Deputado fala dos planos para a Assembleia e admite desejo de ser prefeito de Mogi

Ao iniciar seu terceiro mandato junto à Assembleia Legislativa de São Paulo, o deputado estadual mogiano, Marcos Roberto Damasio da Silva (PL), está disposto a se empenhar ao máximo para conquistar uma série de obras que aguardam por execução no Alto Tietê, especialmente em Mogi das Cruzes, muitas das quais foram solenemente prometidas durante a campanha por Tarcísio de Freitas (Republicanos), que se elegeu governador do Estado.

Com a experiência adquirida ao longo dos oito últimos anos no cargo, ele se lembra do apoio recebido em diferentes cidades do interior paulista, mas garante que seu foco estará voltado para a região de Mogi. Ele espera que com a presença do deputado André do Prado (PL) na presidência da Assembleia e com seu partido integrando a base de apoio do governador, possa levar adiante, com sucesso, todos os seus principais projetos.

Um dos fatores que contribuiu para esse otimismo foi a excelente receptividade encontrada junto a Tarcísio de Freitas, em recente almoço, ao lado de outros membros da bancada do PL. Durante as três horas do encontro, Damasio encontrou tempo para lembrar seu interlocutor sobre o novo acesso ao bairro industrial do Taboão pela Rodovia Ayrton Senna, já projetado e esperando apenas a canetada final do governador, que lhe deu esperanças positivas para a realização da obra.

Damasio disse que conversou também sobre a reabertura do Pronto-Socorro do Hospital Regional Luzia de Pinho Melo, em Mogi. Tarcísio lembrou-se do compromisso de campanha e disse que a medida deverá ser colocada em prática até o final do primeiro semestre deste ano.

O deputado  reforçou o pedido para reformas das quatro estações ferroviárias de Mogi – Jundiapeba, Braz Cubas, Central e Estudantes – e pôde perceber a intenção do governador em executar as obras.

Na verdade, Damasio deixou o encontro impressionado pela maneira como Tarcísio “está antenado e bem informado” sobre tudo o que está relacionado ao estado de São Paulo.

“Saí com uma impressão positiva, pois ouvi um governador que fala muito em modernidade, em tornar São Paulo mais eficiente, fazendo jus ao perfil de grande tocador de obras, que deverá concluir os trabalhos já em andamento, como a pavimentação da estrada da Volta Fria e a ponte sobre o rio Tietê, no bairro do Rio Abaixo”, disse o deputado, ressaltando que o governador não deixa questões sem respostas.

Na verdade, o mogiano sabe que Tarcísio irá precisar do respaldo do PL na Assembleia, com 19 deputados, incluindo o presidente da casa. “Ele deixou a mensagem que irá trabalhar do nosso lado e essa parceria será fundamental para o que ele quer fazer em favor do estado de São Paulo”.

O parlamentar mogiano, no entanto, espera com expectativa asprimeiras semanas de atividades no Legislativo para saber se todas essas teorias e promessas terão desdobramentos reais, na prática. 

Damasio está confiante e acredita que a eleição do deputado André do Prado para presidente da Assembleia também será muito positiva para o seu trabalho na Casa. “É um fato importante para o Alto Tietê”, diz o parlamentar, lembrando que o eleito será uma importante cunha junto ao governador Tarcísio na busca de soluções para problemas da região.

“André conhece muito bem a região e o que já vinha solicitando ao ex-governador Rodrigo Garcia (PSDB), é um parceiro do Condemat e sabe do que o Alto Tietê precisa. Como presidente, ele passa a ter uma força muito maior junto ao governo para exigir o atendimento das reivindicações de nossas cidades”, garante.

Além da presença de André na presidência da Casa, o fato de Gilberto Kassab ser atualmente um dos homens mais próximos do governador também é outro fator positivo para a região. “Kassab é amigo de Valdemar Costa Neto e do Bertaiolli e isso é muito bom. Agora é dar tempo ao tempo, mas estou otimista, acho que vai dar tudo certo”, garante.

O mogiano também acredita que o governador Tarcísio tem uma estrela muito luminosa em sua vida, já que estreia no comando do governo do principal estado do País, numa situação cômoda em termos financeiros, já que lhe foi deixado pelo recente governo do PSDB algo em torno de R$ 50 bilhões em caixa, num cenário pós-pandemia.

“São Paulo é a locomotiva deste País; é como se o governador recebesse uma Ferrari com tanque cheio para dirigir. Como ele é uma pessoa preparada, acredito que fará uma grande administração”, disse o deputado, lembrando o agradecimento de Tarcísio para o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, por ter sido “correto” com ele e com o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Marcos Damasio é cauteloso ao extremo e econômico nas palavras ao comentar sobre a política municipal e o governo do prefeito Caio Cunha (PODE): “Estamos aguardando; acho que ainda é cedo para uma avaliação definitiva, mas me dou  muito bem com o Caio, que é meu amigo, sempre me tratou muito bem. À distância, tenho acompanhado que algumas coisas vão bem, outras não. Sei que não é fácil administrar uma cidade do tamanho de Mogi. Mas torço pelo sucesso da administração, pois está em jogo o futuro de nossa cidade”, conclui.

