Lideranças aguardam visita do secretário estadual, Eleuses Paiva, para reivindicar expansão e melhorias no atendimento de urgência no Luzia de Pinho Melo
Além da Santa Casa, a falta de leitos na rede pública afeta o Hospital das Clínicas Luzia Pinho Melo, que mantém cerca de 40% das vagas com pacientes crônicos (Imagem: Arquivo O Diário)
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Lideranças aguardam visita do secretário estadual, Eleuses Paiva, para reivindicar expansão e melhorias no atendimento de urgência no Luzia de Pinho Melo
Além da Santa Casa, a falta de leitos na rede pública afeta o Hospital das Clínicas Luzia Pinho Melo, que mantém cerca de 40% das vagas com pacientes crônicos (Imagem: Arquivo O Diário)
A se confirmar para os próximos dias a visita do secretário estadual de Saúde, Eleuses Paiva, ao Hospital das Clínicas Luzia de Pinho Melo, no bairro do Mogilar, ele deverá ouvir de líderes municipais cobranças e as dificuldades enfrentadas na atenção de urgência e emergência e na oferta de leitos hospitalares para pacientes crônicos.
Na campanha eleitoral, uma das promessas do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) era expandir o atendimento no PS do hospital, que segue como referência para Mogi das Cruzes e todas as cidades do Alto Tietê.
Esse assunto foi tratado pelo deputado federal Marco Bertaiolli (PSD) em um jantar no início desta semana, em Brasília, com o governador. O prefeito Caio Cunha (PODE) também tem cobrado melhorias para o que, na prática, é motivo de desafio para os gestores da saúde pública há alguns anos.
É o que sintetiza a médica Rosângela Cunha, a doutora Nenê, como é conhecida a atual secretária-adjunta de Saúde de Mogi das Cruzes. Ela afirma que o principal problema após o paciente receber a primeira avaliação nas sete unidades de pronto atendimento da cidade (UPAs e postos específicos) é a espera por leito. Ela defende que voltar ao modelo antigo, de porta aberta no PS do Hospital Luzia, não irá solucionar a necessidade de se promover um fluxo do atendimento mais ágil aos casos que exigem exames especializados e leito hospitalar.
O funcionamento de “porta fechada” do PS do Luzia, adotado em 2021 e que passou a exigir o encaminhamento do paciente feito por um serviço de saúde, como as Upas ou Samu, ganhou hololofe após a morte do garoto João Vicor Delfino Laurentino, morador em César de Souza, que havia sido vítima de uma picada de cobra. A família aponta que houve demora na liberação do paciente para o Luzia, o que pode ter influenciado no insucesso do tratamento. Ele faleceu aos 11 anos, em outubro do ano passado.
Após esse caso, uma adequação do protocolo foi promovida e casos de picada de animais peçonhentos passaram a ser imediatamente levados para o Luzia, que é referência para esse tipo de tratamento.
Para as demais situações, segundo a secretária-adjunta, o que dificulta a assistência segue como no passado, no período pré-pandemia: a superlotação da rede pública e a ocupação de boa parte dos leitos do Hospital Luzia por pacientes crônicos, que demandam mais tempo de internação.
Além da lentidão no “giro dos leitos”, segundo Rosângela, o sistema tem outros deficits antigos, sobretudo em setores como a falta de máquina para a realização de hemodiálise e de ortopedia (a demora para a realização de cirurgias imobiliza leitos e também é fator de risco para doenças oportunistas).
“As pessoas costumam ‘culpar” a Cross (Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde), mas esse serviço não tem como atender mais rápido porque faltam leitos”, explica a médica.
Outro setor nevrálgico, segundo ela, está na realização de cirurgias de ortopedia, o que impacta diretamente na operação da Santa Casa de Misericórdia de Mogi das Cruzes.
Por exigir investimentos altos com próteses e outros insumos, os hospitais estão reduzindo esse tipo de atendimento, o que contribuiu para saturar o sistema.
Em reunião no início deste ano, secretários municipais de Saúde levaram essas demandas a interlocutores da Secretaria Estadual. “Os demais municípios enfrentam dificuldades e os equipamentos de Mogi, como no passado, são a opção”.
Em uma visita neste ano ao Luzia, também contou a médica, a direção do maior hospital público da região afirmou que atualmente cerca 40% das vagas estão ocupadas por pacientes crônicos.
Uma resposta seria expandir a capacidade de atendimento do Centro de Reabilitação Dr. Arnaldo Pezzuti Cavalcanti, em Jundiapeba - algo reivindicado à exaustão por prefeitos, vereadores e deputados, mas que emperra no enxuto quadro de funcionários ligados à administração direta do Estado e no descompromisso do governo com tal pauta. Apesar de contar com espaço - e até equipamentos que foram adquiridos na fase aguda da pandemia, investimentos teriam de ser feitos ali para receber mais pacientes e aliviar a demanda do Luzia.
Estudos em andamento
O deputado Marco Bertaiolli afirma que o governador já determinou a realização de estudos técnicos e financeiros para a correção de um sistema que está muito fragilizado com as dificuldades da Santa Casa, dos serviços de atendimento infantil e na porta de entrada do PS do Luzia. Segundo ele, atualmente, a pasta estadual realiza estudos para validar ações técnicas e financeiras. Bertaiolli espera para os próximos dias a confirmação da data de visita de Eleuses Paiva, esperado com expectativa.
Sem resposta
O Diário encaminhou pedido de informação ao governo do Estado sobre os planos para o Hospital Luzia de Pinho Melo, mas não recebeu resposta até o fechamento desta edição.
Espera nos Postos
PROTOCOLO Desde 2021, pacientes com problemas de urgência e emergência precisam ir primeiro a unidades como a UPA, no bairro do Rodeio (Foto: arquivo / O Diário)
A Secretaria Municipal de Saúde realiza um estudo para definir como será a utilização do equipamento construído ao lado da UPA do Rodeio, que inicialmente seria uma Clínica do Homem. Segundo a secretária-adjunta Rosângela Cunha, caminha para abrigar o Caps Infantil.
Ela comentou sobre o andamento do atendimento de consultas que, no início deste mês, registrou espera média de 18 dias para ginecologia; 8 dias para clínica médica e 7 dias para pediatria. A dificuldade na reposição da mão de obra médica segue como responsável pela demora no atendimento a quem liga para o telefone 160, do SIS. Apesar dessa espera média, em regiões como a de Jundiapeba, o morador costuma levar até três meses para passar uma consulta, dependendo da especialidade. Pesa nisso, regras do Ministério da Saúde que exigem o atendimento do cidadão próximo de sua casa. Desde maio passado, a Saúde ampliou o número de equipes de atendimento às famílias do distrito. Porém, o tempo de espera médio ainda segue maior para quem reside no local.
Vagalume
O Vagalume (Pró-Criança) deverá ser inaugurado em novo endereço, no prédio da Secretaria de Saúde, também, no Mogilar, no início de março. (E.J.)
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