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Governador ignora apelos de Mogi e avança com o projeto dos pedágios

Na véspera do último feriado, foi aprovada a modelagem final para o leilão do Lote Litoral, que irá privatizar e pedagiar, entre outras, as rodovias Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga

Darwin Valente
17/11/2023 às 07:04.
Atualizado em 17/11/2023 às 07:20

A ligação rodoviária Mogi das Cruzes-Bertioga há muito tempo necessita de duplicação, mas o governo de Tarcísio de Freitas lhe garante apenas pedágio (Arquivo O Diário)

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) prossegue ignorando completamente os apelos e protestos de Mogi das Cruzes e cidades do Alto Tietê contra a instalação de pedágios nas rodovias Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga, com parte de um projeto de privatização que deverá beneficiar, fundamentalmente, estradas que cortam a região da Baixada Santista.

Uma comprovação disso veio às vésperas do último feriado, quando, sem qualquer alarde, o governo de Tarcísio aprovou a modelagem final para o leilão de 213 km de rodovias do chamado Lote Litoral, mas que inclui as duas estradas construídas por Mogi das Cruzes, a serem pedagiadas para bancar, em especial, as obras viárias do Baixada Santista.

A aprovação aconteceu durante a 41ª reunião conjunta ordinária do Conselho Gestor do Programa de Parcerias Público-Privadas e o conselho diretor do Programa de Desestatização.

Em nota distribuída pelo Portal do Governo, Tarcísio demonstrou “plena confiança de que o leilão será bem sucedido” e que haverá “um grande ganhou para o Litoral e Alto Tietê”.

Para o Litoral, sem dúvida.

Ganhará obras de duplicação em trechos de importantes rodovias, enquanto para o Alto Tietê sobre a duplicação do pequeno trecho da Estrada do Pavan e promessas (eternas)de melhorias Mogi-Bertioga.

Duplicação do caminho para o mar?

Nem pensar, neste momento.

Mas os pedágios tudo indica que virão.

Com dois pontos na Mogi-Dutra, uma estrada de 18 km, bem próximos do pedágio já existente na rodovia Ayrton Senna, o que irá afetar ainda mais o bolso do motorista que vier a percorrer o trecho Mogi-São Paulo ou vice-versa..

Mas para quem estiver se dirigindo ao Litoral da Baixada Santista, haverá mais um ponto de cobrança na Mogi-Bertioga, além de outros nas rodovias praianas.

Diante de tudo isso, chega a ser impressionante o descaso com o que o governo do Estado continua tratando a população de Mogi, a mesma que depositou seu voto de confiança para a eleição de Tarcísio, especialmente depois que ele, de viva voz, em mais de uma visita a Mogi das Cruzes, durante a campanha eleitoral, garantiu, que não iria instalar pedágios, principalmente na Mogi-Dutra.

Em seu aparente surto de amnésia, o governador continua fazendo ouvidos de mercador para as pessoas, entidades e representantes de Mogi e região (deputados, prefeitos e vereadores), que continuam insistindo em demonstrar as perdas eternas que esses municípios terão de arcar com a cobrança pelo uso de duas das suas principais rodovias.

Como um trator, o governador segue adiante com seu projeto arrecadatório, sem dar bola aos pedidos e protestos vindos da região.

E que se danem os mogianos e seus vizinhos.

Afinal, quem ocupa o trono do Palácio dos Bandeirantes pode usar helicópteros e até ver, lá de cima, os veículos passando pelos pórticos de cobrança e enchendo as burras da concessionária que vencer a concorrência para administrar as estradas. 

Vias que custaram o suor e dinheiro de impostos dos mogianos, já que foram construídas pela Prefeitura, na época em que o prefeito era Waldemar Costa Filho.

É preciso lembrar, no entanto, que o governador que hoje não dá a mínima atenção aos pedidos da região, será o mesmo que daqui a alguns anos estará batendo à porta dos moradores do Alto Tietê para pedir votos à sua reeleição. Ou quem sabe, até para presidente da República.

Certamente, com novas promessas, como as que fez no passado e, até agora, também não cumpriu, como a reabertura do Pronto-Socorro do Hospital Luzia de Pinho Melo ou a extensão dos trens de subúrbio até César de Souza, ou Sabaúna.

Chegará, então, o momento em que o eleitor, já escaldado pelas faturas mensais dos pedágios, poderá dar sua resposta, simplesmente ignorando os pedidos de votos, assim como o político tem ignorado todos os apelos dos moradores de Mogi e região.

 Apelo de Salesópolis

A Câmara Municipal de Salesópolis acaba de aprovar uma moção de apelo ao presidente da Assembleia Legislativa e Cidadão Salesopolense, André do Prado (PL), para que interceda junto ao governo do Estado buscando impedir a instalação de pedágios nas rodovias Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga.

