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Futuro da candidatura de Melo é incerto, após declarações de Valdemar

Declarações do presidente nacional do PL estreitaram por demais as chances de Marcos Damasio e Marcus Melo virem a disputar o cargo de prefeito de Mogi pelo grupo formado por PL e PSD.

Darwin Valente
06/06/2023 às 07:08.
Atualizado em 06/06/2023 às 08:35

Costa Neto concedeu entrevista na Câmara, antes do início da sessão solene que homenageou os 100 anos de nascimento de seu pai, Waldemar Costa Filho (Imagem: Divulgação - Diego Barbieri - CMMC)

A entrevista concedida pelo presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, na última sexta-feira (2) foi importante para se avaliar os rumos que poderá tomar a sucessão municipal de Mogi das Cruzes. Com uma franqueza que fez lembrar o seu pai, o ex-prefeito Waldemar Costa Filho, ele respondeu algumas indagações sobre a futura campanha, deixando claro que são extremamente difíceis as chances de pelo menos dois nomes que vinham se posicionando como virtuais candidatos do grupo político liderado por PL e PSD.

O deputado estadual, Marcos Damasio (PL), primeiro a manifestar seu interesse em sair candidato pelo partido, numa entrevista concedida a este jornal, foi também o primeiro a ser avaliado pelo presidente de seu partido que, de pronto respondeu negativamente ao ser questionado sobre as chances da candidatura do parlamentar:

“Não, o Damasio nasceu para ser legislador. Nasceu para o Legislativo”, garantiu Valdemar.

Quando indagado sobre Marcus Melo (PSDB), o presidente do PL falou sobre as qualidades e de sua amizade com o ex-prefeito, antes de atribuir ao “nosso pessoal” a decisão sobre a escolha, mas já afirmando:

“Gosto muito do Marcus Melo, mas acho difícil nosso pessoal dar apoio a ele”. E atribuiu tal a situação a “desentendimentos ocorridos durante a campanha eleitoral passada para a Prefeitura de Mogi.

Segundo Valdemar, o grupo tentou fazer algumas correções no rumo da campanha, quando as pesquisas indicavam uma possível derrota no segundo turno para Caio Cunha (PODE), o que acabou acontecendo.

“Ele não fez as mudanças sugeridas. Foi teimoso. Nós sabíamos que estávamos indo para o buraco, mas ele não atendeu a gente, não mudou os rumos. É muito difícil recuperar terreno perdido, mas Melo tem aparecido nas pesquisas; foi prefeito recentemente e continua lembrado, mas acho difícil que o nosso pessoal aceite”, disse ele.

Como a opinião de Valdemar é lei dentro do PL, não há como deixar de avaliar que as chances de Damasio e Melo são ínfimas dentro da aliança com o PSD.

Damasio é quem deve ter menos preocupação com tal situação, já que é detentor de um mandato de deputado que lhe garante presença na Alesp, pelo menos até 2026.

Já com Marcus Melo, a situação é diferente. Disposto a recuperar a cadeira de prefeito que ele deixou escapar para Caio Cunha no pleito passado, ele já se preparava para trocar o PSDB, que ele dirige na cidade, pelo PL, esperando ser o nome apoiado pelo grupo de Valdemar e Bertaiolli.

As declarações do presidente liberal, no entanto, caíram como uma ducha de água gelada sobre os planos de Melo que, a partir de agora, terá de se valer de algum plano B para concorrer novamente à Prefeitura com chances de se eleger.

Uma solução seria a candidatura pelo próprio PSDB. Outra, buscar um entendimento com Caio Cunha, o que será mais difícil, já que o atual prefeito jamais abriria a mão de se cabeça de chapa concorrendo à reeleição, o que deixaria Melo com uma possível candidatura a vice, algo que também não deverá lhe interessar.

Assim, o futuro político de Marcus Melo surgiu como uma grande incógnita, desde a última sexta-feira, neste jogo sucessório, cada dia mais marcado por fatos inesperados e surpreendentes. Vale aguardar as cenas do próximo capítulo.

Mais um candidato?

