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Governo Tarcísio insiste com pedágios e promete audiência pública em 20 dias

Secretário Rafael Benini, de Parcerias e Investimentos, visita o prefeito Caio Cunha e insiste na cobrança pelo uso da Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga.

Darwin Valente
03/08/2023 às 17:14.
Atualizado em 04/08/2023 às 07:21

Prefeito Caio Cunha faz cara de poucos amigos ao receber as notícias do secretário Rafael Benini e seus assessores sobre implantação de pedágios em Mogi (Foto: divulgação / PMMC)

Dentro dos próximos 20 dias, o governo estadual deverá realizar a audiência pública, em Mogi das Cruzes, para discutir o novo projeto de concessão de rodovias estaduais, que inclui a implantação de pedágios nas rodovias Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga. O anúncio foi feito pelo secretário de Estado, Rafael Benini, de Parcerias e Investimentos, durante visita ao prefeito Caio Cunha (PODE), na noite desta terça-feira (1º).

Diante do que ouviu dos representantes do governo, Caio concluiu que está na hora de unir a região, suas entidades e representantes políticos, especialmente deputados, para demonstrar ao governador Tarcísio de Freitas (REP), que o Alto Tietê não aceita a cobrança de pedágio num pequeno trecho de estrada, com menos de 10 km, entre Mogi e a Ayrton Senna.

Acompanhado de técnicos de sua pasta, o secretário detalhou os planos da atual administração que não agradaram nem um pouco ao prefeito mogiano, pois segundo ele, pouco diferem da proposta feita anteriormente pelos governos de João Doria e Rodrigo Garcia, do PSDB, que desistiram dela algum tempo antes das eleições passadas.

“Mudou muito pouco” – disse Caio, citando a troca de praças de cobrança por pórticos eletrônicos do sistema free flow como a principal alteração. Outro ponto que chamou a atenção do prefeito foi o plano de colocar um desses pórticos no acesso da rodovia Ayrton Senna para a Mogi-Dutra e outro próximo de Arujá. Isso significa que o motorista que viajar entre Mogi e São Paulo pela Presidente Dutra, será cobrado em três pontos, dois eletrônicos e no pedágio tradicional, nas proximidades de Itaquaquecetuba.

Segundo o prefeito, o secretário e assessores evitaram falar sobre valores, limitando-se a dizer, de modo genérico, que “será muito reduzido”.

Rafael Benini informou também que uma reunião programada para esta quinta-feira (3), em São Paulo, deveria concluir os detalhes da proposta que será apresentada durante a audiência pública em que o programa de concessões de rodovias da região para a iniciativa privada será debatido junto com os planos de cobrança pelo uso das estradas.

Segundo o secretário, a audiência será feita de forma híbrida, podendo ser acompanhada, de maneira presencial, no local onde ela for acontecer (ainda sem definição), ou por meio de internet, já que haverá transmissão ao vivo.

Mesmo admitindo o esforço do governo em dialogar sobre o assunto, bem diferente dos governos anteriores, o prefeito Caio Cunha ligou imediatamente para o prefeito de Arujá, Luís Antonio de Camargo (PSD) para informar sobre o pórtico de cobrança em seu município e convocá-lo para engrossar o movimento contrário à cobrança do pedágio.

O prefeito de Mogi acredita que será importante demonstrar a insatisfação da cidade e da região com a conduta do governo, durante a audiência pública, que acontecerá, conforme Benini, num prazo de 15 a 20 dias.

Os visitantes conversaram até mesmo sobre a substituição do regime de concessão pelo de parceria público-privada (PPP), para que o governo possa entrar com recurso para aliviar o valor da cobrança.

Os representantes do atual governo se mostram dispostos a conversar, mas não dão qualquer sinal de que poderão mudar de ideia em relação ao pedágio, que Tarcísio de Freitas garantiu que não seria instalado na região, durante a campanha passada para governador do Estado.

União - Diante de tudo isso, o prefeito de Mogi considera que, a partir desse momento, “é importante movimentar e mobilizar a sociedade civil, entidades e, principalmente, os representantes do setor político, em especial os deputados, para um posicionamento direto e uníssono contra o pedágio”.

Caio, no entanto, exorta a classe política a não se limitar a dizer simplesmente que é contra a cobrança nas rodovias da cidade e região, mas promover uma articulação mais próxima do governo do Estado de São Paulo.

“É importante reagir se posicionando e mostrando que não é somente Mogi, mas toda a região que sofrerá os efeitos dessa cobrança em sua economia. Por isso, é preciso o apoio da sociedade civil, entidades e representantes das cidades para um movimento igual ou maior que aquele feito durante os governos passados”, diz Caio.

Para ele, a mobilização deverá mostrar sua força já na audiência pública, com participação de prefeitos, vereadores e deputados. “Não adianta ir para a rede social é dizer que é contra o pedágio, mas se manifestar junto ao governo”, disse.

Caio disse que, ainda nesta quinta-feira iria para os prefeitos da região para que, juntos, pudessem decidir uma posição contrária  aos pedágios por meio do Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê, o Condemat. Ele também prometeu iniciar contatos com entidades e outras autoridades para “para lutar de todas as formas contra o pedágio”, disse ele.

  

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