Estevam Galvão deixa a Assembleia, mas não deve abandonar a política

Pela primeira vez, nas mais recentes legislaturas, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo não irá reempossar um de seus parlamentares politicamente mais ativos. Estevam Galvão de Oliveira (União Brasil), conhecido articulador de bastidores, não irá retornar para as atividades deste ano na Alesp, por uma decisão própria e não por eventual rejeição de seus eleitores.

Ao enfrentar um grave problema de saúde, no ano passado, o político de 80 anos decidiu não concorrer às eleições e encerrar sua carreira de deputado estadual, após haver sido, por mais de uma vez, vereador e prefeito de Suzano e também deputado federal. Ao todo, disputou 12 eleições e venceu 11, tendo sido ainda, durante uma década, o líder da bancada do DEM na Alesp, onde foi ainda segundo secretário e corregedor, o que demonstra muito bem a sua habilidade de político experiente.

Preocupado e sempre atento às questões da cidade de Suzano – onde ele, natural de Garça, no interior paulista, fez carreira –, Estevam sempre se alinhou às grandes reivindicações de Mogi e toda a região, como a oposição ao lixão da Queiroz Galvão e o pedágio na rodovia Mogi-Dutra, só para ficar em algumas mais recentes. Mas foram muitas mais.

De Mogi, recebeu o título de Cidadão Mogiano e, ao deixar a Assembleia, foi lembrado pela Câmara Municipal, nesta terça-feira (14), com um requerimento de votos de aplausos e congratulações de autoria do vereador Milton Lins da Silva, o Bi Gêmeos (PSD), aprovado por unanimidade, e consignado na ata daquela sessão legislativa.

O autor da homenagem propôs ainda, “como forma de gratidão e reconhecimento”, a confecção de uma placa de aço escovado, “com objetivo de honrar toda sua dedicação e comprometimento com a população da região do Alto Teitê e do Estado de São Paulo”.

Estevam está deixando a Alesp, mas é quase certo que não irá deixar a vida político-administrativa do Estado. Afinal, já circulam rumores entre políticos da região sobre um possível convite, esboçado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), para que ele venha ocupar algum cargo na estrutura do governo paulista.

Resta saber qual será o cargo e também se ele irá aceitar.

Tudo indica que sim, afinal, não dá para imaginar alguém, que passou a maior parte de sua vida envolvido com questões políticas e administrativas, vá vestir o pijama e ficar na sala de sua casa vendo televisão ou, simplesmente, o passar do tempo.

Plenamente lúcido e com vigor físico invejável para suas oito décadas de vida é quase certo que Estevam ainda terá muito que fazer pela frente, em favor da região aonde vive.

A região que aprendeu, sempre que chamada, a lhe retribuir com votos o trabalho por ele desempenhado.

E para um político, não pode haver algo mais gratificante do que tal reconhecimento.

 Posse em março

Uma “anormalidade”, verificada desde o final dos anos 60, pode estar muito próxima de ser corrigida. A posse dos deputados estaduais paulistas na metade do terceiro mês do ano nunca foi entendida pela maioria. Pois a data foi determinada na Constituição de 1967, outorgada pelo governo militar. Nesse dia tomavam posse o presidente da República e os governadores de Estado, que eram eleitos indiretamente, assim como os membros do Legislativo, escolhidos pelos eleitores. Pois a Constituição de 1988 estabeleceu o mês de janeiro para posse no Executivo e fevereiro, sempre no primeiro dia do mês, a investidura no Legislativo.

 Próxima do fim

O Estado de São Paulo deveria adotar a nova data, mas a questão foi parar no Supremo Tribunal Federal, onde os ministros  consideraram inconstitucional a diminuição de um mês e meio no mandato dos deputados da época. Determinaram que a pose continuasse ocorrendo em 15 de março. Tal discrepância só veio a ser solucionda em 2019, pela própria Alesp que, antecipadamente, reduziu o mandato dos deputados empossados nesta quarta-feira (15), que encerrarão suas atividades em 31 de janeiro de 2026. Com isso, a Alesp irá empossar seus parlamentares no dia 1º de fevereiro de 2027, junto com Senado, Câmara e demais assembleias do resto do País.

 Remoções

O procurador-geral do Trabalho, José de Lima Ramos Pereira, autorizou mudanças de comarcas de procuradores do Trabalho inscritos no concurso de remoção recentemente realizado pelo órgão. Segundo a decisão, o procurador Erik de Sousa Oliveira deverá trocar a Procuradoria de Mogi das Cruzes pela de Juazeiro, no Ceará. A mesma medida autoriza o procurador Hélio de Oliveira Cardoso Filho, do município de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, a ocupar idêntico cargo em Mogi das Cruzes.

 Em obras

A liberação, no último dia 7, do trecho da Mogi-Bertioga que afundou com o rompimento do sistema de drenagem, na altura do Km 82, não interrompeu a continuidade dos serviços de melhorias que o DER continua realizando naquele ponto da estrada.

Segundo informações do DER, as obras seguem sendo conduzidas pela Construtora Kamilos, devendo estar concluídas dentro de 180 dias, a contar do início dos trabalhos, ocorrido no dia 21 de fevereiro, dois dias após a tempestade que colaborou decisivamente para a interdição total da rodovia.

 Na Serra do Mar

Segundo informações solicitadas por esta coluna à Secretaria de Logística e Transportes do Estado, o DER está elaborando projeto de engenharia para reforço da cortina atirantada (contenção de encosta com tirantes que fixam o muro de concreto à rocha firme) existente e também para a construção de uma segunda cortina do mesmo tipo no local da erosão, naquele trecho da Serra do Mar.

 Alertas do DER

A empreiteira vem sinalizando o local das obras com placas de alertas e cones para conduzir o trânsito. O DER, entretanto, faz questão de alertar que “para evitar acidentes é importante respeitar as regras de trânsito , obedecer aos limites de velocidade e à sinalização existente.”      

Ainda segundo o departamento, “a Unidade Básica de Atendimento está monitorando a rodovia  24 horas por dia, ação que já realizada rotineiramente e reforçada a cada ocorrência de chuva mais forte”.