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Mogi no mapa dos atos violentos de Brasília

A professora Sheila Montouvanni (cujo sobrenome  também aparece como Montovanni) e o empresário Hedio Minoru Hiratuka, que nasceu em Atibaia, mas reside em Mogi das Cruzes, são as primeiras pessoas da cidade presos após as investigações dos atos antidemocráticos, golpistas e terroristas ocorridos em Brasília, no domingo (9). Os dois têm os nomes listas divulgadas […]

14 de janeiro de 2023

Reportagem de: O Diário

A professora Sheila Montouvanni (cujo sobrenome  também aparece como Montovanni) e o empresário Hedio Minoru Hiratuka, que nasceu em Atibaia, mas reside em Mogi das Cruzes, são as primeiras pessoas da cidade presos após as investigações dos atos antidemocráticos, golpistas e terroristas ocorridos em Brasília, no domingo (9).

Os dois têm os nomes listas divulgadas pela Secretaria de Assuntos Penitenciários do Distrito Federal como detidos e com os bens bloqueados.
Além de Sheila e Hedio, outros moradores de Mogi das Cruzes, Suzano, Biritiba Mirim, Guararema e Salesópolis, que estavam em um mesmo ônibus que partiu ao Alto Tietê com destino aos protestos, no Distrito Federal, foram detidos, segundo afirmou Silvio Marques, um dos integrantes do movimento conservador que não reconhece a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nas eleições de 2022.

Silvio Marques esteve em Brasília, na representação mogiano que somou outras 12 pessoas que foram de carro, e voltaram para a cidade no início da semana.

Já quem estava no ônibus, segundo ele, permaneceu acampado em frente ao quartel do Exército e terminou preso.

O Diário não conseguiu encontrar representantes desse grupo, para descobrir a situação destes moradores que, segundo Silvio Marques, eram de todas as idades. A maioria seria aposentados.

Sabe-se, no entanto, que manifestantes idosos com problemas de saúde grave, e mulheres com filhos foram ouvidos e liberados pela Polícia Federal.

Os atos antidemocráticos que terminaram em selvageria e a destruição de objetos, obras de arte, equipamentos e instalações do Palácio do Governo, Câmara dos Deputados e da sede do Supremo Tribunal Federal (STF) contou com a participação de caravanas de todo o país, inclusive, essa, da região do Alto Tietê.

Em outras oportunidades, os conservadores também estiveram em atos em Brasília em São Paulo. 

O Diário apurou que pelo menos dois outros homens, sendo que um deles, é bombeiro civil, também estão detidos.

 

Contra o Golpe

A primeira mogiana identificada foi a professora de uma escola estadual, Sheila Montouvanni (ou Montovanni), que tem 46 anos e mantinha, em suas redes sociais, publicações de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Ela constituiu o advogado e ex-candidato a prefeito de Mogi das Cruzes, Michael Della Torre, para representá-la no processo. Segundo ele disse, a O Diário, a expectativa era de que ela seja liberada na audiência de custódia, que ainda não havia ocorrido até quinta-feira. O advogado considerou precipitada a prisão preventiva e a não individualização dos casos. Ele lembra que a professora tem emprego, residência fixa e não representa risco.

Até a quinta-feira, Della Torre ainda não tinha tido acesso à denúncia contra a cliente dele. 

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Ela teve a prisão preventiva decretada e também está entre os nomes de manifestantes e empresas que tiveram os bens bloqueados para o pagamento dos estragos e prejuízos deixados pelo grupo que é acusado,  por crimes, como a destruição do patrimônio público e tentativa de golpe.
Desde as primeiras horas da segunda-feira, vídeos e imagens da professora mogiana foram reunidos por páginas como a do Contra o Golpe no Brasil. Após isso, ela apagou os perfis que mantinha nas redes sociais.

 

Empresário

Já Hedio Minoru Hiratuka ainda está com a página ativa na tarde da sexta-feira (13). Ali, foi possível saber que ele é de Atibaia, mora em Mogi das Cruzes, e estudou na Unesp. Ele revendia produtos de beleza da cidade.

 

Pela democracia
Uma das reações aos ataques às instituições federais foi a revitalização de um grupo de lideranças que já havia formalizado, a Frente Democrática de Mogi das Cruzes, durante o período em que os patriotas,  que tentam dissociar agora o movimento do bolsonarismo, permaneceram acampados em frente ao quartel do Tiro de Guerra, no Mogilar. 

Uma primeira reunião das representações progressistas foi chamada para a noite de sexta-feira, na Câmara Municipal, por lideranças como a vereadora Inês Paz, do PSOL. Em debate estava o tema “Conjuntura política após tentativa de golpe terrorista”.

 

Sem acampamento

Desde a determinação do STF para a atuação das forças de segurança pública em todo o País para impedir atos e acampamentos em quartéis, em Mogi das Cruzes, duas viaturas foram postadas em frente ao Tiro de Guerra.

No entanto, desde a primeira semana deste ano, quando foi desmontada a estrutura que funcionou durante semanas, interrompendo o trânsito e alimentando os manifestantes, patriotas não retornaram ao endereço.

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