Eleições municipais serão a base para um projeto mais ousado do partido, que é a retomada do poder federal, com Jair Bolsonaro, em 2026.
Valdemar Costa Neto fez uma análise dos projetos políticos do PL, que começam nas eleições municipais para chegar à reeleição de Bolsonaro para presidente, em 2026 (Imagem: Diego Barbieri/ Divulgação/ CMMC)
“Nós vamos bombar nas eleições municipais em todo Brasil”. A frase, em tom ufanista, foi dita pelo presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, ao analisar os rumos de seu partido em relação às eleições do próximo ano, no País, sexta-feira passada (2), na Câmara de Mogi.
O presidente liberal, que a princípio previa a elevação dos atuais 343 para 1.000 prefeitos em todo o País, superestima sua previsão e diz que poderá chegar a 1.400 prefeitos, caso seja colocada em prática para valer a estratégia que inclui as presenças do ex-presidente Jair Bolsonaro e sua mulher, Michelle, em visitas aos municípios do interior brasileiro para incentivar novas adesões ao partido, principalmente do eleitorado feminino.
Costa Neto se disse impressionado com o número de pessoas que estariam procurado o partido para se filiar ou buscando oportunidade de se candidatar a prefeito.
Além disso, ironiza, o bolsonarismo vem recebendo uma importante ajuda do PT, já que, segundo ele, o partido não está conseguindo se entender dentro do governo do presidente Lula e, com isso, acaba carreando eleitores para os lados da oposição.
A preocupação com a estruturação para as eleições municipais do próximo ano é fundamental para que o PL, atualmente o maior partido do País, aumente ainda mais sua musculatura política com vistas à retomada do poder, em nível nacional, nas eleições de 2026.
Pensando dessa forma, é natural que o partido esteja tomando tanto cuidado com a escolha de seu candidato em São Paulo, a principal cidade brasileira, onde a disputa pela vaga é intensa. A ponto de o ex-ministro de Bolsonaro e atual deputado Ricardo Salles (PL), um dos potenciais candidatos, ter perdido as estribeiras, no último final de semana, ao sentir que tanto Jair Bolsonaro quanto Valdemar Costa Neto estavam se aproximando demais do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), com quem ambos almoçaram, na última sexta-feira.
Ao tomar conhecimento disso, Salles postou em uma de suas redes sociais: “Quem com os porcos anda, farelo come”. Uma frase que poderá lhe custar a filiação dentro do PL. Nesta segunda (5), ele anunciou a desistência de sua pré-candidatura, alegando ter “levado uma rasteira”.
Mas há algo mais que um simples almoço por trás da visita de Bolsonaro e Valdemar ao prefeito.
O liberal disse, antes da confusão, que o PL não pode lançar um candidato de extrema direita em São Paulo, porque significaria uma derrota na certa. Na conversa com os jornalistas da cidade, ele lembrou que a Capital já elegeu candidatos de esquerda por inúmeras vezes e “se insistirmos num candidato de extrema direita, perdemos a eleição”.
Mas o que está por trás de tanta preocupação com as eleições municipais, a ponto de o partido pretender eleger 1.400 prefeitos, um recorde histórico para uma agremiação de oposição ao governo federal?
“Precisamos ter uma base muito forte, já pensando nas eleições presidenciais, para governadores, senadores e deputados, em 2026. Bolsonaro perdeu as eleições passadas por falhas na comunicação em relação à pandemia e outros assuntos que colocaram, principalmente, as mulheres contra ele. Mas ele tem condição de transferir muito voto, pois conseguiu tirar do armário esse pessoal de direita, que vai ajudá-lo a ganhar a eleição presidencial novamente”, prevê Valdemar.
E quando colocado diante da hipótese de perda dos direitos políticos de Bolsonaro, o presidente do PL, a princípio duvida –“não há nada de errado contra ele” –, mas caso aconteça o pior para os liberais, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas passa a ser a opção número um, segundo Valdemar, que descartou totalmente a possibilidade – inicialmente defendida por ele próprio –, do lançamento de Michelle Bolsonaro para a presidência da República.
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