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Índice de suicídios entre policiais preocupa sindicato da categoria

Entidade que representa policiais civis do Estado de São Paulo pede informações sobre afastamentos e licenças médicas para cobrar providências junto ao governo paulista.

Darwin Valente
26/05/2023 às 07:06.
Atualizado em 26/05/2023 às 11:45

A presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado, Jaqueline Valadares, pede informações sobre afastamentos e licenças médicas na polícia (Divulgação)

O elevado índice de suicídios e de afastamento de policiais por doenças mentais, como depressão, Síndrome de Bournout e ansiedade começa a preocupar entidades ligadas ao setor que se mobilizam para exigir medidas da Secretaria de Estado da Segurança Pública. Recentemente, o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp) solicitou informações sobre licenças médicas de diversas carreiras, como delegados, investigadores, escrivães e outros, durante os últimos anos. Quer saber também que tipo de auxílio tem sido oferecido pelo Estado para tais casos.

Exemplos de problemas desse tipo não faltam, inclusive em Mogi das Cruzes e região do Alto Tietê.

Basta uma verificada no noticiário policial dos últimos tempos para se ter ideia da gravidade do problema. Ficou conhecido o caso de um sargento da Cavalaria da PM de São Paulo, que foi morto a tiros por um policial civil, em São José dos Campos, no Vale do Paraíba. Em outro episódio, dois PMs foram mortos num quartel  por um colega de trabalho, na cidade de Salto, no interior paulista. Dias depois, um policial civil matou quatro colegas numa delegacia do Ceará.

Para a presidente do Sindpesp, Jaqueline Valadares, as polícias Civil e Militar estão submetidas a altas doses de estresse no trabalho do dia a dia, o que pode elevar ainda mais as tensões e surgimento de doenças. Ela cita o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022, para mostrar que o número de suicídios entre policiais civis e militares no Brasil cresceu 55% entre 2020 e 2021. O estado de São Paulo concentra 23,7%, a maior parcela desses registros.

“No estado de São Paulo, policiais estão no limite do esgotamento mental provocado pelo estresse. E isso é resultado de uma série de fatores, como situação de trabalho precária, sobrecarga, pouco descanso e escalas exaustivas - uma vez que faltam 16 mil policiais na ativa - além de ausência de lazer e de convívio com a família, só para citarmos algumas questões”, lamenta Jacqueline.  

Para o Sindpesp, todos estes fatores podem estar potencializando o número de suicídios e de afastamento de policiais por motivos de doença mental, o que não pode ser negligenciado pelo poder público. Igualmente preocupante são os recentes ataques em Delegacias e em Batalhões do Brasil por parte de policiais - o que sinaliza descontrole e ausência de condições plenas para a atuação profissional. E é por conta disso que a entidade quer ter acesso aos números oficiais dos casos de depressão, ansiedade e de suicídios entre os policiais para exigir providências do governo.

“Precisamos abrir discussão quanto à temática e propor melhores políticas públicas de prevenção e de cuidado com a saúde mental da Polícia Civil. Do jeito que está, não pode ficar. Temos lutado, na qualidade de sindicato, por melhores condições de trabalho para o policial, o que incluiu estrutura e salário. Não será diferente quanto à saúde mental de nossos agentes”, garante a presidente.

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