Quico, o prefeito, ligou para o governador Geraldo Alckmin às 2 da madrugada e disse, desesperado: "Os defuntos estão espalhados pelas ruas. O senhor precisa me ajudar, de qualquer jeito"
Francisco Corrêa, o "Quico", guarda histórias sensacionais da época em que militava mais intensamente na política de Salesópolis; hoje passou o bastão para o filho (Arquivo - O Diário)
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Quico, o prefeito, ligou para o governador Geraldo Alckmin às 2 da madrugada e disse, desesperado: "Os defuntos estão espalhados pelas ruas. O senhor precisa me ajudar, de qualquer jeito"
Francisco Corrêa, o "Quico", guarda histórias sensacionais da época em que militava mais intensamente na política de Salesópolis; hoje passou o bastão para o filho (Arquivo - O Diário)
O fato ocorrido nesta semana, no estado de Santa Catarina, onde um temporal carregou para a rua mais próxima, tumbas e caixões do cemitério de Grão-Pará, atirando-os sobre os carros lá estacionados, fez lembrar uma história semelhante acontecida em Salesópolis, no Alto Tietê.
No segundo ano da administração de Francisco Rodrigues Corrêa, o Quico, como prefeito de Salesópolis, a cidade foi atingida por uma tromba d’água, em plena terça-feira de Carnaval.
Choveu tanto que a pressão da água acumulada no interior do cemitério derrubou o muro e desceu morro abaixo, levando túmulos e restos mortais das pessoas lá enterradas.
Eram 2 horas da madrugada quando o prefeito, apavorado, decidiu tomar uma decisão: ligou para o governador do Estado, que o atendeu , com voz de sono. "O senhor precisa me ajudar. Os defuntos estão espalhados pelas ruas e eu tenho outros problemas com a cidade afetada pelo temporal", disse Quico.
Do outro lado da linha, Geraldo Alckmin procurou acalmá-lo com a promessa de ajuda. Na manhã seguinte, um batalhão de integrantes da Defesa Civil e outros órgãos de apoio do Estado já estava a postos para iniciar os trabalhos de limpeza de Salesópolis.
Uma semana depois, o telefone do prefeito toca e um assessor do Palácio dos Bandeirantes lhe informa que o governador precisava, urgentemente, falar com ele.
Como se encontrava em São Paulo, Quico foi direto para o gabinete do governador, onde a secretária o fez passar à frente dos demais visitantes.
Ao chegar à sala, o prefeito se assustou ao ver Alckmin e sua mulher, dona Lu, à sua espera.
O governador tomou a iniciativa e lhe disse para que não tomasse aquilo como uma advertência ou "puxão de orelha", mas que ele precisava saber como Quico havia conseguido o número para o qual ligara em plena madrugada, pois se tratava de um telefone exclusivo dele e de Lu. Para o governador seria uma questão de segurança saber a origem da descoberta do número.
O prefeito abriu o seu largo sorriso e explicou:
"Lembra-se que eu estive aqui no gabinete há uns 20 dias, junto com o prefeito de São José dos Campos, Manoel Fernandes, e o deputado federal Marcelo Ortiz? Pois nós estávamos aqui contando histórias quando dona Lu chamou o senhor, que saiu da sala. Eu vi o seu celular sobre a mesa, peguei o telefone e liguei para o meu. Quando senti a vibração no meu bolso, desliguei e apaguei o número, deixando o aparelho exatamente no lugar em que estava. Ainda bem que guardei o seu número. Caso contrário, os defuntos estariam até agora espalhados pelas ruas de Salesópolis."
Alckmin e Lu não conseguiram conter o riso. Finalmente, o mistério do celular particular do governador estava desfeito.
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