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Censo ajudar a entender demandas as demandas do Alto Tietê

Está na diferença entre os números oficiais das estimativas populacionais divulgadas anualmente e os resultados preliminares divulgados pelo Censo 2022, o principal argumento para a manutenção da contagem demográfica nacional a cada 10 anos, instrumento fundamental para orientar as políticas públicas e o ordenamento dos investimentos e serviços nas cidades. No Alto Tietê, em seis […]

14 de janeiro de 2023

Reportagem de: O Diário

Está na diferença entre os números oficiais das estimativas populacionais divulgadas anualmente e os resultados preliminares divulgados pelo Censo 2022, o principal argumento para a manutenção da contagem demográfica nacional a cada 10 anos, instrumento fundamental para orientar as políticas públicas e o ordenamento dos investimentos e serviços nas cidades. No Alto Tietê, em seis cidades, a projeção feita em 2021 não bateu com atualização divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, no final de dezembro passado.
Embora a pesquisa anual da estimativa populacional já indique no nome seu objetivo – trata-se de um exercício de previsão, a confirmação das diferenças, em alguns casos, com variações entre o real e o previsto para baixo reforça a necessidade de se manter a regularidade da pesquisa nacional a cada dez anos.

São as pesquisas do IBGE que embasam a distribuição de recursos oriundos dos impostos entre o governo federal e os municípios, por meio de colchões como o do Fundo de Participação dos Municípios. Mais do que isso, esses índices norteiam as prefeituras e, particularmente, as secretarias de Planejamento e Urbanismo.

Estavam com o total de moradores desalinhado cidades como Ferraz de Vasconcelos, que trabalham com  números mais altos do que os demontrados pelo Censo e teve uma redução no dado de -5,7%; Poá (-8,1%); Santa Isabel (-5,2%), Biritiba Mirim (-9,2%) e Salesópolis (-11,9%). 

Nestes locais, a estimativa de 2021 apontou um número maior de moradores do que o apurado pelos recenseadores do Censo, que ainda será finalizado e poderá trazer ajustes.

Enquanto a Prefeitura de Itaquaquecetuba trabalhava com um número estimado de 379 mil moradores, a contagem atual indica a existência de 392,2 mil habitantes – ou seja, 7 mil CPFs a mais.

Também nessa linha, Suzano foi a cidade,  na região, que registra uma maior diferença positiva com 27 mil moradores a mais do que sugeria a pesquisa de 2021 (303 mil).

O mesmo se deu, mas em menor proporção, com Mogi das Cruzes, com uma população estimada de 455 mil mogianos no ano passado e uma soma agora de 471 mil moradores (veja quadro com os dados da pesquisa estimada e  do Censo 2022 e reportagem nas páginas 6 e 7).

Instrumento

O secretário municipal de Planejamento de Mogi das Cruzes, o arquiteto Claudio de Faria Rodrigues, considera ser muito importante o trabalho com números atualizados para amparar a definição de políticas e projetos para atender as demandas dessa nova população – que cresce com o nascimento dos bebês, e também com a chegada de gente que passa a adotar o município como endereço de trabalho e residência.

Ele destaca, sobretudo, o papel crucial que a base de dados mais próximos da realidade influencia nos setores sociais e econômicos, sobretudo nas áreas de educação e de saúde, apontadas como as principais “dores” do crescimento desalinhado do planejamento.
Na educação, a falta de creches e escolas tem sido um verdadeiro desafio em função do adensamento de determinadas regiões e do aumento da pressão por equipamentos  públicos para assistir os pais que precisam de ter onde deixar os filhos durante o período do trabalho.

Mesmo com as previsões estimadas, o secretário fala sobre as dificuldades de destinar os investimentos às regiões que estão crescendo mais do que as demais e atualizar o retorno dos impostos recolhidos pela União e depois depositados na conta do município.
Os valores das cotas pagas  às cidades levam em conta o  total de habitantes.

Em Mogi das Cruzes, além de setores em regiões como César de Souza, Jundiapeba, Parque São Martinho e Braz Cubas, tem sido registrado um aumento da moradia em comunidades rurais e as localizadas na divisa com cidades como Suzano e Guararema.

