Falta de cuidados permanentes com o sistema de drenagem da estrada faz com que os efeitos de chuvas mais intensas se tornem realmente devastadores, provocando repetidas interdições da pista e prejuízos para muitos
Na Mogi-Bertioga, os problemas são cíclicos e aparecem, quase sempre, agravados por uma chuva mais forte, como a do último final de semana, na região de Bertioga' (Jonny Ueda - Divulgação)
Na ligação rodoviária Mogi das Cruzes-Bertioga, interdição não é novidade. Ali tudo é cíclico e se repete com um intervalo maior ou menor, dependendo do volume de chuvas, mas, principalmente, do grau de cuidados dispensados à rodovia pelo DER.
As cenas são parecidas, os locais quase sempre os mesmos, mas ainda assim, nada é feito para impedir a repetição de cenas que só não se tornaram mais críticas pela ausência de veículos na estrada no momento de fundamentos ou quedas de barreiras. Parece que anjo da guarda dos motoristas continua de plantão por lá. Até quando, ninguém sabe. Mas se uma tragédia ainda maior acontecer, certamente não será por falta de aviso. Pelo menos de nossa parte.
O afundamento ocorrido neste início de semana apresenta os mesmos indícios de tantos outros já ocorridos na estrada em tempos passados. O diagnóstico para casos desse tipo é simples: pedras, terras e vegetais que costumam rolar das encostas, com ou sem chuvas mais fortes, vão parar no início nas “bocas” de tubos de escoamento de águas que cortam o subsolo da estrada de um lado a outro.
Com a falta de limpeza permanente, a sujeira se acumula e, pouco a pouco vai impedindo as águas pluviais de circularem livremente pelo seu caminho natural.
Com a obstrução, a água vai buscando caminhos alternativos e começa a se infiltrar por baixo da terra junto à tubulação, enquanto vai tornando o subsolo da estrada cada vez mais frágil. Quando ocorre uma chuva mais forte, essa infiltração ganha força, até fazer com que o caminho das águas seja rompido com mais violência. Sem sustentação, o leito da estrada, com o peso do asfalto começa a ceder e o resultado é exatamente o que se viu neste final e semana e muitas outras vezes.
Difícil acreditar que tenha havido o rompimento dos tubos pela força das águas. Se tudo estivesse limpo e sem infiltrações, a água poderia se acumular na entrada da tubulação e acabar passando por cima da estrada, em direção ao lado oposto, por gravidade.
Os indícios são de que os motivos do atual problema talvez sejam os mesmos de outros afundamentos. E se assim o forem, mais uma vez a Mogi-Bertioga acabou sendo vítima da falta de cuidados permanentes, especialmente com a limpeza constante de sarjetas e bueiros, que, de novo, levaram à interdição, com problemas e prejuízos para todos que dela se utilizam ou se valem para ganhar a vida. Como os comerciantes da região de Biritiba Ussu e região, por exemplo.
Mogi-Bertioga...
Muita gente estranhou a divulgação feita pelo DER de que o afundamento da Mogi-Bertioga havia acontecido na altura do Km 82, em Biritiba Mirim.
Não houve erro algum nisso, nem de quem repetiu a informação. Na verdade, a rodovia construída pela Prefeitura de Mogi, a partir do final dos anos 70, realmente corta um pedaço do território do município de Biritiba, que se alonga pela Serra do Mar até a região onde passa a estrada.
...em Biritiba Mirim (?)
A Mogi-Bertioga alcança, portanto, três municípios: Mogi, Biritiba Mirim e Bertioga.
Bertioga, que agora é uma cidade, mas que durante a construção e inauguração da estrada, era apenas um distrito, esquecido pelo município de Santos, e do qual só depois de alguns anos se emancipou.
Mais tempo
Mudar-se para Bertioga e visitar Mogi a cada semana ou 15 dias foi a alternativa encontrada pela atual secretária de Saúde de Bertioga, a mogiana Rebeca Barufi, para não ter de percorrer diariamente a rodovia Mogi-Bertioga indo e voltando do trabalho. No último final de semana, com o advento do Carnaval, ela estava trablhando em Bertioga quando tomou conhecimento da interdição da estrada. “Médicos e outras pessoas que moram em Mogi e trabalham na Baixada terão de levantar mais cedo para utilizar o Sistema Anchieta-Imigrantes, o que aumenta o tempo de viagem em duas ou três horas, mais ou menos”, disse ela à coluna, com a experiência de quem já teve de se valer desse expediente, durante outra interdição da rodovia.
Na Baixada
Pressionado, principalmente, pela alta nos preços dos combustíveis, quem também trocou Mogi por Bertioga foi o atual chefe do Setor de Pessoas com Deficiência da Prefeitura, Lucian Guedes. Ele não precisa mais utilizar diariamente a Mogi-Bertioga, mas no último domingo enfrentava outro problema. Em visita ao Guarujá, ele não tinha como retornar para Bertioga em razão de uma queda de barreira que havia interditado a Rio-Santos, no trecho da subida do Iriri, localizado entre as duas cidades.
Senta e espera
Este jornal deu destaque, na tarde desta segunda-feira (20) a uma preocupante declaração do governador do Estado Tarcísio de Freitas (Republicanos), em São Sebastião, no Litoral Norte. Ele garantiu que a recuperação da Mogi-Bertioga vai demorar a ser feita. E aí fica pergunta: se a reabertura do Pronto-Socorro do Hospital Luzia de Pinho Melo, prometida por ele para o primeiro dia de seu governo, até hoje ainda não aconteceu, quanto tempo deverá levar para a rodovia voltar a ser totalmente liberada ao tráfego?
Big Brother
Buscando garantir maior segurança para a área central de Mogi, o Sindicato do Comércio Varejista e o Clube de Dirigentes Lojistas (CDL), em parceria com a iniciativa privada, iniciaram a instalação de câmeras em diferentes pontos de áreas comerciais da cidade. O trabalho começou com 12, mas até o final do mês, o número de câmeras deverá ser duplicado. Objetivo é reduzir o número de furtos e roubos que vem ocorrendo em diferentes pontos do setor comercial.
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