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A memória de Julio Simões e sua gente

“Aquele que não sabe de onde vem, não sabe para onde vai”. A definição de Fernando Simões, 55 anos, presidente da Simpar, engrena o conceito da preservação e proteção  da história como um meio de pavimentar o presente e o futuro de uma sociedade. O empresário usou a definição em uma entrevista exclusiva para O […]

31 de julho de 2022

Reportagem de: O Diário

“Aquele que não sabe de onde vem, não sabe para onde vai”. A definição de Fernando Simões, 55 anos, presidente da Simpar, engrena o conceito da preservação e proteção  da história como um meio de pavimentar o presente e o futuro de uma sociedade. O empresário usou a definição em uma entrevista exclusiva para O Diário sobre os 10 primeiros anos de fundação do Centro de Cultura e Memória Julio Simões, instalado na sede da empresa em Mogi das Cruzes, localizada no distrito de Braz Cubas, e aberto para visitas da comunidade, colaboradores e fornecedores.

A criação de um espaço centrado na história de Julio Simões atende aos objetivos de reverenciar, claro, a memória de quem deu início a uma das maiores empresas brasileiras, mas também de seus colaboradores do passado e do presente, responsáveis pela projeção desse empreendimento. 

Com 66 anos de atividades, a Simpar emprega cerca de 40 mil pessoas.

O Centro de Memória e Cultura desenvolve, por um outro lado, outro papel inspirador ao zelar e contar a trajetória de sucesso que do lavrador que deixou Portugal, com as roupas do corpo, e construiu um verdadeiro império. 

Por meio  do projeto “Você quer, Você Pode”, os visitantes, sobretudo estudantes, são inspirados  a conhecer e entender os passos dados entre a conquista do primeiro automóvel pilotado por Julio Simões e as demais etapas cumpridas para que a empresa chegasse hoje como uma das mais potentes do país, e com atuação em diferenciados ramos de atividades. Confira a entrevista concedida por Fernando Simões:

Por que o Centro de Memória e Cultura Julio Simões foi criado?

Este espaço foi criado por diversos motivos: o primeiro como uma homenagem à história do meu pai, Julio Simões, fundador da companhia que, ao longo dos anos, se transformou em um grande grupo empresarial e que emprega atualmente mais de 40 mil pessoas; segundo para homenagear todas as pessoas que já passaram ou contribuíram para que nosso grupo chegasse até aqui. Outro motivo é poder contar nossa história de 66 anos para clientes, fornecedores, investidores e para a sociedade em geral, incluindo alunos das escolas de Mogi das Cruzes, cidade onde tudo começou e que foi escolhida para abrigar o Centro de Memória e Cultura. Fico feliz que nesses 10 anos, além de preservarmos a memória da nossa organização, também colaboramos com a educação de jovens da região, fazendo com que ele e sua família entendam que, mesmo com simplicidade, origem humilde, ou exercendo um cargo de motorista, lavador ou qualquer outro, é possível crescermos profissionalmente. A história de meu pai com certeza vai inspirá-los de alguma forma.

Para você, qual a importância deste espaço?

Como dizem, “aquele que não sabe de onde veio, não sabe pra onde vai”. Assim, na minha visão, manter o Centro de Memória e Cultura Julio Simões é uma forma de reforçar e manter vivos os valores iniciados por meu pai e que fazem parte de nosso dia a dia até hoje. Ter a segurança que o local vai contribuir para a perpetuação da nossa cultura e fazer com que todos conheçam o nosso jeitão de fazer negócios. Meu pai foi um lavrador em Portugal e aqui no Brasil vendeu roupas, foi mecânico e motorista de caminhão, e – ao lado de minha mãe – com muito trabalho, superação e perseverança, transformou um sonho em realidade e fundou a nossa empresa, há 66 anos.

Falando especialmente sobre os nossos colaboradores, são quase 40 mil hoje no grupo. Qual a relevância desse espaço para as empresas e colaboradores da companhia?

Um dos ensinamentos que meu pai deixou foi que para uma empresa crescer, gente é muito mais importante que dinheiro. Ele afirmava que sendo honesto e trabalhador, sempre teríamos crédito. Para ele, as pessoas sempre foram o patrimônio mais valioso da organização. Eu aprendi isso muito cedo – trabalho no grupo desde os 14 anos – e costumo dizer que, mesmo se tivesse todo o dinheiro do mundo, não conseguiria fazer uma empresa como é a Simpar hoje. Isso só foi possível porque tivemos pessoas incríveis trabalhando conosco e que foram fundamentais para chegarmos até aqui. Quando os colaboradores chegam à nossa empresa, nossa integração inclui a visita ao Centro de Memória para que eles entendam como são importantes para nós e como temos certeza que as pessoas são fundamentais para o nosso negócio.

O que os visitantes encontram neste espaço?

O local tem fotos, documentos, objetos históricos e até uma réplica em tamanho real do primeiro caminhão que meu pai usava para transportar hortifrutigranjeiros da região de Mogi das Cruzes (SP) para o Rio de Janeiro. O espaço também conta com painéis, linha do tempo e evolução das nossas empresas em diferentes décadas – um local onde se mistura a história da nossa família, da empresa e de toda a governança da companhia desenvolvida ao longo dos anos, criada a partir de nossa Gente, Valores e Cultura.

Vocês pretendem abrir o espaço para o público? Existem outros projetos para a comunidade que envolvam a sociedade?

Desde a sua fundação em 2012, um dos objetivos do Centro de Memória é contribuir com a comunidade de Mogi das Cruzes (SP). O espaço já recebeu mais de 29 mil alunos e professores por meio do projeto “Você Quer, Você Pode!” que tem como uma de suas ações apresentar o Centro de Memória aos alunos de 10 a 16 anos, da rede municipal de Mogi. Além disso, com o uso da tecnologia, oferecemos um tour virtual deste espaço em nosso site. Assim, também contribuímos para o desenvolvimento de outros jovens e comunidades de várias partes do país. toda a governança da companhia desenvolvida ao longo dos anos, criada a partir de nossa Gente, Valores e Cultura

 

Grupo mantem um instituto

A SIMPAR, anteriormente conhecida como  Grupo JSL, é uma holding que controla as empresas: JSL (JSLG3), Movida (MOVI3), Vamos (VAMO3), CS Brasil, Automob, Banco BBC Digital e CS Infra.

A empresa atua em todos os estados brasileiros e também em países da América Latina e na África do Sul.

Em Mogi das Cruzes,  o empreendimento gera milhares de empregos há décadas, e também responde por atividades sociais coordenadas pelo Instituto Julio Simões, que foi criado em 2006.

Entre as ações assinadas pelo instituto, estão a atuação dos colaboradores em campanhas de solidariedade para atendimento ao público como no inverno (com a distribuição de itens como cobertores) e o Natal Solidário.

Entre entidades beneficiadas, estão a Estãncia Renascer, uma casa de acolhimento da pessoas idosas fundada por Elvira Simões, localizada no distrito de César de Souza, e a Santa Casa de Misericórdia de Mogi das Cruzes.

Em uma visita ao Centro de Memória e Cultura Julio Simões, as pessoas conhecem alguns detalhes desses braços de atuação, bem como detalhes desde o surgimento da primeira empresa de transporte rodoviário.

As visitas ao local devem ser previamente agendadas. Por enquanto, apenas as visitas virtuais estão sendo realizadas.

O e-mail de contato é o [email protected]

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