Histórias de Francisco Rodrigues Corrêa, o Quico, ex-prefeito de Salesópolis que deixou um legado de muitas histórias para o folclore político da região
Francisco Rodrigues Corrêa, o "Quico", ex-prefeito de Salesópolis e personagens de histórias que ficaram marcadas durante seu período de governo (Arquivo - O Diário)
Francisco Rodrigues Corrêa, o “Quico”, ainda guarda até hoje aquela data na memória.
No dia 18 de fevereiro de 2001, ele estava no cargo de prefeito municipal de Salesópolis, cidade onde nasce o rio Tietê, havia menos de dois meses.
Foi quando o telefone do gabinete tocou e ele atendeu:
“Aqui é o governador do Estado”.
Pouco afeito aos bastidores da política, o prefeito imaginou ser algum amigo querendo lhe passar um trote e respondeu, na bucha:
“Ah, é o governador? Pois eu sou o papa”.
E desligou o telefone.
Só depois descobriu que era mesmo o governador Geraldo Alckmin, atual vice-presidente da República, que desejava comunicar ao prefeito sobre a elevação de Salesópolis à condição de estância turística.
Até hoje, Geraldo Alckmin se lembra da história em suas viagens pelo interior e se diverte com o “causo” do prefeito que, solenemente, bateu o telefone no governador de São Paulo.
Dedo em riste no presidente
Pois “Quico” estava em Brasília, quando Luiz Inácio Lula da Silva se elegeu presidente, pela primeira vez.
O prefeito de Salesópolis estava hospedado no Hotel Nahum, onde, coincidentemente, também estava o novo presidente.
Ao se deparar com Lula, o prefeito decidiu ir até ele e pediu para fazer uma foto ao seu lado.
Muito solícito, o presidente concordou e, enquanto se preparavam para a tradicional pose, gesticulando, bem a seu modo, o prefeito aproveitou para pedir ao eleito que ajudasse Salesópolis.
A foto foi feita pelo fotógrafo oficial e, tempos depois, “Quico” a recebeu em seu gabinete - ele com o dedo indicador em riste, no peito de Lula.
No verso do retrato, um recadinho:
“Vou ajudar sua cidade, mas quando encontrar comigo, não precisa apontar o dedo desse jeito”.
O aviso era do próprio presidente.
Encontro com Bill Clinton
Certa vez, em Brasília, ao ingressar num elevador do mesmo Hotel Nahum, “Quico” jura que deu de cara com Bill Clinton, então presidente dos Estados Unidos.
"No speak english”, avisou o prefeito, já às voltas com os seguranças, enquanto sacava o seu cartão de visitas e o entregava ao americano.
Com a ajuda de um tradutor presente, no melhor estilo caipirês-salesopolense, ele entabulou uma conversa rápida com o presidente.
Fez sucesso e foi fotografado, várias vezes, ao lado de Clinton. Conseguiu as fotos ainda em Brasília e as colocou, num painel, em seu gabinete, para surpresa dos vereadores que o visitavam.
Todos queriam saber a origem das imagens.
“Fui recebido na Casa Branca”, jactava-se o prefeito, fazendo suspense.
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