Presidente do partido precisa entrar em cena para tentar controlar as divergências entre os deputados bolsonaristas que não costumam falar a mesma língua dentro da agremiação
Valdemar Costa Neto, presidente do PL, precisa usar muito jogo de cintura para contornar as divergências entre os grupos de adeptos de Bolsonaro no partido (Foto: divulgação / PL)
Não está sendo fácil para o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, conviver com as divergências cada vez mais evidentes dentro da verdadeira Torre de Babel em que se transformou seu partido após a filiação do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus seguidores, que não costumam falar a mesma língua.
Os últimos dias têm sido especialmente difíceis para o presidente liberal, principalmente depois que o Tribunal Superior Eleitoral decidiu tornar Bolsonaro inelegível por oito anos.
Com o ex-presidente da República sem condições de voltar a se candidatar em 2026, afloraram ainda mais as diferenças, especialmente entre integrantes dos grupos mais ou menos radicais da direita. Tudo isso ainda agravado pelos interesses que cercam o espólio político do presidente, que estará em jogo na futura eleição presidencial.
Em plena confusão provocada pela decisão do TSE, eis que surge a votação do projeto de reforma tributária, que novamente colocou fogo e expôs ainda mais os rachas internos do partido.
O mais grave de todos, sem dúvida, ficou evidenciado quando o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), eleito com apoio do bolsonarismo, foi a uma reunião do partido e defendeu o voto pró reforma. Foi contrariado pelo próprio Bolsonaro e vaiado pelos direitistas mais radicais, que não aceitam as mudanças sendo feitas sob a liderança de um partido de esquerda e, pior que isso, o partido do presidente Lula da Silva (PT).
Tarcísio ficou numa situação nada agradável e nada condizente com quem representava, naquele encontro, o comando do maior estado da Federação. Bolsonaro, depois da confusão armada, buscou se reaproximar de Tarcísio, mas o estrago já estava inquestionavelmente feito.
Após uma longa conversa entre os dois, sempre com a participação de Costa Neto, o assunto foi dado como contornado.
Só aparentemente, já que a exposição de Tarcísio àquela situação vexatória é difícil de ser esquecida da noite para o dia. Ou de uma semana para outra. Quem sabe, até mesmo em definitivo...
Não bastasse esse desencontro, eis que também foi tornada pública uma áspera discussão entre deputados que compõem a maior bancada da Câmara Federal na atualidade.
Novamente, os resquícios da votação da reforma tributária ainda causaram discórdia entre os liberais. Com o resultado de 70 votos contra e 20 favoráveis à reforma dentro partido, ficou evidente que quase um terço da bancada não seguiu as recomendações do partido de votar contra a reforma. Só que o PL não fechou questão sobre o assunto. O jornal O Globo publicou o bate-boca envolvendo os deputados Vinícius Gurgel, Júlia Zamalte, Carlos Jordy, Júnior Amaral, general Pazuello e André Fernandes.
O confronto chegou ao ponto de Fernandes se insurgir contra o fato de Gurgel ter se referido a ele como “amigo” na rede social. “Não me chame de amigo; não lhe dei tal liberdade!”- disse Fernandes, enquanto Gurgel o aconselhava a “ir viver em outro País”. Só para ficar nos menos constrangedores.
A discussão foi tão deprimente que depois da confusão , o líder do partido na Câmara, Altiveu Côrtes, decidiu bloquear o grupo na tarde do último domingo. E agora ninguém mais pode enviar mensagens de conversa por ali.
Um ato que contrasta até mesmo com a suposta linha de liberalidade defendida pelo partido.
Ou seja, enquanto tudo isso acontece, Valdemar fica em meio ao fogo cruzado tentando contornar os focos de incêndio que nascem aqui e ali, a toda hora. Além de ter de agradar a Bolsonaro, um fardo que já se provou difícil de ser carregado.
Uma árdua tarefa que o deputado da cidade precisa enfrentar para tentar manter a maioria de 90 deputados na Câmara, a maior do atual mandato. Para isso, vem colocando em prática todo o jogo de cintura que aprendeu e vem acumulando ao longo de seu tempo na política de Brasília. Mas o certo é que não está sendo fácil conciliar tantas línguas diferentes na atual Babel do PL.
Torre de Babel
Dizem os estudiosos que Torre de Babel foi uma construção mencionada em Gênesis, livro da Bíblia, e entendida como um mito (êpa!) e não como um evento factual. A história conta que tempos depois do dilúvio, um grupo de pessoas decidiu construir uma cidade e nela uma torre que alcançasse o céu. O objetivo era trazer fama à cidade e, com isso, evitar a dispersão dos homens pela Terra. Durante a construção, no entanto, Deus decidiu intervir, lançando o desentendimento entre os seres humanos, já que não falavam mais a mesma língua. As diversas línguas fizeram com que a construção da torre fosse interrompida, o que forçou a dispersão dos humanos pela Terra. Em tempo: qualquer semelhança com fatos da atualidade politica, em Brasília, pode ser considerada mera coincidência. Mas...
