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Grupos de ciclistas e secretária visitam nova ciclofaixa de Mogi

Representantes de alguns dos mais de 20 coletivos de ciclistas de Mogi das Cruzes participam na noite desta segunda-feira (16) de uma visita técnica às obras para a implantação da ciclofaixa da avenida João XXIII, do distrito de César de Souza. O acesso terá as características de ciclofaixa, entre o Largo do Socorro à ponte […]

16 de maio de 2022

Reportagem de: O Diário

Representantes de alguns dos mais de 20 coletivos de ciclistas de Mogi das Cruzes participam na noite desta segunda-feira (16) de uma visita técnica às obras para a implantação da ciclofaixa da avenida João XXIII, do distrito de César de Souza. O acesso terá as características de ciclofaixa, entre o Largo do Socorro à ponte do Rio Tietê, de ciclovia, a partir desse ponto, até a rotatória existente nas proximidades da fábrica Elgin. Esse traçado foi apresentado pela Prefeitura de Mogi das Cruzes em encontro com os grupos, no ano passado.

A vistoria acontece após um convite da secretária municipal de Transporte e Mobilidade, Cristiane Ayres, aos coletivos, e ocorre em um momento de pressão por segurança – em um período de 24 dias, três ciclistas morreram em acidentes em vias de Mogi das Cruzes.

Sugestões e uma avaliação do serviço feito desde o ano passado e prometido para ser entregue neste mês de maio, deverão ser apresentados pelos ciclistas.

Uma das questões a ser debatida, conta Ubirajara Nunes, do coletivo MTB Mogi das Cruzes, e uma das lideranças ativas nesse segmento, será a sinalização e o trabalho de educação para reduzir os conflitos no uso da nova rota.

Isso porque entre o Largo do Socorro até a ponte, haverá uma ciclofaixa que é separada por tachões e sinalização, já a partir dali, o plano era de manter uma ciclovia, que seria exclusiva para as bicicletas e uma outra, para o pedestre, assim como acontece no trecho da via perimetral, no Rodeio, o único da cidade onde há o espaço delimitado para os dois públicos.

“Pelo que vemos, na João XXIII, ainda não há uma sinalização que indique que a pista será exclusiva para o ciclista, e o pedestre, sem saber disso, com razão, acaba confrontando quem está passando de bicicleta”, disse Nunes, contando que ele mesmo já foi alvo desse tipo de conflito.

Pelo acordado anteriormente, a ciclovia seria implantada entre a ponte e as avenidas Dante Jordão Stoppa e Presidente Castello Branco.

A entrega desse equipamento de mobilidade tem sido adiada desde o ano passado (veja reportagem)

Outra reivindicação a ser tratada é a continuidade da rota para o ciclista a partir do Largo do Socorro, até a Avenida Álvaro Pavan (em frente ao shopping), utilizando-se, para isso, a rua João Batista Belga. “Seria uma forma de interligar a faixa para ciclista e garantir melhoria da segurança”, comentou.

Ubirajara lembra que o crescimento do uso das bicicletas não se dá apenas a titulo de esporte e de promoção à saúde, mas como meio de transporte e para o trabalho. Cresceu o uso do modal para o trabalho de entrega, e a opção pela bike em resposta ao valor da gasolina.

Paulo Pinhal, arquiteto e um dos defensores da implantação do Plano de Mobilidade que foi feito, mas não migrou do papel para as ruas, conta que, após os acidentes com vítimas fatais, abaixos-assinados e outras articulações estão sendo planejadas para garantir maior segurança na cidade.

“Perdemos 3 vidas de ciclistas em menos de 30 dias”, reforça, acrescentando que os prazos dados para melhorias, como as soluções propostas em encontros com técnicos da Prefeitura, não foram cumprido, até o momento.

