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Igreja de Mogi prepara recepção aos primeiros refugiados da Ucrânia

Mogi das Cruzes está prestes a receber a primeira família de refugiados ucranianos que estão buscando asilo em outros países para escapar do massacre imposto pelos ataques russos. Os integrantes desse grupo deverão ser acolhidos pelos integrantes da igreja evangélica Manancial da Fé, do pastor Márcio Marques. Ele iniciou, neste final de semana, uma campanha […]

27 de março de 2022

Reportagem de: O Diário

Mogi das Cruzes está prestes a receber a primeira família de refugiados ucranianos que estão buscando asilo em outros países para escapar do massacre imposto pelos ataques russos. Os integrantes desse grupo deverão ser acolhidos pelos integrantes da igreja evangélica Manancial da Fé, do pastor Márcio Marques. Ele iniciou, neste final de semana, uma campanha para bem recepcionar os visitantes, que deverão permanecer um ano na cidade sob os cuidados dos religiosos, que ficarão encarregados de lhes garantir alimentação, moradia, escolas para as crianças, além de um salário mensal para facilitar a integração entre os brasileiros.

O pastor ainda não sabe quantas pessoas irão integrar o grupo que virá para Mogi, mas já prevê dificuldades, por exemplo, com a língua falada por eles. “Se alguém falar inglês, menos pior, porque temos entre nossos companheiros da igreja várias pessoas que falam fluentemente o idioma, o que pode facilitar a integração. Se eles só falarem russo, aí vai ser mais difícil, mas não tenha dúvida que tudo será resolvido”, diz o otimista Márcio Marques.

O pastor já conhece, mais ou menos, o perfil dos visitantes. Afinal, ao contrário de fugitivos de outros país, os ucranianos são basicamente pessoas idosas, mulheres e crianças, já que os homens com idades entre 18 e 60 são proibidos de deixar o País, para que possam engrossar as fileiras do Exército ucraniano na luta contra o Exército russo de Vladimir Putin.

“Ao todo, são cerca de 3,5 milhões de refugiados espalhados por toda a Europa e outros continentes. E nosso objetivo em relação à família que virá para Mogi será reinserir seus membros no mercado de trabalho, garantindo tudo que lhes for necessário. Não sabemos o nome, não temos o perfil das pessoas, mas temos certeza que esta família será muito bem acolhida por nós, mogianos, que sempre se mostraram solidários em momentos de dificuldades”.

O pastor está coberto de razão. Mal começou a pedir ajuda destinada aos visitantes, e neste final de semana, já recebeu aparelhos eletrodomésticos, mobílias para a futura casa, beliches, colchões, talheres, pratos, entre outras ofertas.

Márcio Marques, no entanto, ainda espera a colaboração de algum empresário para que possa pagar antecipadamente o aluguel da futura moradia dos imigrantes e os salários a serem pagos aos integrantes da família.

GKPN

Toda essa movimentação de refugiados está sendo coordenado pelo movimento Global Kingdom Partnership Network, (GKPN), também conhecido como Rede Global de Parcerias do Reino, que reúne cerca de 100 mil igrejas distribuídas por 108 países de todo o mundo. O movimento tem como representante maior no Brasil o pastor Elias Dantas, da Igreja Batista de Curitiba (PR).

O GKPN atua exatamente em momentos de guerras ou de maior necessidade, unindo grandes igrejas cristãs de atualidade e tendo como objetivo alcançar o mundo com a mensagem do amor de Deus em Cristo Jesus.

O grupo que já atuou na guerra da Síria e da Venezuela, agora cuida de oferecer suporte a uma parte dos 3,5 milhões de refugiados que estão deixando a Ucrânia em busca de uma nova vida, longo dos ataques russos.

Segundo o pastor Márcio Marques, a primeira leva de ucranianos, um grupo com 30 pessoas, chegou ao Brasil no dia 18 de março, e foram acolhidos na Igreja Batista de Curitiba. O segundo, com 42 pessoas, foi recepcionado no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, neste sábado (26), de onde seguiu para uma igreja de São José dos Campos, de onde serão distribuídos para outros municípios do Vale do Paraíba.

Já o terceiro será composto por aproximadamente 50 pessoas, entre elas, a família que deverá ficar em Mogi, aos cuidados da Igreja Manancial da Fé, localizada no bairro do Mogilar. A princípio espera-se que a família a ser destinada para Mogi tenha entre cinco ou oito pessoas. “Estamos aguardando a informação do perfil das família que iremos acolher para definirmos o local de acordo com a quantidade de pessoas. Teremos essa informação no dia 06/04 e também a data que irão chegar em Mogi”, explicou Marques.

O pastor aposta que a família terá quatro integrantes, mas, por via das dúvidas, vai esperar a chegada dos futuros hóspedes para fechar o aluguel da casa onde os visitantes deverão morar. “O ideal seriam quatro pessoas, mas se vierem cinco ou seis, vamos atendê-las da mesma forma”, assegurar o pastor Márcio.

O religioso lembra que depois de um período muito difícil com a pandemia, a única coisa que ninguém esperava era uma guerra como a da Ucrânia. “Por isso, as igrejas estão se unindo para melhor revelar o amor de Cristo, por meio do acolhimento a esses refugiados. Estamos orando para que consigamos dar aos visitantes a melhor acolhida possível”, garante o pastor, já se preparando para buscar os futuros “mogianos” no Aeroporto de Guarulhos, ou em São José dos Campos e “apostando que os mogianos irão se unir no momento de oferecer a melhor acolhida para esses refugiados”.

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