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Jogador acusa árbitro de racismo em partida da Copa Mogi de Futebol Amador

O jogador de futebol do time Dragão Negro Esporte Clube, Rodrigo Weslley Duarte Campos, disse que foi vítima de racismo no jogo final da Copa Mogi Alabarce de Futebol Amador, neste domingo (4), no estádio Francisco Ribeiro Nogueira, conhecido como Nogueirão, pelo árbitro que estava apitando o jogo. O episódio ocorreu durante a partida entre […]

5 de setembro de 2022

Reportagem de: O Diário

O jogador de futebol do time Dragão Negro Esporte Clube, Rodrigo Weslley Duarte Campos, disse que foi vítima de racismo no jogo final da Copa Mogi Alabarce de Futebol Amador, neste domingo (4), no estádio Francisco Ribeiro Nogueira, conhecido como Nogueirão, pelo árbitro que estava apitando o jogo.

O episódio ocorreu durante a partida entre o Dragão Negro e o Enfrenta Futebol Clube, pela terceira colocação no campeonato, antes da final entre o Unidos do Jardim Layr e Império Futebol Clube, que foi o vencedor do torneio.

Na hora do jogo, houve uma confusão entre jogadores e Rodrigo foi tentar tirar os colegas da equipe do meio do tumulto, quando o árbitro do jogo se voltou para ele e disse “sai daqui neguinho”, na frente de três policiais militares e das autoridades da partida, que também buscavam apaziguar a situação no local.

O pai do jogador, presente no local, teria perguntado aos PMs se eles não iriam dar voz de prisão ao juiz, mas isso não aconteceu. Os policiais apenas retiraram o juiz do local. 

A vítima relata também que está com dificuldades para registrar o Boletim de Ocorrência, porque não conseguiu identificar o nome do juiz. Ele ressalta que a Prefeitura o orientou a buscar infpormações com os organizadores, que teriam se recusado a identificar o juiz. Por isso, o jogador afirmou que vai registrar B.O. na noite desta segunda-feira (05) para denuciar a própria Liga.

Rodrigo, que também é personal trainer, alega que ficou “arrasado”, especialmente porque estava com muita expectativa para esse jogo e nunca imaginou que o pai dele iria assistir a uma cena como essa. Ele afirma que foi a primeira vez que passou por uma situação como essa.

“Infelizmente fui vítima de racismo dentro do esporte que sou apaixonado. Além de tudo sou profissional da área da educação física, aonde zelo respeito e integridade entre alunos e assim como muitas outras pessoas pretas, me senti impotente diante de tudo o que vem acontecendo, porque sofrer um ato racista não é fácil com várias pessoas e autoridades que poderiam ter intervido na situação. Tudo o que quero é que a justiça seja feita para que as pessoas entendam que pessoas pretas como eu, somos iguais e temos os mesmos direitos”, declara o jogador.

O prefeito Caio Cunha (PODE) estava no estádio, mas esclarece que não presenciou o ocorrido, mas explicou que assim que soube, foi conversar com o jogador e com as pessoas do time dele que se sentiram atingidas para passar as orientações.

A assessoria dele informou, em nota, que “o prefeito Caio Cunha repudia este tipo de ação e sente que tenha acontecido em um dia que deveria ser de festa. Ele entende que esse tipo de situação, por configurar crime, deve ser resolvido na justiça”.

Ao ser questionada sobre informações a respeito do árbitro e quais medidas a serem adotadas pela Prefeitura diante desse fato, a orientação da gestão é para que a reportagem apure esse assunto junto aos organizadores do evento. O campeonato foi realizado pela Liga Municipal de Futebol de Mogi, Secretaria Municipal de Esportes,

Repercussão 

O cunhado da vítima, o jornalista Felipe Ruffino, contou que Caio teria dito que não quer mais a participação do juiz em outros eventos esportivos que envolvem a Prefeitura. Ele fez uma publicação em suas redes sócias para contar o que aconteceu e falar sobre esse problema de racismo, que acontece e precisa de punição. “Sai daqui neguinho. Foi isso que o meu cunhado escutou hoje de um juiz na final de um jogo de futebol que ele tanto esperava. Isso não é injúria! Isso é racismo!”, declarou.

No texto da postagem, ele lamentou o ocorrido: “Infelizmente mais uma pessoa vítima de racismo. Desta vez, na minha cidade, no meu âmbito familiar. E dentro da maior paixão dos brasileiros! No futebol. O mais popular esporte dos brasileiros, paixão nacional, que poderia ser o exemplo de toda a alegria no País se não fosse, por diversas vezes, palco de preconceito e racismo por parte de torcedores, jogadores, técnicos, equipes, mídias, árbitros, enfim, os ataques podem vir de qualquer lado”.

Apesar de esperar justiça para esse caso, ele conclui com as seguintes interrogações: “O desfecho? O já esperado né?”. O jornalista também publicou vídeo comentando o drama do racismo que ainda acontece com frequência no País.

As publicaçoes dele tiveram vários comentários de pessoas se solidarizando e criticando esse tipo de atitude.

  

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