Em ação de monitoramento, técnicos do Instituto Gremar registraram o encalhe dos animais na praia do Indaiá
Golfinhos são encontrados mortos na praia do Indaiá, em Bertioga (Divulgação - Instituto)
Em ação pelo Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) na manhã desta quinta-feira (23), na Praia do Indaiá, em Bertioga (SP), os técnicos de campo do Instituto Gremar registraram o encalhe de 12 golfinhos da espécie Pontoporia blainvillei, popularmente conhecido como toninha, todos em óbito.
A equipe identificou no grupo quatro machos adultos e oito fêmeas (uma filhote, duas juvenis e cinco adultas).
Segundo o Gremar informou a O Diário neste sábado (25), as carcaças encontravam-se ainda em início do processo de decomposição, sem exceção. Todas foram encaminhadas ao Centro de Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos, no Guarujá (SP), para realização de exames de necropsia, que poderão indicar a causa mortis dos animais com mais precisão.
Encalhes
De janeiro a dezembro de 2022, no trecho monitorado pelo Instituto Gremar pelo PMP-BS (praias de Bertioga, Guarujá, Santos e São Vicente), foram registrados 110 encalhes de golfinhos desta espécie, todos em óbito, exceto um, que posteriormente também não resistiu.
Já em 2023, desde o último dia 1º de janeiro, 53 toninhas encalharam no mesmo trecho, incluída a ocorrência desta quinta-feira (23).
Dentre os fatores antrópicos que mais afetam sua sobrevivência estão a interação com redes de pesca, a poluição das águas, a sobrepesca (que reduz a disponibilidade de alimento) e a poluição sonora causada pela intensa atividade portuária.
Espécie
A toninha é uma das menores espécies de golfinho do mundo, ocorrendo apenas na América do Sul, entre o Espírito Santo, no Brasil, e o Golfo San Matias, na Argentina. Além disso, está criticamente em perigo, segundo a Lista Oficial das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção, sendo considerada a mais ameaçada do Brasil entre os golfinhos.
As fêmeas têm apenas um filhote a cada um ou dois anos e a gestação dura aproximadamente 11 meses, o que é considerado um longo período quando se trata de recuperar as populações.
A luta pela conservação das toninhas envolve conhecimento e conscientização da população sobre os riscos que essa espécie de cetáceo está passando e de como sua possível extinção traria grandes prejuízos ao ecossistema marinho.
Também é essencial que prossigam as pesquisas voltadas para que as atividades antrópicas (realizadas por humanos) sejam cada vez mais devidamente ordenadas e regulamentadas.
Serviço
O PMP-BS é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.
O projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, por meio do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. É realizado desde Laguna (SC) até Saquarema (RJ), sendo dividido em 15 trechos. O Gremar monitora o Trecho 9, compreendido entre São Vicente e Bertioga.
É possível acionar o serviço de resgate de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, vivos debilitados ou mortos, pelos telefones 0800 642 3341 ou (13) 99711 4120. Para mais informações sobre o PMP-BS basta acessar: www.comunicabaciadesantos.com.br
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