Assinado por 6 partidos, vereadores, sindicatos e movimentos sociais, manifesto será lançado nesta sexta-feira (2) na Câmara
Atos antidemocráticos começaram após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Mariana Acioli)
Composta por seis partidos, 21 sindicatos e movimentos sociais e pelos vereadores Iduigues Martins (PT) e Inês Sol (PSOL), a Frente Mogiana em Defesa do Estado Democrático de Direito, assina um manifesto que pede providências e esclarecimentos da Prefeitura de Mogi das Cruzes, da Guarda Municipal e da Polícia Militar sobre a manutenção dos atos golpistas realizados desde a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) em frente ao Tiro de Guerra de Mogi das Cruzes.
O documento será lançado em um evento na manhã desta sexta-feira (2), às 10h, no auditório Tufi Elias Andery da Câmara Municipal, e recebeu o nome de Manifesto em Defesa ao Estado Democrático.
O grupo de entidades denuncia os atos golpistas e a manutenção da interdição de parte da avenida Francisco Rodrigues Filho, em frente ao Tiro de Guerra de Mogi das Cruzes, "bloqueando a calçada e uma via de rolamento e, em alguns dias e horários, bloqueando todas as vias, criando muitas dificuldades para a população mogiana".
O manifesto lembra de postagem feita pelo prefeito Caio Cunha sobre as manifestações(e posteriormente apagada) e cobra "esclarecimentos da Prefeitura, da PM, da GCM sobre a continuidade do acampamento ilegal em frente ao Tiro de Guerra e sobre o suposto apoio da Prefeitura para essa atividade".
Em determinado trecho, a frente lembra que um dos manifestantes tem afirmado, em posts em redes sociais, que possui apoio "por parte da prefeitura através da secretaria de Mobilidade e da Segurança. Informa que uma viatura da Guarda Municipal prestaria apoio ao acampamento ilegal".
Confira, a seguir, a íntegra do manifesto da Frente em defesa do Estado Democrático de Direito em Mogi
"1. Lula ganhou as eleições. Venceu no primeiro turno e, no segundo, mais de 60 milhões de brasileiras e de brasileiros deram a Lula a maior votação para presidente em toda a história do Brasil. Foi uma vitória da democracia e do povo brasileiro. Uma vitória da esperança, da alegria e da vida.
2. Logo após a proclamação do resultado, (por volta de cinco horas após o encerramento das eleições), todos os poderes da República e chefes de estados internacionais; líderes mundiais e líderes políticos e a imprensa internacional e nacional; e, até mesmo, adversários de Lula reconheceram, imediatamente a sua vitória.
3. Porém, pequenos grupos bolsonaristas, através de fake News e financiados por empresas que sempre lucraram em cima dos trabalhadores, alegando “fraude nas eleições”, iniciaram manifestações antidemocráticas, bloqueando rodovias pelo Brasil todo e, depois, se reunindo em frente a quarteis, solicitando intervenção militar, federal e até mesmo de alienígenas.
4. Além dessas manifestações anticonstitucionais, no dia 22 de novembro do corrente ano, para satisfazer o presidente da república, Valdemar Costa Neto, conhecido como o Boy - presidente do Partido Liberal - PL entrou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com um pedido de verificação extraordinária do resultado do segundo turno das eleições. Sem apresentar qualquer prova de fraude, o PL pediu a invalidação dos votos de mais de 250 mil urnas.
5. Imediatamente ao protocolo do pedido, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, deu prazo de 24 horas para que o PL apresente os dados completos, inclusive do primeiro turno, já que ambos usaram as mesmas urnas. Alegando “litigância de má-fé”, Alexandre de Morais recusou a ação do Boy e aplicou uma multa ao partido de 22,9 milhões e bloqueou o fundo partidário até que a multa seja paga.
6. Em contraponto a tudo isso, a transição entre o governo atual e o governo de Lula segue a passos largos. Equipes de trabalho foram organizadas e estão atuando a todo vapor nas questões sociais, econômicas, políticas e na garantia do Estado Democrático de Direito.
7. Na cidade de Mogi das Cruzes, o roteiro foi bem parecido. Os golpistas, logo no primeiro dia após a eleição, bloquearam a Mogi-Dutra e, agora, encontram-se em frente ao Tiro de Guerra, bloqueando a calçada e uma via de rolamento e, em alguns dias e horários, bloqueando todas as vias, criando muitas dificuldades para a população mogiana. No local, já deixaram estacionado em local proibido, um enorme guindaste e até mesmo um container de mais de 20m na calçada.
8. O prefeito Caio Cunha em suas redes sociais fez um post de apoio às manifestações e, após repercussão negativa, apagou a postagem. O ativista dessas manifestações golpistas Silvio Marques, em sua página do Facebook, e áudios do Whatsapp, informa o apoio ao movimento por parte da prefeitura através da secretaria de mobilidade e da segurança. Informa que uma viatura da Guarda Municipal prestaria apoio ao acampamento ilegal.
9. Tendo em vista todas essas movimentações antidemocráticas, partidos políticos, sindicatos, movimentos sociais e lideranças progressistas e democráticas uniram-se e lançam a Frente em defesa do Estado Democrático de Direito em Mogi, cobrando esclarecimentos da Prefeitura, da PM, da GCM sobre a continuidade do acampamento ilegal em frente ao Tiro de Guerra e sobre o suposto apoio da Prefeitura para essa atividade.
A Democracia e a luta do povo vencerão!
Seguem assinaturas
1. Partidos Políticos: PSOL - Partido Socialismo e Liberdade , PT Partido dos Trabalhadores, PV - Partido Verde, UP - Unidade Popular pelo Socialismo, PCdoB – Partido Comunista do Brasil, PCB - Partido Comunista Brasileiro.
2. Vereadora/Vereador – Inês Paz – PSOL, Eduigues Martins - PT
3- Sindicatos: APEOESP – Sindicato dos Professores da Rede Oficial, Sindicato do Papel e Papelão de Mogi das Cruzes e Região, AFUSE – Sindicato dos funcionários de Escola, Sindicato dos Policiais Civis de Mogi das Cruzes e região, Sintteasp - Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Escolar do Município de São Paulo, Sintraadete – Sindicato dos Trabalhadores em Autoescola.
4. Movimentos Sociais: Cursinho Maio de 68, Projeto Mistura, Coletivo da Diversidade Alto Tietê, Fórum Mogiango LGBT, Coletivo de Mulheres e Gênero- Impacto Feminista, PLPs – Promotoras Legais Populares, Quilombo Periférico, Despejo Zero Mogi, Jundiapeba por Moradia, Das Senzalas às Favelas, Coletivo de Mulheres Olga Benário; MLB – Movimento de Lutas nos Bairros, UJR- União da Juventude Rebelião, Makauba, Suburbaque"
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