Diário Logo

Notizia Logo

Influencers de Mogi crescem no país e conquistam milhões de seguidores; conheça

Com pouco mais de 30 anos desde a sua popularização, a internet dava margens para muitas dúvidas até pouco tempo atrás. Hoje, há um fato incontestável sobre a rede: ela se tornou a fonte de renda de muitas pessoas, abrindo um leque de novas profissões. Entre elas, está a de digital influencer. Vídeos e fotos […]

7 de agosto de 2022

Reportagem de: O Diário

Com pouco mais de 30 anos desde a sua popularização, a internet dava margens para muitas dúvidas até pouco tempo atrás. Hoje, há um fato incontestável sobre a rede: ela se tornou a fonte de renda de muitas pessoas, abrindo um leque de novas profissões. Entre elas, está a de digital influencer. Vídeos e fotos que atraem milhares ou milhões de seguidores e se consolidam com as publicidades, assim pode ser definido ofício. 

Mas, não basta ter um celular e gravar, o sucesso depende de diversos fatores, como analisa Felipe Martins, especialista em negócios digitais e e-commerce. Segundo ele, um dos principais pontos para que o sucesso seja alcançado é a identificação de público. Hoje, as opções de redes sociais são diversas: Instagram, Facebook, TikTok, Twitter são algumas delas. E até mesmo avaliar em quais delas se dedicar é um ponto importante para quem aposta nesse mercado que movimenta cifras extraordinárias em todo o mundo.

“A pessoa que vai começar a trabalhar com redes sociais precisa entender quem é o público dela. Se eu falo sobre um determinado tema, por exemplo, preciso saber o que as pessoas que estão ali querem ver, como elas consomem, para a qual faixa etária estou falando, enfim, todos os detalhes. Depois de identificar tudo isso, precisa ir pra cima disso”, afirma.

Felipe Martins explica ainda sobre a monetização das publicações. Não são, diretamente, os vídeos e as fotos que darão dinheiro ao influencer. Os conteúdos são uma maneira de atrair o público e conquistar seguidores. É desta forma que eles terão visibilidade e um número cada vez maior de empresas que querem vender seus produtos naquelas páginas, por meio das “publis”, que são as postagens que fazem propagandas das marcas.

E mais do que números de seguidores, é fundamental ter “engajamento” nas redes. O especialista explica que, inicialmente, as publicações atingem cerca de 1 a 2% dos seguidores que são escolhidos por um algoritmo. A partir do momento em que essa postagem passa a ser visualizada, curtida e compartilhada, a rede social passa a entender que ela é relevante e distribui para um número maior de pessoas. “Hoje, tudo é movimentado pela internet. É com ela que um pequeno empreendedor consegue fazer sua marca crescer, mas também é com ela que uma grande marca apresenta seus produtos. Então, não existe a hipótese desses trabalhos deixarem de existir. O que pode acontecer é uma mudança, seja com novas redes sociais, por exemplo. Mas tudo sempre será baseado na audiência”, finaliza Martins.

Israel Targino

O primeiro vídeo feito pelo mogiano Israel Targino, de 22 anos, não foi para as redes sociais. O que ele fez foi uma homenagem para a avó, quando no aniversário dela produziu uma gravação a imitando e interpretando histórias. Entre os convidados da festa, foi um sucesso. Hoje, esse sucesso de multiplicou e o mogiano conta com mais de 1 milhão de seguidores no TikTok e outros mais de 340 mil no Instagram.

“As pessoas começaram a falar para eu criar um canal no YouTube, mas eu não tive coragem. Isso foi em 2017 e, logo depois, fiz uma homenagem para o meu pai. Essa eu acabei postando no Facebook e chegou a bater mil visualizações, o que já era muito para alguém que não costumava ter nem 5 curtidas nas postagens”, lembra.

Depois disso, outros vídeos vieram. Em um deles, que teve 4 mil visualizações, ele contava sobre o dia em que foi para a igreja e teve diarreia. Depois, contou sobre o dia que a mãe se converteu e dizia que “tudo era do diabo”. Este último chegou a ter 6 milhões de visualizações.

Vendo que aquilo poderia atrair as pessoas, tornou público o vídeo que tinha feito para a avó e, em apenas três meses, tinha 60 mil seguidores no Facebook. A página, porém, foi hackeada. Israel partiu para outras plataformas, como o YouTube e o Instagram, até que surgiu o TikTok, onde está concentrada a maior parte do público dele atualmente.

Em 2018, Israel também foi para os palcos. Ele ainda atuava no mundo corporativo e havia tido um dia estressante quando foi convidado para abrir um show de stand up. Em uma semana, preparou sua apresentação e foi. Agora, ele tem um show solo, onde apresenta piadas ao vivo durante uma hora e meia.

