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ATENDIMENTO

Pacientes se revoltam com comportamento de segurança em UPA de Mogi

Segundo relatos, o funcionário teria destratado e tentando intimidar pacientes que esperavam por atendimento na unidade do Oropó

Silvia Chimello
03/03/2023 às 17:03.
Atualizado em 03/03/2023 às 17:03

Prefeitura iniciou apuração para identificar eventuais irregularidades por parte dos colaboradores da UPA do Oropó (Divulgação/PMMC)

O Diário registra mais uma reclamação do comportamento de funcionários que atuam em Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade. Desta vez, a discussão aconteceu no Jardim Oropó, no final do mês passado, provocada por um segurança do período da tarde, que teria destratado e tentando intimidar os pacientes que esperavam por atendimento no local. A Prefeitura informa já ter iniciado uma apuração interna para identificar eventuais irregularidades por parte dos colaboradores

O relato é feito pela moradora do Conjunto São Sebastião, Rinalda das Graças Serafim Repullo, que esteve na unidade no dia 21, à tarde, um dia de muito movimento, para levar a filha, que estava passando mal, com gripe muito forte. Disse que estava aguardando para ser atendida e tinha um senhor perto que “estava escarrando bolas de catarro”, quase desmaiando na cadeira de rodas ao lado de sua esposa.

Ela me falou que achava que ele não iria aguentar, que ia desmaiar e que poderia morrer ali mesmo. Eu disse para ela ir até a recepção e pedir para alguém ajudar o seu esposo para ser atendimento rapidamente antes que acontecesse o pior. Foi aí que o segurança da porta levantou da sua cadeira e veio até nós gritando, dizendo que ninguém ia a lugar nenhum e que deveria aguentar o tempo de chamada para o atendimento. Então relatei que o senhor estava quase desmaiando, não estava bem, necessitava de um apoio rápido e ele me mandou ficar quieta e calar a boca”.

A discussão entre os dois começou a ficar mais acirrada, segundo Rinalda, que teria dito que o segurança deveria “ser mais educado e fazer o serviço dele”. “Ele saiu andando com os braços para cima batendo palmas. Eu disse que era palmas para mim, sim, porque mesmo não sendo funcionária, estava prestando serviço para pacientes que estão aguardando de três a quatro horas a mais para serem atendidos, com três médicos no local”.

Em seguida, ela alega que o segurança teria se dirigido até a recepção para pedir informações sobre os dados da paciente que ela estava acompanhando - a filha - e começou a mexer no celular, “olhando diretamente para mim, tentando me coagir e inibir”.  Depois de um tempo, Rinalda disse que a recepcionista foi até o segurança para fornecer as informações, o que a deixou mais irritada ainda. “Me dirigi até ele e falei que se ele queria meus dados pessoais que me pedisse e que eu também gostaria de saber qual era o nome dele para entrar em contato com a direção do posto de saúde que não se encontrava no local”, comenta, observando que o funcionário não usava crachá e nenhum tipo de identificação sobre seu posto

A esposa do senhor que aguardava atendimento, como contou Rinalda, disse que iria chamar a polícia e a imprensa, quando a recepcionista teria gritado que podia chamar e que isso não resolveria nada. “Fiquei indignada com a falta de profissionalismo dos funcionários envolvidos no relato. Isso não pode acontecer. É preciso dar atenção, ter educação e respeito com quem fica horas e horas sem se alimentar esperando para ser atendido e exposto à tanta humilhação".

Providências

A Prefeitura de Mogi das Cruzes, em nota encaminhada a este jornal, alega que “repudia” qualquer tipo de conduta desrespeitosa ou violenta por parte de seus colaboradores, terceirizados ou não. Informa ainda que a Secretaria Municipal de Saúde solicitou informações detalhadas sobre o ocorrido ao Instituto Nacional de Tecnologia e Saúde (INTS), organização social responsável pelo gerenciamento da unidade, e ressaltou que todos os colaboradores são orientados a tratar os pacientes e familiares com atenção e respeito, inclusive os terceirizados, como é o caso dos responsáveis pelo controle de acesso.

“Em relação ao caso relatado, já foi iniciada uma apuração interna, inclusive verificando as câmeras de segurança para identificar eventuais irregularidades por parte dos colaboradores”, trouxe a nota.

Sobre o tempo de espera, a gerência da unidade informa que, em razão de uma alta na demanda, em grande parte por sintomas gripais, os atendimentos estão com um tempo maior para atendimento. Cabe ressaltar, no entanto, que todos os casos graves são avaliados e recebem atendimento prioritário de acordo com a classificação de risco.

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