à disposição para o que for necessário.
A Pernambucanas é uma empresa originalmente brasileira, presente em quase todos os Estados da Federação e assim inserida na cultura e pluralidade que marca a identidade do País, não se orientando por qualquer ato que tenha por objetivo a segregação ou o preconceito.
Por isso, reforça que os procedimentos adotados no interior das lojas não são orientados jamais, e sob qualquer hipótese, em razão das características pessoais dos clientes.
A companhia ressalta que segue buscando apurar com rigor o caso e, se for evidenciado qualquer aspecto inconforme, tomará medidas rígidas em relação aos envolvidos".
A primeira nota:
"A Pernambucanas repudia qualquer tipo de discriminação, seja por raça, gênero, orientação sexual ou religião.
Com 115 anos de história, a companhia possui a diversidade e o respeito como seus valores institucionais e reforça seu compromisso com a ética e integridade dos seus clientes e colaboradores.
A empresa esclarece que está apurando os fatos internamente e que tomará as medidas necessárias após as investigações".
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