Principal articulador político do governo falou sobre a cobrança por uso das estradas do Alto Tietê, além do ingresso de Bertaiolli no TCE
Em visita à Mogi, secretário Gilberto Kassab, de Governo e Relações Institucionais, falou de temas como o pedágio, trem até César e regionalização da Saúde em SP (Crédito: Ralph Siqueira)
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Principal articulador político do governo falou sobre a cobrança por uso das estradas do Alto Tietê, além do ingresso de Bertaiolli no TCE
Em visita à Mogi, secretário Gilberto Kassab, de Governo e Relações Institucionais, falou de temas como o pedágio, trem até César e regionalização da Saúde em SP (Crédito: Ralph Siqueira)
Ao final de uma conversa de mais de uma hora com o secretário de Governo e Relações Institucionais do Estado de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), é possível concluir que o governo do Estado ainda não abandonou a ideia de implantar a cobrança de pedágio nas rodovias Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga, mesmo após o atual governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) haver prometido, solenemente, durante a campanha, que, se eleito, sepultaria de vez a ideia apresentada inicialmente pelos ex-governadores João Doria e Rodrigo Garcia, à época, no PSDB.
O principal articulador político do governo estadual também demonstra ser amplamente favorável à indicação do deputado federal Marco Bertaiolli (PSD) para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, mesmo ressalvando que tal medida é uma atribuição da Assembleia Legislativa.
Em visita à sede da TV Diário, nesta quarta-feira (26), feriado do Dia de Santana, padroeira de Mogi, na companhia do deputado federal Marco Bertaiolli (PSD), o secretário Kassab, muito mais que otimismo, demonstrou empolgação com os rumos do trabalho de Tarcísio, ressaltando alguns projetos já em andamento para serem anunciados em breve, como a esperada regionalização do setor da Saúde Pública em todo o Estado de São Paulo, que além de uma nova dinâmica para o atendimento, pretende dar ocupação adequada a cerca de 9 mil vagas hospitalares que, descobriu-se, encontram-se desocupadas nos hospitais públicos paulistas.
Outra aposta do atual governo é um programa de concessão de rodovias e é justamente nesse plano que está embutida a cobrança do pedágio, que Kassab procurou, de todas as formas, justificar por antecipação. A ponto de dizer que, na campanha, Tarcísio havia prometido que não concordaria com “pedágios urbanos”, expressão até então não citada nesta questão, nem muito menos pelo então candidato, que se comprometeu, isso sim, a impedir a cobrança pelo uso das rodovias Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga, como forma de estimular a economia do município e região. Ou ainda que será buscada uma fórmula para que os mogianos não sejam taxados no sistema free flow, de cobrança eletrônica.
VISITA O secretário Gilberto Kassab visitou a TV Diário, ao lado de Marco Bertaiolli, e falou sobre algumas das principais demandas de Mogi e do Alto Tietê (Crédito: Ralph Siqueira)
A administração atual joga suas fichas na recuperação do transporte ferroviário de passageiros, com o Trem Intercidades, que, ele acredita, possa servir também aos mogianos, quando vier cobrir o trajeto entre São Paulo e São José dos Campos. O trem até César, outra promessa de Tarcísio em campanha, também consta dos planos do governo, mas que terá de se ajustar às contingências do orçamento estadual.
A seguir, os principais pontos da entrevista feita pelos jornalistas Darwin Valente (O Diário) e William Tanida (TV Diário):
O então candidato Tarcísio de Freitas prometeu reabrir o Pronto-Socorro do Hospital Luzia de Pinho Melo, com uma só canetada, no primeiro dia de governo. Por que isso ainda não ocorreu?
O que houve foi a nossa surpresa de, infelizmente, termos constatado quase 9 mil leitos hospitalares desativados e a necessidade de se fazer a regionalização da Saúde para que pudéssemos, com eficiência, ocupar equipamentos, algo que vai estar na apresentação do futuro projeto. Como isso acontecerá: hoje, em duas cidades vizinhas, existem equipamentos para oncologia. Não tem sentido. Vamos deixar uma cuidando da oncologia e outra para cardiologia, por exemplo. Vamos perseguir a eficácia para o bom aproveitamento de todos os equipamentos e leitos.
Também na campanha, o então candidato Tarcísio de Freitas prometeu que não iria implantar pedágios nas rodovias Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga. Hoje, o fantasma da cobrança pelo uso das rodovias está de volta. Por quê?
O compromisso dele não é em relação às rodovias, mas em relação às pessoas que moram na cidade. O pedágio urbano é uma decisão municipal; se uma cidade quiser estruturar o pedágio urbano, que evidentemente assuma as responsabilidades e as receitas por ele geradas irão para o município. Tarcísio deixou claro que faria todo esforço – e isso na forma de compromisso – para que a mobilidade dentro da cidade não possa ser atendida pelos pedágios. Com relação a pedágio nas rodovias, vamos aqui relembrar o nosso saudoso Mário Covas, que foi um grande governador. Covas fez o Rodoanel, Covas fez o Poupatempo, Covas fez o Bom Prato. Covas implantou pedágios em São Paulo. Eu corro o Brasil inteiro e se as rodovias paulistas não tivessem pedágios, elas estariam como estão 80% das rodovias do País inteiro: em estado de calamidade pública. Portanto, os pedágios vão continuar e eu tenho certeza de que o governador é uma pessoa de compromisso e está procurando encontrar o modelo que preserve as pessoas da comunidade, dentro da cidade.
