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Costa Neto enfrenta tempos difíceis no PL, com Bolsonaro

O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, tem motivos de sobra para estar arrependido por ter levado para seu partido o atual presidente da República, Jair Messias Bolsonaro. Mesmo tendo conseguido eleger as maiores bancadas do Congresso Nacional (Câmara e Senado), o PL está enfrentando tempos difíceis por decidir cumprir certas exigências do grupo […]

13 de dezembro de 2022

Reportagem de: O Diário

O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, tem motivos de sobra para estar arrependido por ter levado para seu partido o atual presidente da República, Jair Messias Bolsonaro.

Mesmo tendo conseguido eleger as maiores bancadas do Congresso Nacional (Câmara e Senado), o PL está enfrentando tempos difíceis por decidir cumprir certas exigências do grupo mais radical do bolsonarismo que se instalou na legenda.

Foi por conta desses radicais e do próprio Bolsonaro, que o presidente se aventurou a questionar o resultado das eleições, apurado pelas urnas eletrônicas, que o bolsonarismo tanto odeia. Baseando-se unicamente no fato de as urnas mais antigas terem o mesmo número de série, o que não impedia a sua identificação – como ficou tecnicamente demonstrado –, Valdemar foi para cima do Tribunal Superior Eleitoral e acabou recebendo o duro fogo de encontro de seu presidente, o ministro Alexandre de Moraes, o qual, além de não aceitar os argumentos do autor do questionamento, respondeu à altura rejeitando o documento e ainda aplicando uma multa milionária que terá de ser paga com recursos do PL.

Afinal, os outros dois partidos que faziam parte da coligação que não conseguiu reeleger Bolsonaro, simplesmente pularam fora do barco liberal, alegando que não tinham sido consultados sobre o assunto.

Resultado de tudo isso: junto com uma enorme crise financeira instalada no cerne do partido, o PL ainda se vê diante de um Bolsonaro abatido e incapaz de se movimentar para tentar tirar o partido do atoleiro. 

Enquanto começa a faltar dinheiro para obrigações mais comezinhas da agremiação, o PL se vê diante de dificuldades até para honrar o prometido a Bolsonaro: salário mensal, palacete na região dos lagos, além de estrutura para representar o partido em viagens pelo interior do País, a partir do próximo ano.

Os apelos de Valdemar junto ao TSE tentando reverter a decisão não deram certo e, neste final de semana, a imprensa brasiliense chamou a atenção para uma suposta ação política de Valdemar para evitar a votação de um projeto que elevaria os proventos de juízes, promotores e procuradores, que chegaria, é claro, às folhas de pagamento dos ministros. 

A se confirmar tais informações, Valdemar decidiu aderir ao método bolsonarista de fazer política, ou seja, partindo diretamente para o confronto com seus adversários, algo que, definitivamente, não fazia parte do estilo pessoal do presidente do PL, desde os tempos em que brigava com o ministro Sergio Motta, ainda no governo de FHC.

E em meio a todo esse clima desfavorável, o partido se esquece do apoio dado pelo ex-ministro Sérgio Moro a Bolsonaro nos debates da televisão e parte para tentar ocupar o lugar de senador do Estado do Paraná, para o qual o ex-juiz havia sido eleito, nas eleições passadas.

Enfim, são situações que demonstram muito bem o momento de tensão vivido pelo partido, desde que a multa de R$ 22,9 milhões passou a ser cobrada de seu comando. E a partir daí permanece mais atual que nunca o ditado que afirma: “Casa onde falta pão, todo mundo briga e ninguém tem razão”.

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