Mogi-Bertioga foi decidida com um murro dado pelo prefeito Waldemar em reunião com Maluf
O ex-taxista Sidnei Amo Sanches e o ex-prefeito Waldemar Costa Filhose conheceram por intermédio de um amigo comum, Alberto Jungers, irmão do ex-prefeito Rodolgo Jungers, na década de 60. A família de Sanches era dona de uma pequena fazenda, em Luiz Carlos, que produzia leite, trazido por ele para Mogi e deixado do lado de […]
Reportagem de: O Diário
O ex-taxista Sidnei Amo Sanches e o ex-prefeito Waldemar Costa Filhose conheceram por intermédio de um amigo comum, Alberto Jungers, irmão do ex-prefeito Rodolgo Jungers, na década de 60.
A família de Sanches era dona de uma pequena fazenda, em Luiz Carlos, que produzia leite, trazido por ele para Mogi e deixado do lado de fora das janelas das residências, junto com o pão de cada dia, hábito impensável para os tempos atuais.
Sanches e Waldemar se tornaram amigosa partir do momento em que ele passou a entregar na casa do então chefe do Departamento de Pessoal da Mineração Geral do Brasil uma lta com três litros do melhor leite da fazenda, que tinham um destino especial: o filho Valdemar Costa Neto, o atual presidente nacional do PL, que precisava consumir um produto de qualidade especial por recomendação médica. “Eu arrumava a lata em separado, com leite tirado da melhor e mais bonita vaca da ordenha. Era leite para o Boy que, também por isso, cresceu forte e saudável”, relembra.
O tempo passou, Waldemar virou prefeito e Sanches trocou o volante do caminhão de entrega por um táxi, que passou a ser também, em algumas oportunidades, o veículo oficial do Município. Waldemar não gostava dos carros oficiais e, com isso, Sanches acabava participando de reuniões importantes, sempre que conduzia o “Tio”, como se refere ao amigo, até a Capital.
Uma delas, no Palácio dos Bandeiranes, nos tempos em que Paulo Maluf era governador, tratava de construção da Mogi-Bertioga. O governo era contra. O DER considerava inviável uma estrada “encaixada” na Serra do Mar, como pretendiam Waldemar e seus técnicos. O debate com os governistas e o prefeito foi esquentando, a discussão cada vez mais se acirrando e aumentando o consumo da água que servida em copos de cristal pelas serviçais do Palácio.
Sob o olhar silencioso do governador, Waldemar argumentava e era contestado, de pronto, pelos engenheiros do DER.
A temperatura subiu o suficiente para que o pior acontecesse, como relembrou Sanches a esta coluna, alguns anos atrás.
Na condição de testemunha ocular da história, Sanches lembrou que “o bate-boca chegou a um ponto em que o seu Waldemar deu um soco tão grande sobre a mesa de madeira, que os copos chegaram a a dançar sobre os pires, estrategicamente, por pouco não caindo e se quebrando. A turma do ‘deixa disso’ entrou em ação e ninguém falou mais nada. Nem o governador. Ele ganhou a parada no grito, ou melhor, com um murro na mesa!”
E o resultado?
“O resultado é que a Mogi-Bertioga saiu, filho”, disse Sanches, fazendo questão de completar, em seguida:
“Homem para brigar por Mogi como ele vai ser difícil aparecer de novo!”
Dinheiro curto
José Albuquerque Farias, o “Boca de Bacia”, figura famosa na Paraíba por suas tiradas geniais. Personagem folclórico da política de Campina Grande, gozava da intimidade de governadores e outros conhecidos nomes daquela época, na região Certa vez, o “Zeca”, como era mais conhecido, pegou um táxi, em Brasilia, para ir até a casa de Ronaldo Cunha Lima. Já em frente da casa, o taxista cobrou R$ 15. “Seca” só tinha R$ 10. Houve bate-boca e como não se chegou a um acordo, ele disparou: “Então dê R$ 5 de ré!” Uma outra vez, ele sempre “duro”, so tinha R$ 10. Pagou. E o motorista: “Cadê o resto?” “Zeca” não pensou duas vezes e lascou: “E por acaso eu vim sozinho? Vamos rachar a corrida!!!”