Diário Logo

Notizia Logo

Com desafios, Mogi cresce 21% em 12 anos, aponta prévia do censo

Com crescimento populacional de 21,61% nos últimos 12 anos, passando de 387.779 habitantes, apontados no Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para 471.602, na prévia de 2022, divulgada no último dia 28 de dezembro, Mogi das Cruzes tem pela frente inúmeros desafios para garantir qualidade de vida e atender as demandas […]

14 de janeiro de 2023

Reportagem de: O Diário

Com crescimento populacional de 21,61% nos últimos 12 anos, passando de 387.779 habitantes, apontados no Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para 471.602, na prévia de 2022, divulgada no último dia 28 de dezembro, Mogi das Cruzes tem pela frente inúmeros desafios para garantir qualidade de vida e atender as demandas nas mais diversas áreas diante do aumento do número de moradores.

Segundo o jornalista Castro Alves Bruno, especialista em estatística e pesquisa, há a expectativa do final dos números que ainda serão cravados pelo Censo 2022, mas além de alguns ajustes necessários, principalmente em municípios que apresentam mais eleitores do que habitantes, como é o caso de Salesópolis, de modo geral, a conclusão do levantamento não deve trazer muitas alterações, confirmando a maior parte dos números trazidos na prévia.

“Pode até haver alguma mudança, mas não deve ficar muito fora desta prévia divulgada pelo IBGE. Em Mogi, a porcentagem de crescimento da população de 2000 a 2010 foi de 17% e, de 2010 para 2020, havia a expectativa de 16%, mas o censo não foi realizado em 2020 e está sendo finalizado ainda, então, levando em consideração os 387.779 habitantes de 2010 e os 471.602 de 2022, com percentual de 1,1% de crescimento ao ano, teremos 477 mil moradores em 2023 e a expectativa de que Mogi chegará a meio milhão de habitantes antes de 2030”, detalha Castro.

Para o cálculo, ele leva em conta a média de 6 mil novos moradores a cada ano na cidade.

No entanto, como devido à pandemia de Covid-19 não foi possível a realização do Censo 2020, postergada para 2022 e ainda em fase final, o IBGE divulgou, em 2021, uma estimativa da população, que não se confirmou em todos os casos. 

“Esta estimativa para Salesópolis era superior a 17 mil habitantes. No entanto, a prévia do censo do IBGE apontou para 15.289. Como este número pode ser menor até mesmo do que o eleitorado da cidade, que é de 15.382? Pode ter sido um erro de digitação, mas o censo final deve acertar isso”, aposta o especialista.

Ainda na região, outras cidades também apontaram diminuição populacional no Censo 2022 no comparativo com a estimativa divulgada pelo IBGE em 2021. É o caso de Biritiba Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Poá e Santa Isabel. (Confira quadro com os números das cidades na página ao lado)

“Outros municípios, como Mogi, Suzano, Guararema, Arujá e Itaquaquecetuba, tiveram crescimento superior à estimativa”, compara o especialista, acrescentando que o censo é a maneira mais próxima de aferir a população, mas as estimativas, às vezes, são contrárias.
No entanto, ele considera que a pandemia não pode determinar os últimos 10 a 12 anos de censo como justificativa para a diminuição populacional em algumas cidades. “O número de mortes pela Covid pode ser um fator, mas não é o único. Talvez esteja muito mais relacionado ao comportamento das pessoas e ao planejamento familiar, já que hoje, a grande maioria pensa em diminuir o número de filhos e, por conta disso, a população não tem crescido tanto. No entanto, em Itaquaquecetuba, se dividirmos os 251.197 eleitores pelos 392.218 habitantes, teremos que 64% da população possui acima de 16 anos e 36% são menores do que esta idade. A população de Itaquá, provavelmente foi a que mais cresceu na região, porque vemos um número maior de nascimentos do que em outras cidades e temos maior índice de pessoas abaixo de 16 anos”, diz.

Já em Mogi, seguindo o mesmo raciocínio, 70,4% da população são eleitores e outros 29,6% têm abaixo de 16 anos. “É uma lógica e pode haver uma variação pequena. Quando o Censo 2022 do IBGE for finalizado, teremos os números exatos da população em cada faixa etária”, conclui Castro.

 

Eleitores superam moradores

A incógnita de Salesópolis, que apresenta número de habitantes – 15.289 – menor que o de eleitores (15.382) é uma das questões que devem ser ajustadas ao final do Censo 2022 do IBGE. 

“Esta questão de Salesópolis é a mais grave e também pode haver outras cidades do Estado de São Paulo na mesma situação. Normalmente, a porcentagem de eleitores com relação à população da cidade é de 70%, às vezes um pouco mais, principalmente em municípios menores, mas no caso de Salesópolis, o número do eleitorado é 102% da população. Este é um problema sério e que quem vai dar esta resposta do que aconteceu é o IBGE, com a conclusão do Censo, porque não dá para admitir que o eleitorado seja maior do que o total de habitantes”, alerta Castro Alves.

Outra questão que enfatiza ainda mais a situação divergente de Salesópolis é o fato de que, com estes números divulgados na prévia do IBGE, não aparece população com idade inferior a 16 anos na cidade, o também não reflete a realidade. “Quer dizer que não tem criança lá? Não precisa de creche com esta população, já que há mais de 100% de eleitores, ou seja, pessoas acima de 16 anos de idade”, aponta Castro.

Segundo ele, uma das hipóteses é a de que moradores de regiões da divisa com a cidade, como residentes em Biritiba Mirim, Paraibuna e Santa Branca, por exemplo, terem optado por votar em Salesópolis, da mesma forma que acontece nas áreas da divisa de Mogi, como Itaquaquecetuba e Suzano. “Mesmo assim, neste caso, estes números são absurdos”, considera.

Outro fator que precisa ser levado em conta, de acordo com o especialista, é o recadastramento realizado pela Justiça Eleitoral, que atualizou os dados para as eleições de novembro do ano passado. “Estes números do eleitorado são recentes e atualizados, mostrando que a tendência não é diminuir eleitorado, mas sim na maioria das vezes, aumentar, porém, sempre de maneira proporcional à população”, explica Castro. 

Veja Também