A festa pelo centenário de nascimento do ex-prefeito Waldemar Costa Filho, principal acontecimento político dos últimos tempos na cidade, ganhou um generoso espaço na edição impressa do Estadão, nesta segunda-feira (5). No texto, uma surpresa: o autor da proposta para a homenagem, vereador José Luiz Furtado (PSDB) aparece como mais um possível candidato na sucessão municipal de Mogi. Questionado pela coluna, ele foi enigmático: “Como disse no meu discurso, o sonho é pra ser sonhado... Sigo fazendo a lição de casa para estar preparado no momento certo!”, garantiu.

Marcando presença

Ao comparecer a sessão solene da última sexta-feira, o senador Marcos Pontes (PL), que não conheceu o homenageado, marcou alguns pontinhos para seus planos de concorrer à Prefeitura de São Paulo pelo partido de Valdemar. Este, por sinal, demonstrou conhecer até mesmo a família do senador, fazendo-lhes rasgados elogios. Ainda que o bolsonarismo esteja cada vez mais próximo de apoiar a reeleição do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), é certo que a vinda a Mogi e o discurso feito durante a solenidade, contaram importantes pontos para o astronauta no conceito de Valdemar.

Velhos amigos

No evento de sexta-feira, na Câmara, o encontro dos vices de Waldemar, Melquíades e Nobolo, além da presença do ex-prefeito Marcus Melo e sua mulher Karin (Imagem: Divulgação e Diego Barbieri/ Divulgação/ CMMC)

A sessão da última sexta-feira, na Câmara, foi também uma oportunidade para reencontro de velhos amigos, que não se viam havia algum tempo, ampliado por conta da pandemia de Covid-19. Os dois vices de Waldemar, Melquíades Machado Portela e Nobolo Mori foram dois que se confraternizaram, assim como o deputado Bertaiolli, Mara e os vereadores Edson Santos e Bi-Gêmeos conversaram com o empresário Henrique Borenstein, entre tantos outros.

No plenário da Câmara, os vereadores Edson Santos e Bi-Gêmeos, juntos com Mara e Marco Bertaiolli, e o empresário mogiano, Henrique Borenstein (Imagem: Diego Barbieri/ Divulgação/ CMMC)

Acessibilidade

Quem foi para as galerias superiores do plenário reclamou das dificuldades para acessar aquele ponto. Ontem, a coluna recebeu de um dos visitantes, recém-operado da coluna, a seguinte reclamação, que deve servir como referência para futuras reformas daquele espaço? “Prédio público com escada sem corrimão. Coitados dos idosos e das pessoas com problemas de mobilidade. Coitado também dos jovens que operaram a coluna três vezes...”

Candidato a prefeito

Uma revelação feita por Valdemar Costa Neto chamou a atenção de muita gente durante a sessão da Câmara. O liberal deu detalhes de um convite feito pelo então prefeito de São Paulo, Paulo Salim Maluf, ao então secretário municipal de Abastecimento da Prefeitura paulistana. Após ganhar as manchetes dos jornais fechando grandes hotéis e outras casas que apresentavam irregularidades em suas cozinhas, alimentos ou outras estruturas, Waldemar criou fama de linha dura e ganhou admiração dos paulistanos. Maluf queria, então, lançá-lo como candidato a prefeito de São Paulo, em sua sucessão. Waldemar não topou, de cara. O amigo insistiu: “Eu te elejo Waldemar; hoje aqui na cidade eu elejo até um poste”.  Maluf não conseguiu convencer Waldemar e elegeu mesmo um poste, o desconhecido Celso Pitta que acabou dando no que deu...

Moção de apelo

Usando como parâmetro a Câmara de Mogi, o vereador Claudio Ramos Moreira (PT) está propondo uma alteração no Regimento Interno da Câmara Municipal de Ferraz de Vasconcelos para que os legisladores daquela cidade sejam autorizados a apresentar moções de apelo. O petista já sabe até qual apelo que deverá fazer, caso sua ideia seja aceita: vai apelar ao governo paulista para que não leve adiante o prometido processo para privatização da CPTM. Ele também é contra a venda do que resta de capital estatal na Sabesp para a iniciativa privada, como também quer o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

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