Jamil Hallage, o fiel escudeiro do prefeito Waldemar acompanhou o inacreditável encontro dos dois políticos na Capital de São Paulo
Em reencontro, Waldemar e Maluf decidiram ter uma "conversa de amigos" (Arquivo - O Diário)
Ao completar 97 anos, nesta semana, o engenheiro Jamil Hallage ainda encontra fôlego para ajudar filhas e netas que ingressaram recentemente na área dos negócios imobiliários.
Mesmo com a visão reduzida em razão de uma cirurgia malsucedida, Jamil continua se valendo de sua prodigiosa memória para lembrar fatos que marcaram os bastidores da história política de Mogi das Cruzes.
A exemplo do saudoso Repórter Esso, é possível dizer que o engenheiro paulistano pode se gabar de ter sido “testemunha ocular” de interessantes momentos da vida política local.
É dele a história que abre a coluna de hoje:
Uma senhora da família Jafet, conhecida do então prefeito Waldemar Costa Filho e de Paulo Maluf, à época secretário de Estado dos Transportes, não se conformava com o fato de que os dois estavam distanciados, brigados mesmo, sabia-se lá por qual motivo. Ela fazia o possível para reaproximá-los.
Num encontro casual com Maluf, a senhora não perdeu a chance para lhe dizer que estivera com Waldemar e sentido que ele gostaria de falar com seu desafeto. Perguntou se poderia intermediar o reencontro de ambos e recebeu o sinal verde de Maluf.
A reproximação ocorreria na Secretaria de Transportes, na Capital, graças ao respeito que aquela dama merecia de ambos.
Waldemar chamou Jamil para acompanhá-lo. E lá foram os dois para o prédio da avenida do Estado.
Lá chegando, ambos foram imediatamente levados para o gabinete do secretário e, após os cumprimentos de praxe, só ficaram os três na sala: Maluf, Waldemar e Jamil.
Silêncio absoluto.
Nenhum dos três dizia uma só palavra. Ninguém falava e o tempo passava, célere.
Jamil não consegue se lembrar quanto tempo durou aquela inusitada situação.
Até que, num ímpeto, Waldemar se levanta e fala, em voz alta:
“Jamil, vamos embora...”
Diz isso já deixando a confortável poltrona e seguindo em direção à porta de saída do gabinete do secretário.
“E eu fiz o mesmo...”, lembra-se Jamil, divertido.
Maluf então levantou-se e correu em direção à porta, onde ele e Waldemar chegaram praticamente juntos.
Com o bico do sapato, Maluf manteve a porta fechada e encarando de perto o seu irritadiço visitante, lhe disse, em tom amigável:
“Waldemar, vamos conversar como amigos!”
Ao que o prefeito ainda questionou:
“Como amigos? Vamos!”
Os três então retornaram aos seus antigos lugares junto à mesa de trabalho do secretário Maluf.
“Os dois conversaram por muito tempo, como velhos e bons amigos. E hoje posso dizer que quem ganhou com tudo aquilo foi Mogi que receberia importantes ajudas de Maluf em obras como a Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga”, lembra Jamil.
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