Prefeito de Poá durante dois mandatos, José Massa, empresário de família tradicional naquela cidade, deixou sua marca como administrador, adotando uma política desenvolvimentista, com com austeridade suficiente para  manter o status de  estância hidromineral que o município possuía até pouco tempo, quando foi “cassado” pelo governo estadual.

Massa governou Poá, inicialmente de 1976 até 1919, após haver sido vereador, e depois, elegeu-se como o prefeito prefeito escolhido pelo voto direto, após os municípios com o título de “estância” deixarem a condição de áreas de segurança nacional, por imposição do  governo ditatorial, o qual, desde 1964, indicava quem achava que deveria governar tais localidades. 

Massa esteve sempre na política, até seu falecimento em abril de 2011, quando deixou a esposa Márcia e cinco filhos.

Coube a Fermin Puerta Filho, um paulistano da Vila Carrão, que adotou Poá como sua cidade favorita, escrever o livro “José Massa... Momentos de Uma Vida”, onde traça um perfil do homem público e empresário, mostrando fatos que marcaram sua administração e histórias curiosas ocorridas durante as passagens de Massa pela Prefeitura, muitas delas testemunhadas pelo próprio Fermin, que atuou como um dos integrantes do primeiro escalão de seu segundo governo.

Fermin conta a história de uma tentativa de golpe ocorrida, possivelmente no ano de 1990, quando o Clube XI Paulista, o mais tradicional da cidade, sediava um baile de formatura  de alunos de uma escola poaense. 

Por volta das 23 horas, um impasse na festa: o baile foi interrompido por ordem de uma mulher que se dizia fiscal do órgão que arrecadava os direitos autorais. Criou-se um impasse pois tal encargo cabe sempre ao clube, mas, naquela oportunidade, teria ficado por conta da Comissão de Formatura, que não recolheu o dinheiro, pois não havia sobrado coisa alguma além dos gastos com a contratação da orquestra.

Um dos alunos resolveu ligar para a casa  do prefeito que já estava dormindo  e foi acordado pelo tilintar do telefone.
Massa disse que iria, de imediato, ao clube. Vestiu uma calça, manteve a camisa do pijama e calçou uma sandália  do tipo franciscana. 

Já no XI Paulista, tentou explicar para a tal funcionária do ECAD que ela não poderia  interromper um evento como aquele por conta do não pagamento da taxa de direitos autorais. Ela bateu o pé.

E só depois de muita conversa, vendo que não conseguiria convencer a moça, Massa se encheu de razão e autorizou os músicos a voltarem a tocar, responsabilizando-se por qualquer ação decorrente de sua iniciativa.

O baile seguiu, tranquilamente e Massa chegou em casa por volta de uma hora. 

Mas ficou com a história na cabeça e pelos próximos dias, o prefeito tratou juridicamente do caso. Até descobrir que a tal moça não era fiscal do ECAD e nem muito menos tinha autoridades para interromper o evento.

Era puro golpe mesmo...

História de massa

José Massa governou Poá durante dois mandatos como prefeito, mas também atuou como vereador e empresário. Participou de uma fase de desenvolvimento do município, quando a presença da Fonte Áurea e seu balneário davam à cidade o status de  estância hidromineral. Tal condição era sinônimo de mais recursos. As atrações poaenses já não são as mesmas dos tempos de José Massa.