Padre Lauro é operado e passa bem. Mãe é sepultada em Salesópolis

O padre Lauro Donizeti Conceição, 49 anos, permanece internado no Hospital Luzia de Pinho Melo, onde, na tarde do último sábado (15), foi submetido a uma cirurgia ortopédica visando corrigir os problemas de politraumatismo nas pernas, ocorridos durante o acidente, em que se envolveu, no início da noite de sexta-feira (14), na ligação rodoviária Mogi das Cruzes-Salesópolis, entre Mogi e Biritiba Mirim.

Neste domingo (16), por volta de 9h30, dona Margarida de Souza Conceição, 69 anos, mãe do religioso, foi sepultada no Cemitério Municipal de Salesópolis, cidade onde a família reside. Ela acompanhava o padre Lauro e não suportou a gravidade dos ferimentos provocados pela colisão do veículo em que estavam com outro carro e faleceu a caminho do Hospital Luzia de Pinho Melo, para onde foi conduzida pelos bombeiros e equipe do Samu, que atenderam à ocorrência.

No acidente, também ficou ferida Benedita Eliete Conceição, irmã do padre, que obteve alta médica e deixou o Luzia na manhã de sábado para ajudar a família nos funerais de dona Margarida.

A colisão ocorreu na altura do Km 13 da Mogi-Salesópolis, no bairro do Cocuera, em Mogi. 

Segundo informações, um veículo da marca Audi se perdeu em uma curva existente no local e colidiu inicialmente com a lateral de um veículo Honda, antes de bater frontalmente com o Fiat Palio que era conduzido pelo padre. No acidente, mais uma vítima não identificada foi levada para a Santa Casa de Mogi.

O impacto da colisão foi tão forte que o religioso ficou preso às ferragens, tendo sido retirado pelos integrantes do Corpo de Bombeiros que atenderam à ocorrência.

Ele foi medicado e passou a noite no Hospital Luzia, onde, no sábado, foi conduzido ao Centro Cirúrgico, tendo sido submetido a uma cirurgia ortopédica para reparação das fraturas nas pernas. 

Segundo o padre João Paulo da Silva, presente ao Hospital Luzia, “a cirurgia correu tudo bem e o padre Lauro foi para a recuperação pós-cirurgica, de onde logo irá para o quarto”. O religioso, no entanto, não teve acesso à equipe médica que realizou a cirurgia e, portanto, não soube especificar detalhes do trabalho do cirurgião.

Na noite de sábado, entretanto, padre João Paulo visitou o padre Lauro e deu o seguinte depoimento ao monsenhor Antonio Robson Gonçalves, da Diocese de Mogi:

“Visitei agora à noite o padre Lauro; ele está bem sereno, lidando com muita fé nesse momento. Está dando um grande testemunho. Levei a eucaristia para ele, ficou bem feliz”, disse ele.

Ainda que para este domingo à tarde esteja prevista a liberação do celular para o paciente, ainda não existe previsão para a  alta médica do padre Lauro Donizeti Conceição.

Na Itália

Ordenado padre em 28 de junho de 2014, em Mogi das Cruzes, pelo bispo diocesano dom Pedro Luiz Stringhini, o religioso  atuou como vigário da Catedral, pároco da igreja de Biritiba Ussu, além de diretor espiritual do Seminário Diocesano Sagrado Coração de Jesus, em Mogi. Foi também vigário paroquial na Igreja de Santa Rita de Cássia, na Vila Gaivota, em Suzano.

Após todo esse trabalho, há dois anos ele foi autorizado pela cúpula da Igreja Católica de Mogi a cursar o mestrado em Teologia Espiritual em Roma, na Itália. 

Padre Lauro passou a morar em Pereto, um pequeno povoado vinculado à Diocese de Avezzano, localizada, segundo informações, a menos de 50 km de Roma.

Avezzano é uma comuna italiana da região dos Abruzos, província de Áquila, com cerca de 43 mil habitantes e uma área territorial  de 104 km² (o Brasil tem 8,5 milhões de km²).

Na comuna de Avezzano, está a sede da diocese, onde o padre brasileiro passou a prestar serviços, faz fronteira com Capistrello, Celano, Luco dei Marsi, Massa d’Albe, Marsicana e Trasacco, também pequenas comunidades localizadas naquele ponto do território italiano.

Por conta das férias escolares de meio de ano, na universidade de Roma, na Itália, ele  veio ao Brasil apenas para visitar seus familiares, moradores de Salesópolis, e colegas da Diocese de Mogi.

Na última sexta-feira, padre Lauro, a mãe Margarida e a irmã Eliete vinham para Mogi pra um compromisso familiar, quando aconteceu o trágico acidente, na perigosa Mogi-Salesópolis.