O voto do presidente do Legislativo para desempatar uma questão relativa à Vila Operária, em Biritiba Mirim, quebrou a rotina do pacato Legislativo da cidade.
DIRETO DO TÚNEL DO TEMPO - No verso da foto, a data em que, possivelmente, ela foi tirada: 7 de dezembro de 1992. Waldemar Costa Filho estava no último ano de seu terceiro mandato como prefeito de Mogi, quando se encontrou com Gilmar dos Santos Neves, goleiro do Corinthians, Santos e da Seleção Brasileira. Os dois ser cumprimentaram efusivamente, num corredor da Câmara Municipal de Mogi, e falaram sobre... futebol, evidentemente. Waldemar se dizia corintiano, mas era proprietário de um camarote vitalício no Estádio do Morumbi, do São Paulo FC (Arquivo - O Diário)
Diz a história que Geraldo Lourenço, motorista da única ambulância existente em Biritiba Mirim, no final da década de 70, tinha o apelido de Minerva, pelo qual era conhecido em toda a cidade.
Gostava do que fazia e levava tudo a sério, a ponto de fazer o seu costumeiro percurso entre Biritiba e Mogi das Cruzes sempre com a sirene da viatura ligada, tendo ou não paciente no interior dela.
Ao retornar de Mogi, fazia questão de circundar o jardim da praça central da cidade com o barulho que incomodava e causava indignação em muita gente, em especial aqueles que se encontravam rezando, no interior da igreja do padroeiro, São Benedito, ali situada.
Como também exercia forte influência no dia a dia da administração municipal, era sempre procurado pelos moradores que tinham algum problema a ser resolvido junto à Prefeitura.
O poder influência de Minerva incomodava muita gente, em especial os políticos, que viam nele um concorrente natural, por conta de seu prestígio acima da normalidade.
Elias Tomé da Silva Pires, presidente da Câmara Municipal de Biritiba Mirim naquele distante 1977, atestou isso pessoalmente, do alto do cargo que ocupava.
Foi justamente naquela época que chegou ao Legislativo um projeto para a regularização da Vila Operária, um núcleo habitacional ocupado por funcionários do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), do governo estadual, que trabalhavam na construção de barragens do Sistema Alto Tietê, em especial a de Ponte Nova, entre os municípios de Salesópolis e Biritiba Mirim.
O assunto era polêmico, afinal a presença de tanta gente estranha num bairro próximo do centro poderia tirar a paz da pacata cidade, ainda recém-emancipada de Mogi das Cruzes.
Por isso mesmo, naquela sessão, a sede da Câmara estava lotada de moradores, quando a tal proposta, constante da ordem do dia, foi levada a plenário para ser dicutida e votada pelos nove vereadores da Casa.
E não deu outra. O assunto que dividia opiniões em toda a cidade só podia terminar empatado, por quatro votos a quatro.
Tal fato daria ao presidente do Legislativo a responsabilidade pelo voto de desempate, o que foi anunciado, de forma solene, ao microfone, pelo presidente Elias da Silva Pires:
“Diante da votação empatada, caberá ao presidente decidir com o voto de minerva”.
Ao que um dos vereadores, indignados, reagiu, com surpreendente veemência:
“Será possível que até aqui na Câmara, quem manda é o Minerva?”
A sessão teve de ser suspensa durante um bom tempo, até que os risos cessassem e o presidente pudesse, finalmente, dar o seu voto em paz.
O pai de todos (?)
Um médico ginecologista quando entra para a política tem sempre a seu favor a gratidão das famílias cujos filhos ele ajudou a nascer.
A política de Mogi tem muitos exemplos disso. Gondim Teixeira é um deles.
Francisco Moacir Bezerra de Melo Filho, o Chico Bezerra, é outro reconhecido nos quatro cantos da cidade.
Um exemplo disso, aconteceu durante a derradeira campanha eleitoral da qual participou.
Ao caminhar por uma feira livre, Chico foi surpreendido por por um feirante que, a seu modo, e em altos brados, tentando agradar ao candidato a deputado, exagerou:
“Olha o Chico Bezerra! Este aí é o pai de todos os filhos de Jundiapeba”.
Afinal, comunismo é doença?
Conta o jornalista Sebastião Nery, que em junho de 1976, dois meses antes de morrer, Juscelino Kubitscheck visitou Vivaldi Moreira, presidente da Academia Mineira de Letras, seu grande amigo.
Pedro, filho do anfitrião e jornalista, estava lendo o jornal.
“O que o Jornal do Brasil está contando?” - indagou Juscelino.
“O Armando Falcão, falando no Congresso Mundial Anticomunista, disse que o comunismo é a lepra vermelha que assola o mundo”.
JK rebateu: “Não é nada disso, Pedro. O Falcão não é médico, portanto, não tem condições de fazer um diagnóstico correto disso. Como médico e urologista, eu posso diagnosticar. O comunismo não é lepra. Na ilegalidade, ele é apenas blenorragia mal curada: vai e volta”.
JK, o presidente símbolo de uma era, morreu num acidente, na Via Dutra.
Disputa entre oradores
Estudante bolsista, em Paris, JK encontrou Odilon Behrens, mineiro como ele, passaram a relembrar os colegas.
“E o Zé Maria Alkimin? Nunca mais soube dele”. E o amigo: “Está na penitenciária de Neves”.
“Eu sabia que ele acabaria lá”, retrucou Juscelino.
Alkimin era o diretor do presídio.
Outra de Nery:
Banquete em Teresina. O governador Chagas Freitas falou ao ouvido de Juscelino:
“Agora vai saudá-lo o segundo maior orador do Piauí”.
“E quem é o primeiro?”-questionou.
“Eu”, respondeu o interlocutor. O homem se levanta, tosse e começa: “Nesse agápe (A palavra certa é ágape)”.
JK pegou no braço do governador Chagas Freitas e lhe disse:
“Seus Chagas, entre você e ele dever ter muitos outros, não é?”
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