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SOCORRO AÉREO

Heliponto no Luzia, necessidade sempre desprezada pelo governo

Reivindicada pela cidade a vários secretários de Estado da Saúde, a obra jamais foi realizada, apesar de muitas promessas de “estudos” por parte da administração estadual.

Darwin Valente
20/11/2023 às 18:15.
Atualizado em 20/11/2023 às 18:20

Pacientes que chegam de helicóptero para serem levados ao Luzia precisam parar na sede do Corpo de Bombeiros para que sejam encaminhados de ambulância ao hospital (Foto: divulgação / Secretaria da Saúde)

Uma reivindicação de Mogi das Cruzes, que já dura mais de duas décadas, ainda parece longe de ser conquistada. Com a falta de um heliponto, os pacientes em estado grave, que necessitam ser trazidos, por via aérea, para o Hospital Luzia de Pinho Melo, são obrigados a fazer uma escala na sede do Corpo de Bombeiros para que possam seguir, de ambulância, até o destino final.

Uma demora que, dependendo das condições do paciente, geralmente vítima de acidentes em rodovias da região, pode lhe custar a vida.

Após promessas de “estudos” por parte de vários secretários de Estado da Saúde, o assunto que mais parece um tabu, continua fora dos radares oficiais para que ocorra a instalação do equipamento, que necessita apenas da definição final de sua localização, sinalização de solo e autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para que o heliponto possa  funcionar e prestar um serviço de grande importância para o setor de saúde pública da cidade e região, em especial para os pacientes que são conduzidos em estado grave para o Hospital Luzia de Pinho Melo.

Referência em uma região de estradas com elevados índices de acidentes, como Mogi-Salesópolis, Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga, o hospital tem assegurado atendimento de qualidade para as vítimas. No entanto, devido à inexistência de um heliponto, muitos casos de urgência acabam sendo levados para outros hospitais, até mesmo da Capital, que dispõem de maior facilidade para o pouso de aeronaves, cada vez mais utilizadas para tais atendimentos.

A reivindicação para implantação do heliponto no Luzia foi feita a praticamente todos os mais recentes secretários de Estado da Saúde de São Paulo. A maioria concordava com as reivindicações da cidade, admitia tal necessidade, mas nenhum deles levou o assunto além das promessas de “estudos”, que acabaram nunca saindo do papel.

O Diário sempre apoiou as ações em favor do heliponto no Hospital Luzia de Pinho Melo e continua cobrando o governo estadual em relação a essa melhoria de grande importância. No atual governo, ainda não houve manifestações dos representantes da cidade em relação ao assunto, já que todos os esforços estão direcionados para impedir a vinda de pedágios para a Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga.

Vistoria fantasma

Quando ainda era deputado federal, Marco Bertaiolli, hoje conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, chegou a reivindicar a vinda de uma equipe técnica de Obras e Patrimônio Público da Secretaria da Saúde até o Hospital Luzia para avaliar as condições do local e verificar quais as possibilidades de instalação de um heliponto para facilitar a chegada e saída de doentes ou feridos, com a ajuda de helicópteros.

A avaliação teria de ser feita em razão de uma série de obras que foram feitas junto ao Luzia, nos locais onde o heliponto poderia ser instalado.

Na época, a Secretaria de Saúde, que havia considerado como “desnecessária” a instalação do heliponto, insistia em impor dificuldades para execução da obra.

Nas conversas preliminares com o pessoal da Secretaria, o deputado Bertaiolli tomou conhecimento de alguns fatores que, segundo o governo, estariam dificultando a instalação do heliponto.

O primeiro deles seria o fato de que tal unidade para pouso e decolagem de helicópteros não poderia ser implantada na laje superior do prédio do Luzia, local mais indicado para facilitar o acesso do paciente, enfermeiros e socorristas ao interior do hospital.

Segundo consta, a estrutura do imóvel não foi projetada para suportar o peso do equipamento aéreo, o que poderia comprometer seriamente a segurança do edifício do hospital e de seus ocupantes.

O outro espaço onde o heliponto poderia ser implantado acabou sendo ocupado pela nova clínica de Oncologia, recentemente construída pelo governo estadual.

“Com isso, o terreno ficou impossibilitado de receber a nova obra”, lembrou Bertaiolli neste domingo (19), perguntado por este jornal.

À época, ele também , que teria questionado sobre o espaço existente em frente ao estacionamento do hospital.

A informação que lhe teria sido passada passada pelos técnicos foi que ali havia sido instalada uma caixa d’água, junto a uma cisterna, onde não é possível permitir a presença de helicópteros, igualmente em razão da falta de segurança daquela estrutura.

A ideia era que a visita dos técnicos apontasse outra área nas proximidades do prédio do Luzia. 

Mas esse pessoal, pelo que se sabe, jamais compareceu a Mogi para a tal vistoria.

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