Jovens da Diocese de Mogi vão a Portugal para ver o Papa na Jornada Mundial da Juventude

A Diocese de Mogi das Cruzes testemunhou um marco na formação espiritual de jovens que embarcaram em uma inédita experiência de vida se preparando e participando da Jornada Mundial da Juventude, realizada em Portugal. Assim definiu o padre Reginaldo Martins da Silva, que acompanhou um dos grupos até o exterior. O destaque para os católicos foi a presença do papa Francisco e de jovens de todo o mundo. O evento, de 24 de julho a 1º de agosto, foi também diferenciado por ser o primeiro  após a pandemia da C,ovid-19. Durante três anos, a Igreja Católica que busca o rejuvenescendo de sua base de seguidores no mundo não realizou o encontro.

Para embarcar na Jornada da Juventude em um país europeu, 45 jovens da Diocese mogiana, entre diferentes grupos, se prepararam para a viagem de uma semana fora do Brasil. 

“Aqui no Brasil nós não tínhamos uma cultura de participação de Jornada, acho que vale a pena a gente ressaltar isso. Nós começamos a vivenciar essa realidade a partir de 2013 quando tivemos uma edição no  Brasil. Então, a expectativa é sempre muito grandiosa (para o evento)”, destacou o padre Reginaldo que acompanhou, junto do padre Carmine Mosca, o grupo Peregrinos em Cristo, composto por 25 jovens.

O evento reuniu jovens de diversas partes do planeta e teve um impacto especial nos mogianos que viveram a experiência e  puderam presenciar uma missa celebrada pelo papa argentino.

“Começamos em Fátima (cidade em Portugal), onde visitamos a basílica e o local da aparição da Virgem Maria; depois fomos ao Porto, para vivenciar a experiência da pré-jornada e então, finalmente, veio a jornada, que foi uma loucura. Tinha muita gente, mais de 1,5 milhão de pessoas. Depois do evento viemos para Itália e, dentro desses dias, fizemos orações, participamos de missas, visitamos igrejas e passamos pelos pontos mais importantes das cidades”, detalhou Breno Cesare de Oliveira, de 16 anos. 

Para o jovem, apesar da pouca idade, os momentos que passou durante a jornada foram decisivos para “fortalecimento da fé, partilha e cuidados com o meio ambiente”, um dos temas do encontro.

“Até ultrapassou minhas expectativas. Foi uma experiência fenomenal que já quero viver novamente”, assegura Breno, que já está novamente em Mogi das Cruzes.

Intercâmbio

A Jornada Mundial da Juventude em Portugal proporcionou um espaço para a troca de experiências e ideias entre os brasileiros e pessoas de outras culturas e realidades. Esse intercâmbio cultural e espiritual enriqueceu a compreensão dos mogianos sobre a diversidade de perspectivas dentro da Igreja Católica, garantiram eles.

Catielle Rosa dos Santos, de 17 anos, compartilhou sobre a vontade de conhecer outras culturas e ter um impacto na experiência do encontro. “Foi um evento muito lindo, onde fizemos a vigília e até dormimos em uma área que equivalia a 15 campos de futebol. Foi bem cansativo, mas valeu super a pena cada momento”, afirmou.

Para a jovem, conhecer o papa Francisco pessoalmente se mostrou um diferencial da viagem. 

“Foi muito legal conhecê-lo bem de pertinho; para mim, a figura dele é de santidade e de uma pessoa de coração muito bom e humilde”, disse  Catielle.

A interações com os jovens fiéis de outras culturas foram observadas pelo padre Reginaldo, que, neste ano, chegou à quarta Jornada Mundial já frequentada. 

“Estar lidando com outros jovens de outras nacionalidades, mas com a mesma fé, isso era muito empolgante de ver. Eles tentando se comunicar e como que eles se comunicavam muito facilmente através dos aplicativos, através das tecnologias que nós temos, e assim, como foi fácil para o jovem iniciar esse momento de troca. De partilha mesmo e isso, de certa forma, vai entusiasmando a todos porque o jovem é essa força, essa energia que potencializa cada vez mais para o trabalho  da juventude. Toda esse energia acaba nos atingindo”, relata o religioso da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, em Poá.

No dia a dia

Além das atividades oficiais da Jornada Mundial da Juventude, os jovens se reúnem em outros eventos regionais que acontecem no decorrer do ano até o próximo encontro internacional. São desenvolvidas ações beneficentes para reforçar a importância do serviço aos outros, e consolidar a ideia de que os votos de fé e amor ao próximo devem ser colocados em prática, se transformando em ações concretas. Como definiu o padre Reginaldo, as celebrações acontecem para que “não se morra esse trabalho dentro das dioceses, todo ano”.

“A jornada Diocesana da Juventude acontece na nossa região do Alto Tietê no quarto domingo da Páscoa. É um encontro menor e um encontro dos jovens com o bispo diocesano, dom Pedro Luiz Stringhini, na Catedral de Santana. Então já remota um pouco aquilo que é a Jornada Mundial”, diz.

Outra programação ocorre no  Dia Nacional da Juventude, em outubro. “Reunimos todas as expressões juvenis para fazer essa celebração com toda a Diocese, com as paróquias, sempre em uma cidade diferente a cada ano”, explicou o padre.

O sacerdote assessora a Pastoral da Juventude do Estado de São Paulo e demonstra animação para as próximas edições, longe dos receios de contágio do coronavírus.

“Foi um momento muito impactante porque foi depois de uma pandemia. É um evento totalmente de massa. Então, a organização, e até a participação, são um ato de coragem muito grande também da juventude. O trabalho de evangelização é de responsabilidade”, finalizou o religioso. 

O que é a jornada

A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) é um evento religioso católico que reúne jovens de todo o mundo para celebrar a fé e a comunidade. Ela teve início em 1985, durante o pontificado de São João Paulo II, como uma forma de criar um espaço de encontro entre os jovens e a Igreja. A ideia era fortalecer os laços de fé e promover a unidade entre os jovens de diferentes culturas e nações.

A edição de 2013, realizada no Brasil, teve um significado especial, por diversos motivos. O País, com sua grande população católica, que, segundo uma pesquisa do Datafolha de 2022 representa 51% no Brasil, passou a incorporar a conferência na agenda mais fortemente após esse ano e conhecendo mais profundamente o evento mundial. 

O encontro teve uma série de atividades, incluindo missas, catequeses, momentos de oração, shows e encontros com líderes religiosos, como o próprio papa.

O ponto culminante da JMJ é a presença do papa, que celebra missa e participa de encontros com os jovens. A Jornada Mundial da Juventude tem como objetivo proporcionar aos jovens uma experiência de partilha de fé, cultura e amizade, fortalecendo seu compromisso com os valores cristãos e inspirando-os a serem agentes de mudança positiva em suas comunidades.

Quanto à duração, a Jornada Mundial da Juventude costuma durar cerca de uma semana, com variações dependendo do local e das atividades planejadas. A edição deste ano em Lisboa, Portugal, por exemplo, ocorreu ao longo de uma semana, do dia 24 de julho até 1º de agosto. (M.A.)