Diário Logo

Notizia Logo

Encontro celebra e desmistifica a Umbanda no Largo Bom Jesus, em Mogi

O público adepto e interessados em conhecer mais sobre a Umbanda e Candomblé podem acompanhar nesta terça-feira (15), a partir das 10 horas, o 7º Encontro Anual Dia Nacional da Umbanda,  no largo Bom Jesus, no centro de Mogi das Cruzes. o evento comemora os 114 anos da Umbanda no Brasil. O objetivo do encontro […]

15 de novembro de 2022

Reportagem de: O Diário

O público adepto e interessados em conhecer mais sobre a Umbanda e Candomblé podem acompanhar nesta terça-feira (15), a partir das 10 horas, o 7º Encontro Anual Dia Nacional da Umbanda,  no largo Bom Jesus, no centro de Mogi das Cruzes. o evento comemora os 114 anos da Umbanda no Brasil.

O objetivo do encontro será unir todo o povo do Axé, Umbanda e Candomblé, desmitificando os conceitos de intolerância religiosa. O evento de hoje é aberto aos simpatizantes.

Organizada pelo presidente da Associação Cultural e Religiosa Axé de Mogi, pai Roberto D’ Xangô, a festa terá várias apresentações com cantos e acompanhamento dos atabaques.

Em homenagem a mãe Iemanjá, rainha do mar, estarão presentes o cantor e compositor da Umbanda, Cae Lopes, a cantora Telma de Paula, o percussionista Tiago Teixeira e também Alexandre Filho.

Pai Roberto fala da importância dessa religião na vida das pessoas por meio dos terreiros, pequenos salões, onde são aplicados passes pela imposição das mãos, cantos e danças, e orientações com guias espirituais. “Praticamos a verdadeira caridade e amor sem distinção de classe ou raça. A importância da nossa união, Umbanda e Candomblé, só mostra que somos todos filhos de Axé”.

Mogi das Cruzes também realizada, em maio, a Caminhada de Ogum, uma outra manifestação que busca divulgar as religiões africanas (acesse aqui).

Durante a cerimônia de hoje (15), pai Roberto irá ler a Carta Magna da Umbanda, lançada em vários eventos no Brasil e no exterior para que os adeptos saibam da importância do documento e como seguir no caminho certo.

Trechos da Carta: “Compreendendo que existe a necessidade grave e premente de caracterizar a Umbanda, de modo a evitar que em seu nome sejam erigidas verdadeiras arapucas, onde são realizados os mais diversos trabalhos que atentam contra os valores morais, éticos e até legais”.

A Umbanda é uma religião brasileira surgida no século XX, em virtude das transformações sociais pelas quais o país estava passando, como a abolição da escravidão, ocorrida no final do século XIX. Essa nova religião foi uma das formas encontradas por parte da população afrodescendente para conviver com questões daquele início de século conturbado.

Pai Roberto explica que a falta de conhecimento sobre as origens do Candomblé e Umbanda é o principal motivo da intolerância religiosa. No século passado essa intransigência em nome de Deus era muito maior por parte de cristãos e espíritas kardecistas. Nos terreiros onde são realizados os trabalhos existe um altar com várias imagens de santos, que expressam o sincretismo religioso, inclusive com a Igreja Católica, como Nossa Senhora Aparecida, São José, Nossa Senhora e do próprio Jesus Cristo.

Representando as origens africanas aparece Exu, uma divindade e um dos principais orixás do Candomblé, que tem o papel de mensageiro entre os seres humanos e as divindades, e é reconhecido pelos dois segmentos religiosos, Umbanda e Candomblé.

As religiões de matrizes africanas trazidas ao Brasil pelos escravos ganham novo sentido e perspectivas nesse século por jovens que buscam uma conexão com essas divindades. E a Umbanda é uma delas. Uma pesquisa realizada em 2020 pelo DataFolha mostra que 32% dos praticantes de religiões de matrizes africanas têm entre 16 a 24 anos, enquanto 2% representam o público acima de 60 anos. “O objetivo desse encontro, além de fortalecer a união entre os povos adeptos de religiões de origens africanas, busca mostrar a cultura religiosa afrodescendente e seus valores, que a cada dia ganha novos espaços e novos simpatizantes”, diz pai Roberto.

Veja Também