Maiara Barbosa trata a doença há um ano e está à frente de projeto que divulga o autoexame e o exame precoce
(Foto: arquivo pessoal)
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Maiara Barbosa trata a doença há um ano e está à frente de projeto que divulga o autoexame e o exame precoce
(Foto: arquivo pessoal)
No autoexame da mama, após uma peregrinação ao Santuário Nacional de Aparecida, ao lado da família, a jornalista mogiana Maiara Barbosa, da TV Diário, notou a presença de alguns nódulos, algum tempo depois confirmados como resultado de um tumor menos agressivo do que outros tipos de câncer e, no passado, comuns em mulheres mais velhas. Ela tem 29 anos.
Solteira e dona de muitos planos de viagem escritos em cadernos de anotação, ela protagoniza série proposta por si própria à equipe de jornalismo da emissora, “Há vida além do câncer”, exibida no DT 2, apelido da segunda edição do Diário TV, por volta das 19 horas, na semana que passou.
(Foto: arquivo pessoal)
Há um ano, Maiara trata do principal objeto da campanha nacional Outubro Rosa, que prega o autoexame e o tratamento precoce do câncer de mama: em 2021, a jornalista integrou o grupo de 62,2 mil mulheres brasileiras que receberam esse diagnóstico, sendo que o risco estimado é de 66,61 casos a cada 100 mil pacientes (Fonte: Inca - Instituto Nacional do Câncer).
De lá para agora, foram muitas consultas, exames e uma mastectomia radical para retirar a mama do lado esquerdo. Linfodemas no braço a levaram à quimioterapia (já concluída) e à radioterapia (em início). Para blindar a volta de tumores, na próxima década, a hormonoterapia servirá para bloquear a fonte de “vida” das células cancerígenas, os hormônios.
Tudo isso, acima, foi a parte médica. No mesmo período, Maiara migrou do susto inicial ao reconhecimento da fé e a espiritualidade como esteio e pulso nas horas mais sofridas, encontrou “pessoas em forma de anjo” e confirmou a importância da rede emocional e afetiva tecida pelos pais, a família, os amigos, o trabalho e as equipes de saúde.
(Foto: arquivo pessoal)
Nos momentos de debilidade, falta de energia, cansaço e insegurança, foram as manifestações das pessoas que a ajudaram a ultrapassar “turbulências”, em fases cruciais desde a descoberta dos pequenos caroços em um autoexame, para ela, mensal, porque desde os 15 anos, sabia do diagnóstico da fibroadenoma (tumores não cancerígenos comuns em mulheres mais novos), à perda da avó, a cirurgia e o tratamento, os cortes de cabeço, primeiro chanel, depois, com a máquina zero - ao som de um samba, em família. A inspiração “O Show tem que continuar”, dos bambas Arlindo Cruz, Luis Carlos da Vila e Sombrinha.
Uma despedida
No final do ano passado, o diagnóstico e a busca pela cura e a informação sobre a doença coincidiram com a pior perda pessoal - a morte da avó, dona Luzia, mogiana que deixou a Serra do Itapeti, quando se casou, e era referência para a neta, filha única de Giani e Sebastião.
Os dois lutos - a partida da a avó, vítima de um câncer no intestino e própria doença que, no futuro, poderá impedir um filho biológico - foram suplantados pela urgência de descobrir a extensão dos tumores, a decisão sobre a retirada completa de uma mama e a decisão de que não seria “paralisando ou chorando” a estrada para a cura.
Um propósito
(Foto: arquivo pessoal)
Fora do sentido banalizado nesses últimos tempos, um substantivo ganhou sentido com a experiência e convivência pessoal e ao lado de outras mulheres e profissionais que buscam cor na corrida pela cura do câncer. “Eu tenho um propósito, como comunicadora, de fazer esse alerta, especialmente às mulheres mais jovens que se atentem sobre o autoexame e a consulta frequente ao mastologista. Se antes, na carreira profissional, a cobertura de caminhadas do Outubro Rosa já fazia parte da minha rotina, agora, esse assunto se tornou ainda mais forte, tanto para informar quanto para desmistificar o tratamento que se modernizou e é mais acessível do que no passado”, comenta.
Foi com esse objetivo que a profissional propôs a série ao jornalista Dino Rodrigues, gerente de jornalismo da TV Diário. Nasceu, assim, o projeto que inicialmente era A vida além do câncer, porém, caminhou para seguir como uma afirmação, com o verbo haver: Há vida além do câncer.
Dino Rodrigues afirma que a proposta foi aceita, com a produção feita por Maiara, e a execução das reportagens pela equipe da casa. Afinal, a profissional ainda realiza o tratamento. Mas, foi para a frente as câmeras nas apresentações ao vivo do telejornal.
Rodrigues ressalta que além do alerta do diagnóstico precoce, a intenção foi divulgar facetas, como o papel das entidades na motivação e valorização das mulheres por meio de ações que tocam em ponto vital: a autoestima e a valorização das mulheres por meio de cursos, maquiagem e fotografias. A série pode ser acompanhada no Globoplay e no G1 Mogi das Cruzes.
O meu destino é logo ali
Visita à Nossa Senhora Aparecida: um rito de passagem para a cura (Foto: arquivo pessoal)
Maiara Barbosa tem uma grande paixão: cruzar estradas, mares e céus. Viajar. Esse objetivo foi traçado há alguns anos, logo no início da carreira como jornalista, quando ela criou o blog Meu Destino é Logo Ali (www.meudestinoelogoali.com.br), onde partilha dicas e informações sobre roteiros e viagens.
Neste último ano, ela viajou? Sim, foi para Salvador, na Bahia, num bate e volta que serviu para colocar a cabeça em ordem e traçar objetivos em uma outra viagem na estrada do tratamento e cura. “Desde o início, o meu objetivo é a cura”, resume, contando que destinos estão anotados para serem colocados em prática, quando a radioterapia amainar.
O Diário publica a série “Inspire-se”, com a meta de contar histórias que mobilizem outras pessoas. Maiara é inspiradora.
Ao lembrar da passagem do corte do cabelo que não já se sustentava mais na cabeça, a escolha de “O show tem de continuar”, não sem antes, o choro, o sentimento de perda, mapeia uma sugestão a outras mulheres que estejam vivendo essa mesma realidade.
“Eu diria aos amigos que, nos momentos difíceis, não tentem dizer: ‘ah, o cabelo cresce’, ou ‘você vai colocar uma prótese nova na mama. eu estava feliz com o meu corpo’. O melhor é estar junto e, muitas vezes, apenas ficar em silêncio”, reparte.
Maiara reforça a evolução das terapias, dos exames que detectam, por exemplo, a possibilidade do aparecimento futuro de tumores, e o amparo de atividades para o empoderamento e a autoestima das mulheres. “O ensaio fotográfico que fiz foi muito importante”, lembra. Ela também considera a possiblidade de manter o tratamento, o trabalho e outros vínculos sociais, como outros gatilhos para favorecer resultados positivos.
Depois dessa conversa, não há como escapar: o destino de Maiara é onde ela quiser.
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