Estimativas do Sincomércio e da ACMC apontam para um aumento de até 20% nas compras de Black Friday, Natal e Copa do Mundo
CENÁRIO Novos estabelecimentos comerciais, como o Patteo Urupema Shopping, que deve ser inaugurado nos próximos meses, já movimentam a região central de Mogi das Cruzes (Divulgação)
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Estimativas do Sincomércio e da ACMC apontam para um aumento de até 20% nas compras de Black Friday, Natal e Copa do Mundo
CENÁRIO Novos estabelecimentos comerciais, como o Patteo Urupema Shopping, que deve ser inaugurado nos próximos meses, já movimentam a região central de Mogi das Cruzes (Divulgação)
Passados dois anos e oito meses do início da pandemia de Covid-19, o comércio, um dos setores da economia mais afetados pelas medidas restritivas para enfrentamento à disseminação do novo coronavírus, vive a retomada, com perspectiva positiva para este final de ano em Mogi das Cruzes. A expectativa é marcada pela abertura de novos estabelecimentos na cidade, previsão de 1,1 mil contratações temporárias e de crescimento de 20% nas vendas em comparação com o mesmo período de 2021.
“Estamos em um processo muito interessante, do ponto de vista da economia, marcado pela deflação dos últimos dois meses, que deve se acentuar até o final do ano. Com a queda de preço, a economia começa a esquentar de novo, já que o poder aquisitivo não aumentou, os preços, como o da gasolina, dispararam, vieram a pandemia e a guerra, e tudo isso afetou diretamente o comércio. Mas, ao contrário da projeção que tínhamos feito de que as vendas online continuariam em crescimento e as presenciais teriam diminuição ainda maior, o comércio começou a dar uma esquentada com projeção melhor do que a esperada”, explica Valterli Martinez, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Mogi das Cruzes e Região do Alto Tietê (Sincomércio).
Segundo ele, os comerciantes fizeram a lição de casa e foram atrás dos clientes para trazê-los de volta às lojas físicas ou virtuais e, portanto, estão conseguindo se manter. “O número de empresas que esperávamos que fechariam no pós-pandemia diminuiu muito e as novas estão aparecendo. Até o final do ano, os empregos serão até um pouco superior a 2019 e isso mostra que já recuperamos os postos de trabalho perdidos na pandemia e estamos gerando empregos reais”, considera Martinez.
Ainda na análise do presidente do Sincomércio, apesar de estável, este crescimento garante a manutenção das empresas abertas. “Nos últimos quatro anos antes da pandemia, de 2016 ao início de 2020, já houve uma queda no comércio, mas a pandemia foi um acelerador desta recessão, que já vinha sendo observada”, considera.
Martinez revela que a crise mundial de saúde levou ao encerramento de atividades de cerca de 4,5 mil estabelecimentos comerciais e de serviços no Alto Tietê, sendo 1 mil deles apenas em Mogi. “Este número é estimado, porque nem todos os comércios que fecharam as portas deram baixa no CNPJ, já que não tinham condições financeiras para isso. Então, este volume pode ser ainda maior. Mas, agora, estamos vendo a estabilidade e não há mais a possibilidade de fechamento, porque houve o abrandamento da pandemia”, reforça.
Apesar dos reflexos das medidas restritivas impostas pela pandemia, Martinez lembra que, em 2021 já houve um retorno de empresas físicas que haviam fechado, inclusive com recontratações de funcionários, o que já superou, no final do ano passado, os empregos perdidos. “Isso foi uma revelação, mas não para manter os comércios, porque ficaram dívidas, como impostos federal, estadual e municipal. As empresas que se mantêm abertas diminuíram a margem de lucro, que era de 10% a 12%, para 5% a 6%, e não conseguem repassar todo o custo da matéria, que subiu muito, aos consumidores. Além disso, a concorrência está se acentuando, com novas empresas buscando mercado”, aponta.
No entanto, mesmo diante da abertura de unidades de estabelecimentos comerciais de grandes redes, como o restaurante Outback, no Mogi Shopping, e a lanchonete temática Mundo Animal, na região central, que receberá nos próximos meses o Patteo Urupema Shopping, com expectativa de gerar 700 empregos diretos e outros 1 mil indiretos, Martinez atenta que 80% dos CNPJs abertos correspondem a Microempreendedores Individuais (MEIs), sendo que apenas 10% são correspondentes a comerciantes.
Um dos destaques de contratações foi o segmento de serviços, que inclui bares, restaurantes e lanchonetes, também bastante afetados na pandemia e um dos que mais demoraram a se recuperar. “Agora, as contratações neste setor estão até quatro vezes superiores aos números de 2019. Daqui para a frente, a projeção é boa, já que teremos a estabilidade dos auxílios sociais até dezembro, que ajudaram o comércio, porque acabaram se revertendo em pagamento de contas e reativaram o crédito, já que em Mogi 34% das famílias estavam endividadas, com débitos acima de R$ 6 mil. A perspectiva também é positiva para as contratações temporárias, que devem chegar a 2,1 mil vagas na região, sendo 1,1 mil em Mogi”, aposta Martinez.
Vendas de Natal devem crescer 20%
OTIMISMO Comércio de Mogi mantém expectativas positivas para as vendas de final de ano (Mariana Acioli)
A Associação Comercial de Mogi das Cruzes (ACMC) avalia que o comércio foi um dos setores mais afetados pela pandemia de Covid-19, entre 2020 e 2021, mas agora, com o abrandamento de casos da doença em relação à sua fase mais aguda, a expectativa é de alta de cerca de 20% nas vendas de final do ano.
“Se analisarmos de forma macro, São Paulo esteve no epicentro do coronavírus, e as medidas adotadas para conter o vírus impactaram na retomada de circulação de pessoas, o que atingiu diretamente o setor. Agora, alguns indicadores, como a prévia do PIB (Produto Interno Bruto), que cresceu 1,2% no segundo trimestre deste ano, apontam para um avanço da economia”, destaca a presidente da ACMC, Fádua Sleiman.
Segundo ela, em Mogi, as principais datas do comércio em 2022, como Dia das Mães, Dia dos Namorados, Dia dos Pais e Dia das Crianças, apresentaram crescimento nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado.
Ainda de acordo com a Associação Comercial, uma parte deste resultado foi gerada pela injeção de recursos, como a antecipação do décimo terceiro para aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e o saque extraordinário do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
“No entanto, a inflação, que registrou uma alta importante, e impactou, especialmente, o preço de itens básicos, freou um aumento mais consistente.
Neste segundo semestre, teremos eventos importantes para o comércio, como a Black Friday, a Copa do Mundo e o Natal, que é a melhor época para o setor”, prevê Fádua.
Diante deste cenário de expectativas, ela adianta que é esperada a alta de cerca de 20% nas vendas deste fim de ano em comparação com o mesmo período de 2021, no entanto, as incertezas do mercado e o cenário político pesam na decisão dos empresários sobre investimentos.
Fádua avalia que alguns comerciantes ainda enfrentam as perdas e prejuízos acumulados durante a pandemia, mas o período também abriu novas oportunidades e ampliou as vendas online.
“Avaliamos que, aos poucos, o setor tem se recuperado das perdas, mas é importante que os governos também apoiem os empresários com a abertura de crédito, programas de renegociação de dívidas e redução de impostos, para que a recuperação seja mais célere”, enfatiza a presidente da ACMC.
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