O documento assinado pelos dez vereadores da cidade atesta que a insistência da Artesp em cobrar pelo uso das rodovias “sempre foi recebida de forma negativa por toda a região, diante dos prejuízos a todas as cidades vizinhas, em especial as de menor porte, como Salesópolis”.

 Contra o pedágio

O documento da Câmara lembra que os moradores de Salesópolis que utilizam as rodovias para trabalhar ou estudar será prejudicados pelas medidas do governo estadual.

Os vereadores lembram ainda das dificuldades para se conseguir trabalho naquela cidade  em razão das restrições impostas pela legislação ambiente, necessitando viajar para obter serviços em outras cidades e até na Capital.

Além da nascente do rio Tietê, o município abriga ainda as barragens de Ponte Nova e Paraitinga, integrantes do Sistema Alto Tietê, que ajudam a controlar enchentes e também fornecem água para abastecimento da Capital e região metropolitana.

 Representação e protesto

Os vereadores de Salesópolis, “como lídimos representantes do povo salesopolense, não podem deixar de protestar contra a instalação de qualquer sistema de pedágio que impactará ainda mais na saúde financeira das famílias desta cidade”.

A Câmara acredita que intervenção de André do Prado seja um poderoso instrumento de pressão junto ao governo do Estado para impedir a vinda dos pedágios para Mogi, impactando as demais cidades da região.

 Reta da chegada

Inicialmente prevista para o dia 12 de dezembro, a eleição da Mesa Diretora da Câmara ingressa na reta final de negociações para a escolha do novo futuro presidente.

disputa que coloca em lados opostos os vereadores do PL, José Francimário Farofa (de oposição ao prefeito), e Clodoaldo de Moraes (pró-Caio Cunha), e tem ainda como outra virtual candidata a vereadora Fernanda Moreno (MDB), também da base de apoio do prefeito, já movimenta os bastidores da Câmara, como há muito tempo não se via.

 Preliminar

Um experiente político mogiano comparou a eleição da Mesa da Câmara a uma espécie de jogo preliminar de uma final de campeonato, que só acontecerá em outubro do próximo ano.

“Uma espécie de primeiro round de uma luta, onde o vencedor poderá sinalizar a força de cada um dos grupos políticos – PODE, de Caio Cunha e PL, de Valdemar Costa Neto”, disse o político.

A hora do primeiro confronto está se aproximando.

Vale esperar para ver quem sairá vencedor.

 Apoio

O virtual candidato a prefeito de Mogi pelo PL, João Bosco Camargo de Souza, disse à coluna que tem recebido incentivo direto do presidente de seu partido, Valdemar Costa Neto, para colocar nas ruas a sua provável campanha para prefeito de Mogi. Isso faz com que Bosco procure Valdemar antes de tomar qualquer medida ou atitude na fase atual do jogo político.

“Vai em frente”, teria lhe dito o presidente do partido, no mais recente encontro entre ambos.

 Segurança

O anúncio do prefeito Rodrigo Ashiuchi (PL) de que o governo do Estado autorizou a criação de uma Companhia de Ações Especiais da Polícia Militar (Caep), em Suzano, para promover o atendimento em todo o Alto Tietê, já tem reflexos na região.

Praticamente sepulta os planos de instalação, em Mogi, de um Batalhão de Ações Especiais da PM (Baep), a princípio cotado para funcionar num ponto do distrito de Jundiapeba, que também já está virando uma praça pública.

 Convenção

O presidente do Diretório Municipal do PSDB de Mogi, vereador Pedro Komura, ainda não decidiu se irá participar da Convenção Nacional tucana, programada para os dias 29 e 30 de novembro, em Brasília.

Cauteloso, Komura promete aguardar para ver o que vai acontecer com as disputas entre o candidato Eduardo Leite e os grupos de oposição à sua candidatura.

As divergências internas têm causado cisões dentro do partido, a ponto de a convenção estadual ter sido suspensa pelas brigas entre Marcos Vinholi (atual presidente do Sebrae) e Paulo Serra (prefeito de Santo André).

 Gastando saliva

O ex-prefeito e virtual candidato à Prefeitura de Mogi, Marcus Melo (sem partido), continua conversando muito antes de se definir por qual agremiação deverá concorrer novamente ao cargo, nas eleições de 2024.

Melo tem sido visto conversando com pessoas dos mais diferentes partidos.

Na verdade, por sua colocação nas pesquisas pré-eleitorais, o virtual concorrente ainda espera uma reavaliação de seu nome pelo grupo de Valdemar Costa Neto.

Mas se isso não acontecer, não será surpresa até se Melo voltar ao tucanato para concorrer à Prefeitura de Mogi por sua antiga legenda, o PSDB.

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