Quem são

Entre os grupos que representam os ciclistas na cidade, estão:

Força no Pedal
Família de Ciclistas 
Jesus no Pedal
Mogi Bikers
Foca na Trilha
Tripp Bike
Amigos da Bike
Catraca Bikers
Pedal Zonal Sul
Caqui Bikers 
Projeto Pedalar
Nakashima Bike
Downhill da Onça 
Pedal Longa Distância 
Pumpers Bike Club
Tomodachis Bikers
Mulherada Roots
Pedal Zona Sul
Pedal Azul
Pedal Alternativo

A Prefeitura

Questionada, a Prefeitura falou sobre a visita dos ciclistas às obras da rota para ciclistas na avenida João XXIII.

Na resposta, a gestão lembrou atuação como a realização da campanha Maio Amarelo, que visa prevenir acidentes por meio da educação, e reforçou, que 90% dos acidentes nas vias são de responsabilidade humana. Confira a íntegra de nota sobre o assunto:

“Em função das atividades do Maio Amarelo (“Juntos Salvamos Vidas”), a Secretaria de Mobilidade Urbana já iniciou a produção de campanhas de conscientização para a segurança dos ciclistas (faixas e placas específicas para ciclistas e motoristas). Os ônibus do transporte coletivo também já estão com a comunicação da campanha do Maio Amarelo. Uma das principais atividades foi no último sábado (14): um Workshop sobre a segurança dos ciclistas, no Polo Digital, com participação de técnicos da pasta, Ecopistas, Corpo de Bombeiros e Polícias Rodoviária e Militar.
O trabalho de ampliação das vias cicláveis também está em andamento, com estudos para a implantação de mais 30 quilômetros de ciclovias, dentro dos projetos de mobilidade urbana para o desenvolvimento da região leste da cidade, o projeto Viva Mogi. Estas estruturas deverão ser implantadas durante as obras e os projetos de intervenções para mobilidade urbana passarão por novos estudos a serem realizados por empresa especializada com o objetivo de maximizar a eficiência das estruturas com base nas necessidades do município.

As equipes também estão trabalhando para atender a manutenção de toda a malha cicloviária – atualmente são 32,38 quilômetros de vias cicláveis em Mogi das Cruzes, o maior índice de toda a região do Alto Tietê. A ciclofaixa/cilorrota da João XXIII, por exemplo, está em andamento e é exatamente por esse motivo a importância de uma vistoria prévia com os ciclistas, agendada para hoje (16). O serviço é executado com recursos próprios.

A Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana também busca recursos federais para a revisão do Plano de Mobilidade Urbana, que traz diretrizes para toda a mobilidade do município, e para a elaboração do Plano Cicloviário do município. Este estudo será específico para o transporte cicloviário e deverá trazer informações e subsídios para que possam ser adotadas novas medidas e intervenções, garantindo a funcionalidade do sistema e melhores condições para o trânsito com bicicletas.

A pasta lembra ainda que qualquer ação voltada à segurança viária somente terá eficácia com a conscientização de todos sobre a necessidade de convivência harmoniosa no trânsito.  Este é o tema do Maio Amarelo deste ano (“Juntos Salvamos Vidas”). Para isso, a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana vem desenvolvendo, durante todo o ano, uma série de ações voltadas à Educação para o Trânsito, que envolvem distribuição de materiais informativos, palestras e ações com grupos específicos (inclusive motoristas do transporte coletivo e ciclistas) e atividades com crianças, como a Escola Mirim de Trânsito e concurso voltado aos alunos das redes pública e particular. O tema deste ano, aliás, é “Vá de Bike com Segurança”, que aborda questões voltadas à segurança dos ciclistas com estudantes das redes municipal, estadual e particular.

A pasta reforça: de nada adianta uma sinalização adequada e boas condições das vias, se houver imprudência – segundo estudos da Organização Mundial da Saúde, 90% dos acidentes de trânsito são causados por falha humana. É exatamente por isso que as ações de conscientização e Educação para o Trânsito são tão importantes”. 
 (matéria atualizada às 15h53)
 

 

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