Artesp retoma estudo sobre concessão e praças de pedágio em estradas de Mogi

A Agência Reguladora do Transporte no Estado de São Paulo confirma a retomada dos estudos para a concessão do Lote Litoral de estradas, como as rodovias Mogi-Bertioga e Mogi-Dutra. Está em análise a revisão da implantação das praças pedágios, segundo respondeu a Artesp a O Diário, sem acrescentar detalhes que passam a despertar o interesse dos mogianos que, até alguns meses atrás, comemoravam a suspensão da concorrência internacional e a vitória política e popular na véspera das Eleições 2022 contra a instalação de um pedágio na altura da conhecida Estrada da Pedreira, em Mogi das Cruzes.

Das notícias dadas pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) sobre a criação da secretaria estadual específica para alavancar concessões e as parcerias público-privada surgiu a  informação sobre a retomada do interesse do projeto que, apesar de ter sido suspenso no ano passado, em função da pressão popular e do período de eleição, não foi abandonado.

Leia aqui reportagem publicada em maio, com a decisão do governo do Estado de suspender a instalação do pedágio na Mogi-Dutra.

A concessão das rodovias litorâneas, com a instalação de pedágios, é aposta do governo do Estado para melhor uma malha rodoviária saturada pela grande movimentação de pessoas entre as praias paulistas e a falta de investimentos na modernização destes acessos.

O Diário solicitou informações sobre esse processo e dados como a instalação de pedágio em Mogi das Cruzes. 

Em resposta, a Artesp disse que "as rodovias citadas (Mogi-Bertioga e a Mogi-Dutra) já estão inclusas neste projeto de concessão, bem como as obras e intervenções previstas. No momento, a implantação de praças de pedágio está em revisão".

Inicialmente, o projeto que foi objeto de concorrência internacional entre 2021 e 2022 previsa a concessão de trechos de rodovias de cidades do Litoral e incluiu as mogianas, Mogi-Bertioga e Mogi-Dutra. 

No projeto aprovado, inclusive, com realização de atos como as audiências públicas, o plano previa melhorias como o alargamento - não a duplicação completa - da ligação entre Mogi e Bertioga, além de intervenções viárias, como a duplicação da Estrada do Pavan, no Jardim Aracy, e a construção de uma via de fluxo rápido, entre a via perimetral (a partir da Volta Fria) até o cruzamento da Mogi-Dutra com a Mogi-Bertioga, na região do Residencial Rubi e Vila Moraes.

A forte reação popular iniciada por moradores da região dos condomínios Aruã e outros, localizados na região da Serra do Itapeti, e de políticos, como prefeitos e deputados estadual e federal marcou boa parte dos anos de 2019 e 2020 durante a apresentação do projeto e o lançamento da concorrência internacional.

Protestos, reuniões e pedidos como os contidos em cartas publicadas semanalmente por O Diário, escritas por autoridades e moradores de Mogi das Cruzes, acabaram por derrubar a inclusão do pedágio na cidade.

Isso coincidiu com o período da campanha eleitoral, quando Rodrigo Garcia foi candidato à reeleição, com apoio de líderes regionais e de partidos como o PL - que também apoiou, no segundo turno, Tarcísio de Freitas.

A retomada das análises promete recolocar o tema no noticiário regional, a depender dos resultados dos estudos da Artesp e das decisões do governo do Estado.