O senhor acha justo colocar pedágio numa estrada de menos de 10 km de extensão, como a Mogi-Dutra, construída pelo próprio município?
Eu não vou entrar no aspecto de ser justo ou não ser, em relação ao treco. Eu vou entrar no aspecto da tecnologia para que possa, com isso, beneficiar investimentos futuros ou na manutenção do trecho específico. Mas o melhor é aguardar o modelo de concessão que vai ser apresentado, visando atender bem ao cidadão que mora em Mogi. Quanto ao uso da tecnologia free flow, que permite a cobrança por espaço percorrido, acho que deve ser implantado aqui. Essa é uma tendência de instalação da tecnologia disponível. O mundo inteiro caminha para isso. Então, não é a questão. Acho que o Brasil caminha para implantar essa tecnologia porque ela é muito mais justa. Mas eu ainda não conheço o modelo em sua plenitude.
O Rodoanel passa por Suzano, mas tanto o suzanense quanto mogiano, assim como demais moradores da região não têm um acesso direto àquela rodovia, precisando ir até Itaquá para acessar a estrada. Há possibilidade de uma ligação direta com o Rodoanel em Suzano?
Posso lhe adiantar que existem estudos. É uma demanda importante da região e os estudos já estão acontecendo. Há muita lógica na abertura deste acesso. O Rodoanel tem características muito especiais de rolamento, mas neste caso específico, tenho conhecimento de que existem os estudos, com grandes chances de serem concretizados.
A Mogi- Dutra foi duplicada, mas um trecho de menos de 1 km ficou com pista única porque o DER não conseguiu desapropriar o terreno. Tarcísio prometeu: a estrada será concluída? E como ficam outras estradas região, com um número absurdo de acidentes, mas sem sinalização eletrônica e policiamento ostensivo?
A conclusão da Mogi-Dutra está sendo estudada e a solução dessa demanda virá na solução global do projeto de concessão. Quanto às demais estradas, fica claro que precisamos de um novo modelo, que tenha como previsão investimentos em segurança, em melhoria da infraestrutura e tecnologia para fazer receita. Tudo isso será atendido no modelo que será apresentado.
E a ponte sobre o Tietê, na Estrada da Volta Fria, que o governo está pavimentando. Quando sai?
Quero registrar aqui que o deputado Bertaiolli e o prefeito Caio não têm deixado, em todas as reuniões que têm conosco, de tratar desse assunto, mostrando a importância de encontrarmos, de parte do Estado, uma forma para que possamos fazer esse investimento. Isso tem sido abordado e preciso fazer justiça ao prefeito Caio que, em diversas oportunidades, tem cobrado a obra, assim como o deputado Bertaiolli.
Outra promessa do governador Tarcísio foi trazer o trem de subúrbio até César de Souza. Quanto vai se colocar o trem nesta linha? O Trem Intercidades vai servir Mogi?
Tudo isso está no contexto do planejamento. Vamos deixar claro que o importante é que se tem uma decisão de se realizar tal investimento. Depois vem o ordenamento por prioridades. Em diversas oportunidades, o governador Tarcísio tem lembrado da importância dessa extensão. Eu tenho certeza que ela acontecerá, mas dentro de um planejamento adequado para definir prioridades. Mas posso afirmar aqui que sou testemunha desse compromisso dele (Tarcísio)e que será incorporado no planejamento estratégico do Estado. Quanto ao Trem Intercidades, acredito que essa demanda de Mogi será incoporada aos estudos para o trem São Paulo-São José dos Campos.
Como o senhor avalia a possibilidade de o deputado Marco Bertaiolli deixar a Câmara Federal para ser conselheiro do Tribunal de Contas do Estado?
Não estamos nos envolvendo com isso, pois a vaga é da Assembleia Legislativa. A do governo será em 2025. Mas no caso do deputado, o presidente Valdemar Costa Neto (PL) foi endossado pelo PSD para indicação de Bertaiolli, mas é uma decisão interna da Assembleia. Mas eu realmente entendo o deputado muito bem preparado e vocacionado para uma função de tanta importância.
Em sua opinião, Mogi perde ou ganha com a ida de Bertaiolli para o TCE?
Acho que uma cidade ou uma região ter alguém com a experiência na vida pública, que já foi vereador, prefeito e deputado, conhecedor, portanto, dos seus problemas, dentro do Tribunal é um privilégio. É um observador muito bem posicionado que poderá ser um grande parceiro, no acompanhamento das soluções e no enfrentamento dos desafios que Mogi e região têm.
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