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Eleitores jovens crescem 213% em Mogi

O universo de jovens entre 16 e 17 anos de idade com título de eleitor em mãos aumentou 213% em Mogi das Cruzes desde as últimas eleições, em novembro de 2020, até o final de abril de 2022, passando de 930 para 2.912. O crescimento na cidade foi maior do que em toda a região […]

15 de maio de 2022

Reportagem de: O Diário

O universo de jovens entre 16 e 17 anos de idade com título de eleitor em mãos aumentou 213% em Mogi das Cruzes desde as últimas eleições, em novembro de 2020, até o final de abril de 2022, passando de 930 para 2.912. O crescimento na cidade foi maior do que em toda a região do Alto Tietê, que registra 160% a mais deste público no mesmo recorte de tempo, com 4.085 pessoas no período anterior e 10.653 até o término do mês passado.

Estes números, no entanto, apresentarão alterações até o próximo dia 30 de maio, quando termina o prazo para os cartórios eleitorais processarem os pedidos de alistamentos feitos pelo sistema Título Net, no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com prazo final à meia-noite de 4 de maio último.

Já com o título em mãos, o mogiano Mateus Yudi Shikay , 16 anos, aposta que com o primeiro exercício do voto, no próximo dia 2 de outubro deste ano, em primeiro turno, e se necessário também em 30 do mesmo mês, em segundo turno, estará ajudando a mudar o país. 

“A política muda a vida das pessoas e, através desta mudança, podemos ajudar a mudar o Brasil, através do voto”, destaca o estudante do Ensino Médio da Escola Estadual Francisco Ferreira Lopes, na cidade. 

Acompanhando a política desde a época em que teve início o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, ele liga a televisão logo ao acordar para ficar por dentro das notícias relacionadas à área. “Comecei a me interessar pelo assunto nesta época do impeachment, participei das manifestaçoes, ainda não entendia muito bem, mas queria estar lá. Depois isso foi crescendo, fui aprendendo mais e conversando com as pessoas para entender a opinião de cada uma e a própria democracia”, conta.

Segundo Mateus, a família não tem o mesmo hábito de falar sobre política e é bem reservada sobre o assunto, o que deve ocorrer em muitas casas, por isso seria importante a inserção de aulas sobre educação política e financeira nos currículos escolares. “Converso com amigos e professores. Conhecer o assunto é importante para ter argumentos, porque hoje em dia há muitas tentativas de manipulação”, avalia.

Integrante do movimento Juventude Mudando a Política (Jump), de Mogi, ele acredita que a falta de incentivo faz com que muitos jovens não tenham interesse em votar. “Isso acontece por causa do desinteresse da nova geração em todos os aspectos, o que inclui a política, seja porque os pais não apoiam ou porque falta esta discussão no currículo escolar”, diz Mateus, que participou do Parlamento Estudantil da Câmara de Mogi, em 2019 e 2021, nas categorias infanto-juvenil e jovem, respectivamente, estuda a candidatura a algum cargo político no futuro e pretende cursar a faculdade de Relações Públicas, assim como trabalhar com eventos. 

Quem também aposta no voto para ajudar a mudar a realidade do país é Larissa Fernandes Faria, 17 anos, que votará pela primeira vez em outubro próximo. “O que me motivou a tirar o título foi a esperança de mudar o Brasil de alguma forma. Estamos vendo um governo muito negligente em relação à saúde e, como pretendo ser médica, é incompatível com o rumo que o Brasil está tomando. Com mais jovens participando, estaremos configurando uma geração mais empática e consciente, socialmente falando. Estou otimista com os resultados das eleições”, revela ela, que já se formou no Ensino Médio e hoje faz curso pré-vestibular no Intertexto, em Mogi.

De olho no noticiário, ela aposta que acompanhar o cenário político é importante para ter consciência da realidade em que está inserida. “Entender o mundo em que estamos vivendo é essencial, para isso precisamos acompanhar, nos informar e certificar que as fontes que temos acesso acesso são confiáveis”, orienta, revelando que, apesar de gostar da área, não pretende seguir carreira política. “Quero apenas, com meu direito de cidadã, exercer a democracia através do voto”, conclui.

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