Rumores (1)
A semana começou com rumores circulando pelos meios políticos locais, dando conta de uma possível aproximação do ex-prefeito Marcus Melo (sem partido) com o PSB, do ex-vereador Chico Bezerra. Objetivo: sair candidato a prefeito, com o devido aval de Márcio França. O suposto acordo incluiria uma parcela poderosa do fundo partidário para ser usada na campanha do próximo ano na cidade.
Rumores (2)
Consultado pela coluna sobre tais comentários, o presidente municipal do PSB, Chico Bezerra, se mostrou surpreso e negou que tivesse conhecimento de qualquer entendimento com o virtual candidato à Prefeitura. Do Ceará, sua terra natal, onde se encontra desde a semana passada, Bezerra admitiu estar tentando filiar Benedito Rafael da Silva, para lançá-lo novamente candidato a prefeito de Salesópolis. Ainda sobre Marcus Melo, o presidente Bezerra fez questão de garantir: “Se ele quiser vir, será muito bem-vindo!”, assegurou.
Balanço
O presidente da Câmara de Mogi, vereador Marcos Furlan (PODE) se reúne com jornalistas, na próxima quinta-feira (13) para um balanço detalhado do trabalho legislativo durante o primeiro semestre deste ano. Furlan irá falar de projetos e outras aprovações feitas em plenário durante o período. Entre os projetos, o presidente deverá destacar aprovação de um empréstimo de US$ 50 milhões para melhorias na região Leste da cidade, na direção do distrito de César de Souza. E também a autorização para a Prefeitura outorgar concessão para criação, confecção, instalação e manutenção de estações de embarque e desembarque de paradas de ônibus, além de totens informativos sobre o serviço de transporte público em Mogi.
Sucessão
O presidente Furlan, certamente, não deverá escapar das inevitáveis perguntas sobre a sua sucessão no cargo, já que não poderá concorrer este ano por estar no segundo mandato consecutivo de presidente. Até semanas atrás, a disputa pelo cargo estava polarizada entre os vereadores Clodoaldo Aparecido de Moraes (PL), de situação, e José Francimário Vieira de Macedo , o Farofa, também do PL, de oposição. Se não houver surpresas e se não decidir ficar em cima do muro, Furlan, que é da base do prefeito no Legislativo, poderá anunciar seu apoio a Clodoaldo
Incômodo
As dores provocadas pela compressão do nervo ciático em sua coluna continuam incomodando o bispo diocesano de Mogi, dom Pedro Luiz Stringhini. Ele está tomando remédios e fazendo fisioterapia. Nos próximos dias, deverá submeter-se a uma ressonância magnética para que possa ser feita uma análise mais aprofundada de seu quadro pelos médicos.
Homilia sentado
Enquanto isso, dom Pedro vai realizando seus sermões, nas homilias das missas, sentado, como forma de evitar as dores. Não vai viajar para Portugal para a Jornada da Juventude com o papa Francisco, mas continua atuando na Diocese: no último final de semana, por exemplo, crismou perto de 90 católicos na cidade de Itaquaquecetuba.
Saúde dos servidores
A Notre Dame Intermédica Saúde foi a vencedora da licitação aberta pela Prefeitura de Mogi das Cruzes, na modalidade “pregão”, para prestação de serviços de assistência médica ao servidores municipais ativos, pensionistas e seus dependentes. O contrato firmado no final do mês passado terá validade de 12 meses, ao custo de R$ 45.858.129,00.
Carros elétricos (1)
O advogado Fred Nagib está sugerindo ao prefeito Caio Cunha (PODE), que adote em Mogi o mesmo tipo de incentivo ao uso do carro elétrico adotado pela Prefeitura de São Paulo. Lá, o prefeito está mantendo o benefício de restituir parte do IPVA para donos de carros elétricos ou movidos a hidrogênio, em 2023. Tal dinheiro pode ser usado para desconto no IPTU ou, alternativamente, a ser recebido em conta bancária.
Carros elétricos (2)
O decreto foi publicado nesta sexta-feira (16). O valor a ser restituído corresponde à quota-parte disponível do IPVA pertencente ao município, descontado o percentual destinado ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação (Fundeb). Para ter tal direito, o veículo deverá estar cadastrado no Renavam, com o código que indique uso de eletricidade ou gás hidrogênio como combustível, de forma exclusiva ou em associação com outros combustíveis.
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