Novidade

O detalhamento do cruzamento dos dados por meio da geolocalização empregado pela primeira vez no Censo 2022 é esperado por técnicos da área do planejamento urbano.

A expectativa é de que esses dados sirvam para particularizar áreas que muito se modificaram nos últimos 12 anos, já que o último Censo Populacional ocorreu em 2010.

Assim como já havia acontecido na coleta dos dados do Censo Agropecuário em 2017, o Censo 2022 previu a captação das coordenadas dos domicílios urbanos (sendo que é prometido o sigilo da informação sobre o cidadão). 

Isso, segundo explicou no ano passado, o diretor de Geociências do IBGE, Cláudio Stenner, garantirá a “produção de estatísticas, o benefício de ter a informação georrefenciada no nível mais detalhado é poder fazer agregações de dados nos mais diversos recortes geográficos”.
Esses dados poderão orientar e servir de munição para depurar detalhes geográficos das localidades em situações como as áreas de riscos, bacias hidrográficas e outras. Os municípios, quando tiverem acesso à decupagem dessas coordenadas, terão mais segurança para agir localmente, como acentua o secretário Claudio Rodrigues.

Expansão urbana segue acelerada

Desde meados da década passada, a aprovação de novos projetos de casas, comércios e empreendimentos aponta para o processo de crescimento populacional confirmado pela primeira bateria de dados divulgada pelo IBGE. Entre 2021 e 2022, o instituto apontou a chegada de novos 16 mil moradores. Esse dado bate com o acompanhamento feito pela Secretaria Municipal de Planejamento baseado nos processos de aprovação digital dos imóveis a serem erguidos.

Para comparar: entre o final de 2019 até dezembro, a pasta aprovou 4,3 mil projetos, uma média de 1,3 mil  por ano. Sem levar em conta os empreendimentos verticais, e estimando 4 novos moradores em média, para cada nova planta, chega-se ao número de pelo menos, 17,2 mil novos moradores. 

O secretário Claudio de Faria Rodrigues, do Planejamento, confirma que havia uma expectativa de Mogi já ter ultrapassado a marca dos 500 mil moradores, em função de dados sociais como os ligação de água, educação e saúde. Porém, não é isso que indica o resultado inicial do Censo que, neste ano, ampliou a capacidade de acerto do recenseamento com o uso de novas tecnologias.

Nos últimos anos, o mapa do crescimento urbano de Mogi está distribuído em regiões como César de Souza, Braz Cubas, próximo à Kaoru Hiramatsu, Vila Moraes e Parque das Varinhas), além de Jundiapeba, ao lado da avenida Fumio Horii (antiga Orquídeas).

Há empreendimentos aprovados em fase de instalação em diversas regiões, inclusive, no Nova Mogilar, onde se espera a construção de prédios comerciais e residenciais ao lado ao lado dos dois ginásios e da avenida Yoshiteru Onishi, além da Reserva Fazenda Itapety, entre a Via Perimetral (na região da Upa) e a Estrada do Itapety.

Esse adensamento tem como ponto de apoio, para a elaboração das políticas públicas,  entre outros recursos, o Censo 2022, que vai mostrar quantos mogiano0s somos, e também a previsão do recebimento de impostos redistribuídos às cidades.

Rodrigues diz que essas informações impõem urgência ao cumprimento de leis como a do Plano Diretor, que tem como diretriz a aposta em centralidades, e respeito a características que justamente atraem novos moradores e empresas a Mogi. “A cidade tem uma boa qualidade ambiental, além de uma rede de serviços públicos estruturada”, registra. Apesar dessa definição, o arquiteto com mais de duas décadas de bagagem na gestão pública adverte que os desafios se amplificam para garantir educação (creches e escolas), saúde e emprego.

Como meta, ele resume: “modernizar a cidade antiga e não deixar ‘espalhar’ muito esse crescimento, para que os serviços públicos possam estar em pontos de centralidade, próximos do morador, seguirá como exigência”. Prevê, ainda, mudanças a serem aceleradas em regiões que estão ou vão receber obras, como a finalização do anel viário, e na avenida das Orquídeas no futuro. 

 

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