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Alto Tietê precisa recuperar a representatividade perdida

O alerta partiu do sociólogo e professor universitário, Afonso Pola, em entrevista à edição impressa deste jornal, no último sábado (8): a perda de deputados nas bancadas estadual e federal, durante as recentes eleições, deve levar os parlamentares eleitos e reeleitos, assim como toda a classe política do Alto Tietê, a uma reflexão mais séria […]

11 de outubro de 2022

Reportagem de: O Diário

O alerta partiu do sociólogo e professor universitário, Afonso Pola, em entrevista à edição impressa deste jornal, no último sábado (8): a perda de deputados nas bancadas estadual e federal, durante as recentes eleições, deve levar os parlamentares eleitos e reeleitos, assim como toda a classe política do Alto Tietê, a uma reflexão mais séria sobre os caminhos a serem tomados para aumentar a representatividade e, consequentemente, o poder de fogo da região junto aos governos do Estado e Federal.

Segundo avaliações feitas pelo sociólogo que vem, há tempos, acompanhando os resultados das eleições em Mogi e região, não existe, em todo o Alto Tietê, a cultura do voto preferencial nos chamados “candidatos da terra”. 

Na visão de Pola, os votos que elegeram parlamentares em eleições passadas simplesmente acompanharam os candidatos que, por sua vez, não conseguiram obter o apoio de novos eleitores dentro de sua área de atuação.

Assim, a região apenas manteve alguns medalhões, que souberam utilizar o mandato para manter ou ampliar a base regional e buscar novos apoios fora do Alto Tietê, mas faltaram votos para se eleger novos nomes para ampliar as bancadas, ou, no mínimo, suprir vagas abertas, por exemplo, com as saídas da Assembleia de Estevam Galvão (União), que desistiu de concorrer à reeleição, e de Rodrigo Gambale (PODE), que se candidatou e venceu a eleição para deputado federal. 

Assim, a região viu cair pela metade a sua representatividade junto ao governo estadual.

Na Câmara dos Deputados, a situação foi ainda pior, já que dois deputados – Katia Sastre (PL) e Roberto de Lucena (Republicanos) – simplesmente não conseguiram os votos suficientes para se reelegerem. E a lacuna representada por eles vai ficar aberta, em Brasília, assim como na Assembleia, em São Paulo.

Segundo Pola, é fundamental, a partir de agora, que ocorra uma maior articulação entre os eleitos e a classe política em geral para que venha a ocorrer uma atuação mais conjunta em relação a grandes temas de interesse regional, independentemente de partidos políticos, ideologias, ou algum outro eventual empecilho. 

O importante é obter conquistas para conscientizar a população da importância de se apoiar e votar nos candidatos locais.

Somente criando isso, que o sociólogo chama de “caldo de cultura”, é que o eleitor passará a pensar que é melhor votar nos candidatos de sua região, que poderão ajudá-lo na solução dos problemas regionais, do que em políticos de fora que, geralmente, costumam aparecer em épocas eleitorais unicamente para pedir votos. Ou, no máximo, fazer promessas que, invariavelmente, não são cumpridas.

A questão do voto em “candidatos da terra” já surtiu efeito no passado, quando Mogi e região tiveram sua maior representatividade, tanto na Assembleia como na Câmara dos Deputados. Lá pelos anos 80 e 90. 

A partir daí, sem ações que justificassem sua reeleição, muitos deputados foram perdendo suas vagas pelo caminho e nunca mais as recuperaram.

Um exemplo de articulação coletiva entre parlamentares vem, segundo o sociólogo, da região do ABC, onde desde os anos 80, os parlamentares de lá se unem para apresentar ou resolver questões de interesse regional e a formar a consciência da necessidade e da importância de se votar nos candidatos de lá, o que vem dando muito certo.

“Falta esse histórico em Mogi”, diz Pola, lembrando que o Condemat pode ter um importante papel nesse trabalho.

 

 

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