Deputado estadual era um dos cotados antes de Valdemar Costa Neto declarar apoio a Marco Bertaiolli; apoio a Marcus Melo foi descartado pelo líder do PL
(Imagem: Reprodução/ Arquivo O Diário)
No final da semana passada, as declarações do líder nacional do PL, Valdemar Costa Neto, sobre aliança com o deputado federal Marco Bertaiolli (PSD) para lançamento de candidaturas para disputar as próximas eleições municipais de 2024, caíram como um balde água fria sobre os planos de alguns políticos que buscavam apoio dele para se lançar na disputa a prefeito de Mogi das Cruzes. Esse é o caso do deputado estadual Marcos Damasio (PL) e do ex-prefeito Marcus Melo (PSDB).
O assunto foi tratado por Costa Neto em conversa com os jornalistas antes da cerimônia realizada pela Câmara de Mogi, na sexta-feira (02) em homenagem ao centenário de nascimento do pai dele, o prefeito Waldemar Costa Filho - O Diário acompanhou a entrevista dada pelo líder nacional do PL que pretende eleger 1.400 prefeitos em 2024 (leia aqui).
O nome de Damasio, que se despontava dentro do PL como um possível candidato para concorrer à Prefeitura de Mogi com o virtual candidato a reeleição, Caio Cunha (PODE), foi praticamente descartado por Valdemar. Na eleição passada, o mogiano obteve 183 mil votos para deputado estadual e ficou no 16º lugar no ranking dos mais votados para a Assembleia de São Paulo.
Segundo Costa Neto, o parlamentar mogiano tem um perfil mais voltado para o legislativo e que seria melhor o político continuar como deputado, reforçando que o melhor nome para essa disputa é o de Bertaiolli, pela boa votação que ele teve nas eleições para prefeito e para a Câmara Federal (157 mil votos).
“Marcos Damasio não porque ele nasceu para o legislativo. Ele já foi vereador e sempre se deu bem com isso. O Marcos nasceu para o Legislativo e nasceu com muita sorte”, declarou, sugerindo que o deputado tem a sorte de ter o apoio dele e do PL.
Questionado a respeito do posicionamento do seu líder, Damasio alega que as declarações não frustraram os seus planos políticos. “Nunca afirmei que sou candidato a prefeito”, observou o deputado, apesar de ter dito várias vezes em entrevista a este jornal que o nome dele estava à disposição do PL para a disputa e que se sentia preparado para administrar a Prefeitura de Mogi.
Damasio está em seu terceiro mandato na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e disse anteriormente que seria natural que o nome dele fosse cogitado inicialmente, já que existe a intenção do PL de lançar candidatura própria. Ele também havia falado sobre o sonho de ser prefeito da cidade: “Pela experiência e trajetória política, iniciada em 1988, quando fui eleito vereador pela primeira vez, sinto-me preparado para o cargo”, disse.
Mesmo assim, o deputado deixava expresso, em suas declarações, que iria seguir e apoiar a decisão da maioria do grupo, integrado também por Bertaiolli, do PSD, que apesar de ter o nome cogitado por Costa Neto, ainda não se decidiu sobre a possível candidatura a prefeito de Mogi - o ex-prefeito vem tentando emplacar uma terceira via, com o lançamento de um dupla formada por um de seus ex-secretário de Saúde, Marcello Cusattis, o Téo, e a esposa dele, Mara Bertaiolli.
Caso se confirme o nome de Bertaiolli, o deputado Damasio afirma que não iria se opor. “Sim (apoiaria), até porque o Bertaiolli é muito próximo ao Valdemar. Se o Bertaiolli for o candidato, com certeza, terá o meu apoio”, reforçou.
Apesar da compreensão a respeito desse assunto, Damasio demonstra que não gostou das declarações de Costa Neto de que ele “nasceu com muita sorte”. Em suas páginas nas redes sociais, ele deu uma resposta sutil: “Para ser o deputado mais votado de Mogi tem que ter uma sooorte danada. Olha para cá. No mandato de Marcos Damasio mais de 120 cidades paulistas forma ajudadas com o trabalho do deputado. #trabalharmuitodaumasooorte”.
Teimosia
Sobre o ex-prefeito Marcus Melo, o líder o PL citou os problemas que tiveram na campanha de 2020 à reeleição porque, segundo ele, Melo se recursou a fazer uma aliança e não quis seguir nenhuma orientação do seu grupo político, o que poderia ter garantido a eleição dele em primeiro turno. O pleito foi decidido em segundo turno, com a vitória do adversário Caio Cunha.
Apesar de dizer que acha difícil a possibilidade de o seu grupo apoiar o ex-prefeito pelos motivos que ele citou, mas, mesmo assim, disse que quem é o grupo que vai decidir sobre uma futura candidatura. O ex-prefeito, atual presidente local do PSDB, também integra o grupo do Costa Neto e chegou a cogitar a possibilidade de mudar de partido.
“Gosto muito dele, mas acho difícil nosso pessoal apoiá-lo, porque nós tivemos muitos problemas e desentendimentos na campanha (2020). Nós queríamos fazer umas correções na campanha passada e ele não fez. Nós sabíamos que iríamos perder eleição e que gente ganhava no primeiro turno e perder no segundo. Tentamos mudá-lo, mas ele não fez essas mudanças. Ele não fez e foi muito teimoso. Nós estávamos vendo que estávamos indo pro buraco e que ele estaria com a eleição ganha se nos ouvisse, mas ele não mudou.
A reportagem de O Diário procurou o ex-prefeito e insistiu para ouvir o que ele tem a dizer a respeito das declarações e para saber como ele pretende viabilizar a sua candidfatrura ou convencer o grupo do PL a apoiá-lo, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.
Por várias vezes durante a entrevista, Costa Neto destacou a popularidade e aprovação do nome de Bertaiolli para a Prefeitura de Mogi. Ele chegou a cogitar a possibilidade de o pedessista mudar de partido e ir para o PL para disputar a eleição em 2024.
Bertaiolli concorreu prefeitura de Mogi pela primeira vez em 2008, eleito em primeiro turno. Disputou a reeleição em 2012, com 80,82% dos votos válidos. Foi ele que lançou e conseguiu eleger Marcus Melo, na época era diretor do Semae.
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