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Bispo leva documento da CNBB a presidente da Assembleia

O bispo diocesano de Mogi das Cruzes, e presidente da Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Pedro Luiz Stringhini, foi o portador de uma carta da entidade, destinada ao presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, deputado Carlão Pignatari (PSDB). O documento assinado pelo presidente da CNBB, […]

18 de outubro de 2021

Reportagem de: O Diário

O bispo diocesano de Mogi das Cruzes, e presidente da Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Pedro Luiz Stringhini, foi o portador de uma carta da entidade, destinada ao presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, deputado Carlão Pignatari (PSDB).

O documento assinado pelo presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, e demais integrantes da diretoria, inicialmente, “rejeita fortemente as abomináveis agressões proferidas pelo deputado estadual Frederico D’Avila (PSL), no último dia 14 de outubro, da Tribuna da Assembleia Legislativa”. Com ódio descontrolado – diz o documento -, o parlamentar atacou o o papa Francisco, a CNBB, e dom Orlando Brandes, arcebispo de Aparecida. 

A CNBB diz que o parlamentar  “feriu e comprometeu a missão parlamentar”, o que exige “imediata e exemplar correção pelas instâncias competentes”.

No documento, o presidente afirma que durante toda a  sua historia de 69 anos, a CNBB jamais se acovardou diante das mais difíceis situações e jamais compactuou com atitudes violentas de quem quer que seja, nunca deixando se intimidar por isso. E que agora, “diante de um discurso medíocre e odioso, carente de lucidez, modelo de postura política abominável que precisa ser extirpada e judicialmente corrigida pelo bem da democracia brasileira, a CNBB, mais uma vez,  levanta sua voz”.

Além de prometer interpelar judicialmente o parlamentar, a CNBB também diz esperar do comando da Assembleia “medidas internas eficazes, legais e regimentais, para que esse ultrajante desrespeito seja reparado em proporção à sua gravidade – sinal de compromisso inarredável com a construção de uma sociedade democrática e civilizada”.

O pronunciamento que provocou a dura nota da CNBB foi feito pelo deputado bolsonarista Frederico D’Ávila, logo após o arcebispo de Aparecida haver dito que “para ser pátria amada, não pode ser pátria armada; para ser pátria amada, é preciso ser uma república sem mentira e sem fake news; pátria amada sem corrupção e pátria amada com fraternidade”.

Numa reação fora dos padrões éticos do parlamento, o deputado dirigiu-se aos bispos usando termos como “pedófilos e safados”, dizendo ainda que “a CNBB é um câncer a ser extirpado do Brasil”. Também referiu-se a dom Orlando e à CNBB como “gente nojenta e imunda” e ao encerrar seu discurso ainda usou o qualificativo “canalhas, canalhas”.

Neste final de semana, dom Pedro Stringhini emitiu uma nota que foi lida nas igrejas da Diocese de Mogi, onde questiona a explosão de ódio do deputado e assegura: “A Igreja não deixará de explicitar sua preocupação com os atuais rumos do País e de se solidarizar com os que sofrem a dor causada  pelos 600 mil mortos na pandemia, os 14 milhões de desempregados, os 19 milhões passando fome, a crescente inflação e os preços abusivos. Não deixará de anunciar o sonho de uma sociedade de fraternidade e de paz”. 

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