Reivindicada pela cidade a vários secretários de Estado da Saúde, a obra jamais foi realizada, apesar de muitas promessas de “estudos” por parte da administração estadual.
Pacientes que chegam de helicóptero para serem levados ao Luzia precisam parar na sede do Corpo de Bombeiros para que sejam encaminhados de ambulância ao hospital (Foto: divulgação / Secretaria da Saúde)
Uma reivindicação de Mogi das Cruzes, que já dura mais de duas décadas, ainda parece longe de ser conquistada. Com a falta de um heliponto, os pacientes em estado grave, que necessitam ser trazidos, por via aérea, para o Hospital Luzia de Pinho Melo, são obrigados a fazer uma escala na sede do Corpo de Bombeiros para que possam seguir, de ambulância, até o destino final.
Uma demora que, dependendo das condições do paciente, geralmente vítima de acidentes em rodovias da região, pode lhe custar a vida.
Após promessas de “estudos” por parte de vários secretários de Estado da Saúde, o assunto que mais parece um tabu, continua fora dos radares oficiais para que ocorra a instalação do equipamento, que necessita apenas da definição final de sua localização, sinalização de solo e autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para que o heliponto possa funcionar e prestar um serviço de grande importância para o setor de saúde pública da cidade e região, em especial para os pacientes que são conduzidos em estado grave para o Hospital Luzia de Pinho Melo.
Referência em uma região de estradas com elevados índices de acidentes, como Mogi-Salesópolis, Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga, o hospital tem assegurado atendimento de qualidade para as vítimas. No entanto, devido à inexistência de um heliponto, muitos casos de urgência acabam sendo levados para outros hospitais, até mesmo da Capital, que dispõem de maior facilidade para o pouso de aeronaves, cada vez mais utilizadas para tais atendimentos.
A reivindicação para implantação do heliponto no Luzia foi feita a praticamente todos os mais recentes secretários de Estado da Saúde de São Paulo. A maioria concordava com as reivindicações da cidade, admitia tal necessidade, mas nenhum deles levou o assunto além das promessas de “estudos”, que acabaram nunca saindo do papel.
O Diário sempre apoiou as ações em favor do heliponto no Hospital Luzia de Pinho Melo e continua cobrando o governo estadual em relação a essa melhoria de grande importância. No atual governo, ainda não houve manifestações dos representantes da cidade em relação ao assunto, já que todos os esforços estão direcionados para impedir a vinda de pedágios para a Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga.
Vistoria fantasma
Quando ainda era deputado federal, Marco Bertaiolli, hoje conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, chegou a reivindicar a vinda de uma equipe técnica de Obras e Patrimônio Público da Secretaria da Saúde até o Hospital Luzia para avaliar as condições do local e verificar quais as possibilidades de instalação de um heliponto para facilitar a chegada e saída de doentes ou feridos, com a ajuda de helicópteros.
A avaliação teria de ser feita em razão de uma série de obras que foram feitas junto ao Luzia, nos locais onde o heliponto poderia ser instalado.
Na época, a Secretaria de Saúde, que havia considerado como “desnecessária” a instalação do heliponto, insistia em impor dificuldades para execução da obra.
Nas conversas preliminares com o pessoal da Secretaria, o deputado Bertaiolli tomou conhecimento de alguns fatores que, segundo o governo, estariam dificultando a instalação do heliponto.
O primeiro deles seria o fato de que tal unidade para pouso e decolagem de helicópteros não poderia ser implantada na laje superior do prédio do Luzia, local mais indicado para facilitar o acesso do paciente, enfermeiros e socorristas ao interior do hospital.
Segundo consta, a estrutura do imóvel não foi projetada para suportar o peso do equipamento aéreo, o que poderia comprometer seriamente a segurança do edifício do hospital e de seus ocupantes.
O outro espaço onde o heliponto poderia ser implantado acabou sendo ocupado pela nova clínica de Oncologia, recentemente construída pelo governo estadual.
“Com isso, o terreno ficou impossibilitado de receber a nova obra”, lembrou Bertaiolli neste domingo (19), perguntado por este jornal.
À época, ele também , que teria questionado sobre o espaço existente em frente ao estacionamento do hospital.
A informação que lhe teria sido passada passada pelos técnicos foi que ali havia sido instalada uma caixa d’água, junto a uma cisterna, onde não é possível permitir a presença de helicópteros, igualmente em razão da falta de segurança daquela estrutura.
A ideia era que a visita dos técnicos apontasse outra área nas proximidades do prédio do Luzia.
Mas esse pessoal, pelo que se sabe, jamais compareceu a Mogi para a tal vistoria.
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