Os ciclistas de Mogi das Cruzes se uniram para ajudar o Litoral Norte paulista, castigado por deslizamentos após as fortes chuvas dos dias 18 e 19 de fevereiro e as intempéries que se seguiram. Indo além do esporte mais uma vez, o coletivo Família de Ciclistas mobilizou os integrantes para arrecadar donativos, numa campanha que está só começando.

Essa história é só mais um exemplo que mostra que diferentes segmentos da sociedade da região se mobilizaram para apoiar as famílias atingidas. Arrecadações também são realizadas dentro do esporte com times, como a união do Fundo Social de Suzano e o Suzano Vôlei e muito mais, como o Mogi Shopping, Câmara de Mogi, Prefeitura de Mogi, ONG Gerando Falcões. 

O coletivo de ciclistas mostra que o esporte pode ir além das competições e, no caso deles, trilhas e rotas de bikes. 
“Quando falei sobre ajudar o pessoal do Litoral, imediatamente o grupo começou a se mobilizar. Pessoas que pedalam em outros grupos de bikes também se interessaram, ou seja, a ideia envolveu os ciclistas de Mogi das Cruzes como um todo” conta Ubirajara Nunes, fundador do ‘Família de Ciclistas’.

Tudo com o apoio de parceiros, como o grupo Velo Faberge, que disponibilizou um ponto para arrecadação de doações na Vila Oliveira (veja abaixo) 

“Já encaminhamos cerca de três caminhões de donativos. Fizemos também uma arrecadação de dinheiro dentro do grupo de ciclismo, onde juntos conseguimos comprar cerca de 2200 garrafas de 1,5 litro de água mineral e também roupas íntimas, que geralmente não vão em doações de roupas” conta Bora. 

“A gente busca ir além da questão do fomento ao ciclismo. Temos também essa contrapartida de ajudar a sociedade de modo geral. É uma forma de a gente poder colaborar junto com os praticantes”, conta o fundador do grupo

O coletivo, que no próximo dia 16 completa 8 anos - quase uma década de atuação - promete seguir mobilizado e sempre de olho na contrapartida social. E isso não vem de hoje. Na pandemia de Covid-19, por exemplo, o grupo arrecadou leite para o Centro do Idoso e doações para o Instituto Sopa.

Uma das ações onde os ciclistas botaram a mão na massa, que já foi destaque em O Diário: foram o planejamento e instalação dos pontos de apoio ao ciclismo - ideia de criar pontos para ‘salvar’ ciclistas de alguma encrenca, com materiais que podem ajudar, como bombas de ar. 
Os pontos já foram instalados em Sabaúna e Luiz Carlos, onde milhares de ciclistas curtem as belezas que a natureza oferece.

Nas redes sociais da ‘Família de Ciclistas’ é possível acompanhar o passo a passo da construção dos espaços, feita pelos integrantes da iniciativa, com a parceria firmada com uma loja de equipamentos esportivos, que doou as ferramentas, que ficarão à disposição no local. A passagem constante de ciclistas é uma aposta para a preservação destas trilhas de Mogi das Cruzes. 

O grupo surgiu em 2015 da vontade de encontrar parceiros do pedal.

Hoje já são mais de mil pessoas (pelo grupo). Nesses oito anos, muita gente já participou. sempre buscaremos continuar envolvidos com causas sociais”, relata Bira. 

“O esporte tem esse poder e  sempre tem esse envolvimento, os grupos se fazem muito presentes. O pessoal sempre está envolvido porque acaba sendo um ponto de a gente poder traçar algumas ações, todos naquela sinergia de ajudar. Às vezes falta a referência de como ajudar e os grupos vêm para agregar as ações”, conta. 

O coletivo Família de Ciclistas arrecada donativos para as famílias atingidas no Litoral Norte na Velo Faberge, na rua Sergio Plaza, número 469, Vila Oliveira. De segunda a sexta das 9 às 19 horas e sábado das 8 às 17h.

Mais informações e prestações de contas podem ser conferidas no site familiadeciclistas.com.br

Como anda o Litoral

O Litoral foi atingido durante o carnaval por fortes temporais que causaram 65 mortes, sendo 64 em São Sebastião e uma em Ubatuba. Foram identificados e liberados para o sepultamento 57 pessoas. São 21 homens adultos, 17 mulheres adultas e 19 crianças.
O governo estadual informou também que, até o momento, 570 desabrigados foram transferidos para hotéis e pousadas da região. Anteriormente, essas pessoas estavam em escolas municipais. Foi dada prioridade às pessoas com deficiência e acamadas. Com a remoção, será possível retomar as aulas na cidade. Nesses locais, as famílias abrigadas receberão três refeições por dia.
Nas últimas horas, apenas o trecho do Km 82 da Rodovia Mogi-Bertioga, em Biritiba-Mirim, proximidades da ponte do Rio Sertãozinho, permanecia com interdição total. 

No Km 174 da Rio-Santos, a via está sujeita a interrupções temporárias por questão de segurança, de acordo com a condição climática.