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MEIO AMBIENTE

Chuva e lixo tornam o rio Tietê ainda mais lento no trecho de Mogi

O Diário mostra flagrantes do descarte irregular de detritos no manancial que está sendo desassoreado, entre César e Biritiba Mirim

Mariana Accioli e Eliane José
09/01/2023 às 16:32.
Atualizado em 09/01/2023 às 21:42

Rua Senday, no bairro Ponte Grande, em Mogi das Cruzes (Crédito: Mariana Acioli)

À espera do desassoreamento na região central de Mogi das Cruzes, entre César de Souza e a Ponte Grande, o rio Tietê segue com o nível elevado, por causa da chuva, e pontos de acúmulo de lixo foram flagrados pela reportagem de O Diário. Os detritos jogados por populares e até empresas na margem ou no leito do manancial são encontrados diariamente. Quando não é deixada próximo ou dentro do rio, a sujeira lançada nas ruas acaba sendo empurrada pela enxurrada para o recurso hídrico.

Apesar da chuva constante registrada nesta primeira semana do ano, a Defesa Civil de Mogi das Cruzes não registrou pontos de inundação - alagamentos são dissipados com o escoamento da água logo depois das pancadas mais fortes. Mas, a situação do Tietê segue como um desafio.

Rua Senday, no bairro Ponte Grande, em Mogi das Cruzes (Crédito: Mariana Acioli)

Em ruas como a Senday, na Ponte Grande, e as proximidades das pontes na região entre César e Braz Cubas, olhares mais atentos levam ao encontro de detritos - copos e sacos plásticos, restos de madeira e outras embalagens.

O descarte irregular que colabora para a poluição do rio, no entanto, segundo a Prefeitura de Mogi, não se justifica: "a cidade possui de forma permanente coleta de lixo domiciliar, coleta seletiva, além de ações como o Projeto Cidade Bonita, um mutirão de zeladoria com carta de serviços completa e que agora em 2023 passará a incorporar também a Operação Cata-Tranqueira, que recolhe objetos sem serventia. Além disso, a Prefeitura disponibiliza três Ecopontos para o descarte correto de objetos, que seguem para reciclagem. Eles funcionam no Jardim Armênia, Parque Olímpico e em Jundiapeba".

Rua Avelino Pinto de Souza, no bairro Jardim Rodeio, em Mogi das Cruzes (Crédito: Mariana Acioli)

Desde o ano passado, Mogi das Cruzes acompanha o início de um processo de limpeza do rio prometido em 2018, como a reportagem de O Diário apresenta. Esse trecho contemplado por licitação do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) tem 5 quilômetros, e está localizado entre César de Souza e a cidade de Biritiba Mirim. O trecho urbano não será atendido nesta etapa (confira reportagem aqui).

Desde o início da atual administração, o prefeito Caio Cunha (PODE) tem solicitado a limpeza do trecho urbano do rio.

Até o ano passado, quando estava no governo um aliado de Caio, o ex-governador Rodrigo Garcia, as sinalizações de atendimento ao pedido eram positivas. No entanto, a confirmação da obra não veio a tempo de se garantir o projeto antes da chegada de Tarcísio de Freitas ao governo de SP. 

O Diário solicitou informações sobre o processo de desassoreamento ao governo do Estado, e à Prefeitura.

Em resposta, o Estado informa que iniciou em fevereiro de 2022 os serviços de desassoreamento e remoção de vegetação macrófita num trecho de aproximadamente 4.950 metros do Rio Tietê, a partir do Córrego Sabino até a ponte da Av. João XXII, em Mogi. No total, estão sendo investidos R$ 11,8 milhões, provenientes do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (FEHIDRO) e DAEE. Ou seja, no trecho que não contempla o perímetro que mais recebe esgoto domiciliar.

Segundo previsão do departamento, serão retirados "cerca de 52,4 mil metros cúbicos de sedimentos (como lodo, areia, terra e lixo coletado nesse processo) e 24,7 toneladas de plantas aquáticas, que vai aumentar a capacidade de escoamento do rio, evitar enchentes e melhorar a qualidade das águas".

"O projeto tem previsão de conclusão no primeiro trimestre de 2023 e vai beneficiar todo o Tietê", ressaltou o DAEE em nota.

O DAAE não trouxe informações sobre o outro pedido: a limpeza do rio no trecho urbano de Mogi das Cruzes.

Prevenção

Para a diminuição do lixo descartado irregularmente, ou, outros hábitos não saudáveis ao meio ambiente, a administração municipal dá algumas orientações:

"Sempre que flagrar alguém cometendo o descarte, pelo telefone 153, da Guarda Municipal. Uma vez acionada, a corporação encaminha imediatamente uma viatura ao local e, havendo o flagrante, o autor é multado. O valor da multa varia conforme o tipo de material descartado - para lixo domiciliar, é de 20 UFM; para lixo comercial ou de serviços, a multa é de 40 UFM e para lixo industrial e hospitalar, o valor é de 200 UFM".

As equipes do Departamento de Limpeza Pública, da Secretaria Municipal de Infraestrutura, também realizam de forma recorrente o serviço de limpeza e remoção de descarte irregular de lixo e entulho em áreas municipais.

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