Lideranças pretendem reforçar os prejuízos que a implantação de cobrança na Mogi-Dutra trará à cidade e região
PREOCUPAÇÃO - Representantes de vários segmentos da economia da cidade e região apontam os prejuízos que a implantação de pedágios na rodovia Mogi-Dutra causarão para recebimento de materiais e escoamento da produção (Crédito: Mariana Acioli)
Levantamentos com fotografias aéreas feitas por drones e dos efeitos colaterais de possíveis desvios de rotas, que poderão ser adotados principalmente por veículos pesados - cobrados por eixo - a partir da instalação dos pedágios na rodovia Mogi-Dutra, são alguns dos argumentados preparados por lideranças do movimento Pedágio Não para apresentar ao secretário de Estado de Parcerias em Investimentos, Rafael Benini, na reunião agendada para o próximo dia 2 de outubro, às 16 horas, na Associação dos Adquirentes de Lotes em Aruã.
A visita a Mogi das Cruzes foi prometida pelo integrante do primeiro escalão do governo estadual em reunião no último dia 14, na capital paulista, a um grupo de lideranças da cidade que luta para barrar a implantação da cobrança prevista na licitação de concessão das rodovias litorâneas, incluindo também pedágios na rodovia Mogi-Bertioga.
Além de integrantes do movimento Pedágio Não, devem participar da reunião o diretor do Sindicato Rural, Gildo Saito; o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Mogi e Região (Sincomércio), Valterli Martinez; o presidente da Associação dos Adquirentes de Lotes em Aruã, Luiz Bonora; o fundador do movimento, Paulo Boccuzzi; a coordenadora do movimento e representante dos bairros da Serra do Itapeti, Adrianny Verçosa; o vice-presidente da Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de Mogi, Nelson Bettoi Batalha; o presidente da Associação Fazenda Capelinha, Fábio Ticoni, entre outros engajados na luta.
“Estamos colhendo imagens com drones que mostrem a complexidade da região e efeitos colaterais que o pedágio poderia trazer, como desvio de rota de caminhões e demais veículos que, naturalmente, acabariam optando por passar pelas regiões de Suzano e Itaquá, entrando depois pelo Km 43 da Mogi-Dutra, que é um caminho possível para fugir dos pedágios, principalmente para os caminhões, que pagam por eixo”, explica Boccuzzi.
MOBILIZAÇÃO - Grupos que lideram as ações contra a cobrança na cidade já realizaram protestos e manifestações em repúdio ao projeto (Imagem: Arquivo O Diário)
Ele aponta que esta mudança de rota para driblar a cobrança geraria grande impacto no trânsito das cidades vizinhas, que já enfrentam dificuldades com o significativo volume de tráfego, principalmente nos horários de pico. “A estrada Joel Hermenegildo Barbieri, chamada de Estrada da Pedreira ou Estrada do Itapeti, naturalmente será bastante impactada por esse fluxo”, exemplifica.
Outros pontos já apresentados pelas lideranças também devem ser aprofundados na reunião com o secretário, agora com mais números e dados para subsidiar os argumentos.
“Toda a argumentação está sendo muito bem preparada. Alinhei ontem (quarta-feira) com a assessora do secretário o local da visita, que será na sede da Associação no Aruã, envolvida no movimento contra o pedágio e, claro, um local que tem proximidade com a região onde pretende-se implantar o pedágio na Mogi-Dutra. Se a reunião evoluir para uma visita in loco, essa possibilidade fica aberta”, considera Boccuzzi.
Um outro argumento já mostrado ao secretário, que deve ser reforçado na reunião do próximo dia 2 de outubro envolve as pessoas que precisam utilizar o único ponto de conversão na Mogi-Dutra, entre a rodovia Ayrton Senna da Silva e a cidade, na altura do Km 43, para acessar bairros como Aruã, Piatã, Jardim Margarida, Novo Horizonte e outros localizados na divisa entre Mogi e Itaquaquecetuba, e que também seriam prejudicadas pela cobrança.
DEBATE - Mogianos se reuniram no último dia 14 com o secretário Rafael Benini, na capital, que prometeu vir à cidade em outubro (Imagem: Divulgação)
“Neste projeto do governo do Estado, naquele ponto de conversão, as pessoas que queiram acessar a Ayrton Senna, teriam que pagar pedágio correspondente a praticamente nove quilômetros de rodovia, sendo que acessariam a estrada somente por um quilômetro. Uma das grandes discrepâncias deste projeto está atrelado a este eixo de conversão. Neste assunto, em específico, o secretário já demonstrou uma tendência para fazer ajustes de modo que elas paguem apenas pelo trecho trafegado, de maneira proporcional”, explica Boccuzzi.
Município ainda prepara recurso
A Prefeitura de Mogi das Cruzes ainda deve se manifestar junto ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) sobre a decisão judicial a favor da Procuradoria Geral do Estado (PGE), que derrubou a liminar obtida pela administração pública suspendendo a licitação da concessão de rodovias litorâneas. Enquanto isso, a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) dá continuidade ao processo.
CONCESSÃO - Audiência em São Paulo discutiu o projeto que prevê pedágios na Mogi-Dutra e Mogi-Beritioga (Imagem: Divulgação)
Procurada, a Prefeitura informou, por meio de nota, que reforça sua posição em defesa da população do município e contrária à instalação dos pedágios propostos pela Artesp para o Lote Litoral Norte e defende a realização da audiência pública no município, como solicitado à Justiça. “A Prefeitura de Mogi das Cruzes informa ainda que irá se manifestar junto ao Tribunal de Justiça dentro do prazo legal, que é de 30 dias úteis, e se encontra em andamento, buscando reverter a decisão. É importante lembrar que se trata de decisão liminar, sem análise de mérito”, trouxe a nota encaminhada a O Diário nesta quinta-feira (21).
Os deputados estaduais que representam Mogi e região do Alto Tietê também estão em compasso de espera, aguardando os desdobramentos da visita do secretário de Estado de Investimentos em Parcerias, Rafael Benini, à cidade.
Marcos Damasio (PL) informou, por meio da assessoria, que espera retorno do pedido de reunião entre o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o grupo mogiano contrário ao pedágio, também prometida durante reunião com as lideranças da cidade no último dia 14, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp).
Já André do Prado (PL), presidente da Alesp, disse também por meio da assessoria, que conversa com parlamentares que representam regiões que também serão afetadas pelos pedágios, como a Baixada Santista, para criação de uma frente de trabalho, mas que aguardará a reunião com o secretário em Mogi para seguir com as ações. (C.O.)
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