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ATOS ANTIDEMOCRÁTICOS

Ônibus com 40 pessoas de Mogi e região foi detido após protestos em Brasília

Informação foi dada por Silvio Marques, um dos ativistas que foi ao protesto e já retornou a Mogi das Cruzes

Eliane José
10/01/2023 às 11:29.
Atualizado em 10/01/2023 às 14:21

Em Brasília, a Polícia deteve participantes de manifestação que ocorreu no domingo (9) (Imagem: EVARISTO SA / AFP)

Após a participação de mogianos nos atos antidemocráticos em Brasília, um ônibus com 40 pessoas de cidades da região do Alto Tietê foi detido, segundo informação do ativista Silvio Marques, que já retornou a Mogi das Cruzes. Ele é um dos integrantes do movimento "conservador e patriota", que busca se desvincular do bolsonarismo e do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Entre as pessoas detidas estão moradores de Mogi das Cruzes, Biritiba Mirim, Salesópolis, Guararema, Arujá e Suzano, que deixaram a região no sábado, a caminho da manifestação em Brasília. 

Silvio Marques contou que advogados ligados ao movimento contrário aos resultados das eleições e do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva atuam para a liberação dos ativistas detidos.

O grupo é formado, em sua maioria, por pessoas acima dos 60 anos, mas há jovens, com idades entre 18 e 20 anos. 

O ativista disse que tentou, por meio da conversa, fazer com que os mogianos deixassem o acampamento em frente ao quartel do Distrito Federal, até por volta das 21 horas do domingo. No entanto, segundo acentua, "não fui ouvido".

De Mogi das Cruzes, segundo ele, partiram o ônibus e três carros, com 12 pessoas. As pessoas que estavam de carro retornaram para a região do Alto Tietê.

Entre as pessoas detidas, segundo Marques, está uma professora mogiana identificada em redes sociais que reúnem imagens de participantes das manifestações que atacaram e danificaram o patrimônio público, no domingo (9).

Foto de Silvio Marques (Foto: reprodução / O Diário)

Marques afirma que os atos de vandalismo e destruição foram praticados por pessoas infiltradas no movimento. "O nosso movimento sempre foi pacífico, ordeiro, de gente de bem, tanto que em todas as vezes, nós fazíamos a limpeza do local dos movimentos", disse.

Segundo ele, assim que soube do decreto de intervenção federal no Distrito Federal, tentou demover os mogianos da ideia de permanecerem acampanhados em Brasília. "Houve uma grande discussão e eles não me ouviram".

No final de semana, em uma transmissão ao vivo (que foi deletada das redes sociais do ativista), Silvio mostrava o momento em que chegava próximo ao Congresso, onde os atos de vandalismo tiveram início. No vídeo, ele dizia ter saído de Mogi com outras 11 pessoas, que tinham ido de carro. Além disso, afirmou que um ônibus com 40 pessoas também tinha partido da cidade em direção à Brasília.

Na manhã desta terça-feira (10), a reportagem ouviu o advogado Delmiro Goveia, que representa Marques em outras processos na esfera judicial doméstica.

Delmiro, que iniciou a vida política nos quadros do PT, "dentro da esquerda" e hoje milita pelo centro-esquerda, comentou que há uma diferença entre as pessoas que estão detidas, e foram levadas para um ginásio, em Brasília, e as que estão efetivamente presas, após a confirmação de indícios de crime na participação dos ataques à Câmara Federal, Palácio do Governo e do Supremo Tribunal Federal.

Sobre os ataques à democracia, Delmiro afirmou que "não importa o partido, a coloração", ele apoia "o que está certo" e não apoia o que está errado. "A manifestação pacífica está liberada, agora, o que foge do controle, e,  nesse caso, acho que inclusive, com a conivênca do governo do Distrito Federal, pelo que vi na cobertura, relatos e imagens, é um ato equivocado. Como advogado, eu defenderei os direitos de qualquer cliente, inclusive de um assassino, mas isso não quer dizer que eu compactuo com o que ele faz".

Futuro

Silvio Marques afirma que o movimento conservador e patriota não deverá recuar, mesmo após a gravidade dos ataques, que terminaram com a detenção de mais de mil pessoas, em Brasília. "A luta contra esse presidente vai continuar na esfera política, judicial e popular", acredita, afirmando, no entanto, que as ações, como a manutenção dos acampanhamentos estão suspensas, até novas articulações.

Ele também acredita na liberação dos manifestantes mogianos nas próximas horas e repudia as condições do alojamento que recebe essas pessoas em Brasília: "Aquilo parece uma concentração nazista, as pessoas estão sem água e comida, e já houve mortes (Nota da redação - desde as primeiras horas da manhã desta terça-feira, a Polícia Federal desmente fake news sobre a morte de uma idosa que teria sido detido e circula em redes sociais).

Questionado se teve contado com os mogianos detidos, ele disse que está tentando fazer isso, mas ainda não teve sucesso. "São muitas pessoas para conseguir ligar a bateria do celular".

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