“A internet me proporcionou muitas coisas que eu não imaginava que aconteceriam comigo. Há dois eventos que eu ia muito porque sou músico e desde pequeno ia na Xpo Music e Expo Cristã. Iam vários artistas que eu admirava muito, e o melhor estande sempre foi o da MK Music. Eu ficava na fila para tirar foto com artistas e, tempos depois, a MK começou agenciar artistas de internet e começaram a me agenciar também. Isso não teria me acontecido se não fosse a internet”, conclui.

Rita Renzi

Aos 68 anos, a mogiana Rita Renzi leva uma vida bem diferente do que as pessoas da idade dela costumam levar. E era isso que ela queria mostrar nas redes sociais quando criou o perfil @vivendoaos60 no Instagram, onde hoje conta com quase 115 mil seguidores. Há quatro anos, ela começou a cursar Direito na universidade e as roupas que usava até mesmo para ir às aulas começaram a chamar atenção na internet.

“Eu gosto muito de mexer com a internet, com o Instagram. Mas olhando muitos perfis eu percebi que a moda para mulheres que têm mais de 60 anos não batia com a maneira que eu gosto de me vestir. Eu comecei a procurar alguns looks e fazer adaptações para que pudesse usar. Eu tinha um número pequeno de seguidores, mas aquilo foi aumentando porque muitas mulheres procuravam por isso e se identificavam com o meu estilo”, diz.

Vendo o número de seguidores aumentar, Rita passou a se aprofundar nas pesquisas de look, além de buscar por profissionais que falavam sobre o assunto. Então, começou a direcionar as postagens para o público 60+ que, assim como ela, procurava se vestir com estilo. 

O trabalho deu certo e cada vez mais pessoas a procuravam pedindo dicas, até que a mogiana sentiu a necessidade de procurar ajuda profissional para cuidar das redes, com a criação de conteúdos que hoje são representados pelos reels, que são vídeos curtos.

“Hoje tenho essa ajuda somente na gravação dos reels, porque o que eu percebi é que os seguidores gostam da realidade. Eu recebo muitas mensagens no privado, tento conversar com quem me acompanha. O que eu quero mostrar é que podemos usar o que queremos, desde que bata com o nosso estilo e a gente se sinta à vontade”, afirma Rita.
E, apesar de ter começado na internet apenas como uma brincadeira e por ser algo que ela sempre gostou, a mogiana conseguiu conquistar seu espaço e tem ganhado dinheiro com as redes sociais, já tendo fechado publicidades com grandes marcas. 

Jéssica Flores

Jéssica Flores foi uma das primeiras ‘blogueiras’ de Mogi. Ela, inclusive, mantém o blog (jessicaflores.com.br) até hoje, coisa que poucas pessoas fazem. Mas escrever sempre foi um dos hobbies preferidos de Jéssica, assim como se maquiar. E foi isso que a alavancou na carreira dentro da internet. Os primeiros vídeos dela foram publicados entre 2008 e 2009 no YouTube, onde ela ainda posta vídeos e tem cerca de 650 mil inscritos. No Instagram e no TikTok soma quase 900 mil seguidores.

“Eu realmente fui acompanhando o crescimento da internet, estava desde o comecinho e foi tudo muito natural, porque quando já está ali e criam uma nova rede social, você vai migrando. Eu fui crescendo meio que organicamente, porque de uma ia puxando seguidores para outra rede. Eu cresci bem a passinhos de formiga, porque hoje muitas pessoas crescem de uma vez. Eu não me dei conta de que um lazer poderia ser minha profissão, mas agora vivo inteiramente da internet”, relata Jéssica.

Os primeiros vídeos gravados por ela foram de maquiagem. Ela lembra que costumava assistir muitos vídeos de meninas de outros países, porque ainda não encontrava muito conteúdo brasileiro. Ela aprendeu e fez um vídeo amador, com um espelho e uma luz pouco favorável. 

Conforme foi publicando os conteúdos, pessoas que ela não conhecia começaram a comentar e pedir novos vídeos.
“Eu postei o primeiro vídeo e pensei ‘ninguém vai ver’ e, realmente, ninguém viu. Mas, depois que postei mais alguns, foram aparecendo comentários de pessoas que não eram da minha família e eu vi que estava tendo um alcance um pouco maior. Cheguei a 5 mil inscritos e isso já era muito para aquela época. Em paralelo eu tinha o Twitter e o blog, porque sempre gostei de escrever”, afirma.

Com o passar dos anos os temas de Jéssica foram mudando. Agora, ela produz conteúdo sobre lifestyle e tem uma diversidade nas suas publicações, onde mostra tutoriais de edição de vídeos, fala sobre moda, estética de fotos, mas também mostra sua vida pessoal, como os cachorros, viagens e os restaurantes que frequenta. 

Veja Também