Candidatíssimo

Com o prestígio garantido pelos seus 183.219 votos alcançados nas eleições passadas e pelo cargo de presidente do Diretório Municipal do PL de Mogi das Cruzes, o deputado Marcos Damasio, 59 anos, está certo de que seu partido político não deixará de disputar a eleição para prefeito na cidade, no final do próximo ano.

Em sua opinião, o grupo mogiano que consegue reunir o poderio eleitoral de políticos como o presidente nacional liberal Valdemar Costa Neto, o deputado federal Marco Bertaiolli (PSD) e o ex-prefeito Marcus Melo (PSDB), não pode, de maneira alguma, deixar passar a oportunidade de ter um candidato próprio que, em sua opinião, deverá sair de um acordo entre as lideranças, após a avaliação de uma consulta popular que será feita em Mogi, no próximo semestre. A pesquisa servirá para avaliar o potencial de cada virtual candidato a prefeito pelo grupo.

Mas que ninguém duvide de uma coisa: Damasio acha que é a vez de o PL entrar na disputa e admite até mesmo que se o seu nome vier a ser escolhido, estará pronto para encarar os desafios de uma campanha que promete ser por demais acirrada.
Argumentos a seu favor nunca lhe faltam.

Ele próprio lembra que está na política há muito tempo, mais de 30 anos, dos quais, 16 foram vividos como vereador em Mogi, sendo os últimos seis anos acumulados com o cargo de secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Social, além de mais oito anos como deputado estadual. Este ano, ele inicia o terceiro mandato junto à Assembleia, mas faz questão de lembrar que é “um dos poucos políticos da atualidade” que conviveu com antigas lideranças, como os ex-prefeitos Waldemar Costa Filho, Francisco Ribeiro Nogueira, Padre Melo e Junji Abe, o deputado Mauricio Najar, vereador Ivan Nunes Siqueira, entre outros.

Mas o que Damasio faz questão de citar é sua amizade de mais de 50 anos com Valdemar Costa Neto. Ele ainda se lembra de quando, ainda menino, recebia Costa Neto, já adulto, em sua casa, no ainda bairro de Braz Cubas, para conversas com seu pai, o ex-vereador Tarcísio Damasio da Silva.

Quando diz que está há mais de 30 anos na política, Marcos Damasio inclui aí os tempos em que, garoto, passou a acompanhar as ações eleitorais do pai, um mineiro que, mesmo morando em São Paulo (onde Marcos nasceu), trabalhava na antiga Fábrica de Pianos Schwartzmann, em Braz Cubas, para onde ele decidiu se mudar com a família, no final dos anos 60, quando passou a conciliar suas atividades profissionais com uma pequena mercearia, que abriu para ajudar no orçamento.

Com o conhecimento alcançado na fábrica e no ponto de vendas, Tarcísio logo se viu picado pela mosca azul da política e, em 1968, se elegeu vereador pela primeira vez. Foi ele o primeiro vereador de  Braz Cubas.

Ao todo foram cinco mandatos seguidos, até que o pai, amigo pessoal de Aureliano Chaves, seu conterrâneo de Três Pontas, vice-presidente do general João Figueiredo, decidiu passar o bastão para o filho que sempre o acompanhou e demonstrou interesse pela vida política. 
Marcos Damasio começava ali uma longa carreira de sucesso. Hoje, ele ainda se lembra do empenho do pai, junto a Aureliano, para conseguiu as obras do Projeto Cura, de urbanização de cidades, que mudariam a vida no distrito de Braz Cubas, com asfalto, saneamento, creches e outras benfeitorias.

“Também por isso, seria uma honra e orgulho ser prefeito da cidade onde eu vivo há mais de 50 anos”, diz ele.

Entendimentos

 “Vamos aguardar. O importante é ter um grupo político forte que caminhe junto”, diz ele, lembrando que antes de qualquer definição, será necessário unir todo os aliados em torno do lançamento de uma candidatura à Prefeitura. 

Os sinais vêm sendo dados. Segundo ele, o ex-prefeito Marcus Melo já teria conversado com seu antigo desafeto, Marco Bertaiolli, aparado arestas e estaria disposto a trocar o PSDB pelo PL.

Melo teria conversado com Valdemar Costa Neto e dito que se realmente mudar de legenda, não pretende impor nada, deixando para que o grupo decida sobre quem poderá ser um eventual candidato a prefeito.

Damasio reassume o tom cauteloso e diz que “a rua vai decidir, por meio de uma pesquisa séria” qual será o nome. 

“Seja quem for o escolhido, iremos caminhar juntos, o PL, PSD, Republicanos e outros eventuais partidos”, garante o deputado. 

 ELEIÇÕES DE MARCOS DAMASIO

Vereador em Mogi
1988 – 1.643 votos
1992 – 1.948 votos
2004 – 4.804 votos
2008 – 3.458 votos

Deputado estadual
2014 – 59.368 votos 
2018 – 81.695 votos
2022 – 183.219 votos

Fonte: TRE e Assessoria