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Senhora da família Jafet interfere para reaproximar Maluf e Costa Filho

Ao completar 97 anos, nesta semana, o engenheiro Jamil Hallage ainda encontra fôlego para ajudar filhas e netas que ingressaram recentemente na área dos negócios imobiliários. Mesmo com a visão reduzida em razão de uma cirurgia malsucedida, Jamil continua se valendo de sua prodigiosa memória para lembrar fatos que marcaram os bastidores da história política […]

4 de dezembro de 2022

Reportagem de: O Diário

Ao completar 97 anos, nesta semana, o engenheiro Jamil Hallage ainda encontra fôlego para ajudar filhas e netas que ingressaram recentemente na área dos negócios imobiliários.

Mesmo com a visão reduzida em razão de uma cirurgia malsucedida, Jamil continua se valendo de sua prodigiosa memória para lembrar fatos que marcaram os bastidores da história política de Mogi das Cruzes.

A exemplo do saudoso Repórter Esso, é possível dizer que o engenheiro paulistano pode se gabar de ter sido “testemunha ocular” de interessantes momentos da vida política local.

É dele a história que abre a coluna de hoje: 

Uma senhora da família Jafet, conhecida do então prefeito Waldemar Costa Filho e de Paulo Maluf, à época secretário de Estado dos Transportes, não se conformava com o fato de que os dois estavam distanciados, brigados mesmo, sabia-se lá por qual motivo. Ela fazia o possível para reaproximá-los.

Num encontro casual com Maluf, a senhora não perdeu a chance para lhe dizer que estivera com Waldemar e sentido que ele gostaria de falar com seu desafeto. Perguntou se poderia intermediar o reencontro de ambos e recebeu o sinal verde de Maluf.

A reproximação ocorreria na Secretaria de Transportes, na Capital, graças ao respeito que aquela dama merecia de ambos.

Waldemar chamou Jamil para acompanhá-lo. E lá foram os dois para o prédio da avenida do Estado.

Lá chegando, ambos foram imediatamente levados para o gabinete do secretário e, após os cumprimentos de praxe, só ficaram os três na sala: Maluf, Waldemar e Jamil. 

Silêncio absoluto.

Nenhum dos três dizia uma só palavra. Ninguém falava e o tempo passava, célere.

Jamil não consegue se lembrar quanto tempo durou aquela inusitada situação.

Até que, num ímpeto, Waldemar se levanta e fala, em voz alta:

“Jamil, vamos embora…”

Diz isso já deixando a confortável poltrona e seguindo em direção à porta de saída do gabinete do secretário.

“E eu fiz o mesmo…”, lembra-se Jamil, divertido.

Maluf então levantou-se e correu em direção à porta, onde ele e Waldemar chegaram praticamente juntos.

Com o bico do sapato, Maluf manteve a porta fechada e encarando de perto o seu irritadiço visitante, lhe disse, em tom amigável:

“Waldemar, vamos conversar como amigos!”

Ao que o prefeito ainda questionou:

“Como amigos? Vamos!”

Os três então retornaram aos seus antigos lugares junto à mesa de trabalho do secretário Maluf.

“Os dois conversaram por muito tempo, como velhos e bons amigos. E hoje posso dizer que quem ganhou com tudo aquilo foi Mogi que receberia importantes ajudas de Maluf em obras como a Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga”, lembra Jamil.

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