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HISTÓRIAS DA COPA

A Copa do Mundo e suas surpresas

‘Laranja Mecânica’, a favorita Holanda, perdeu em 74 na Alemanha; E o Brasil viveu a ‘Tragédia de Sarriá’, em 82, na Espanha

Andre Martinez
09/12/2022 às 17:04.
Atualizado em 10/12/2022 às 10:38

À esquerda, "Laranja Mecânica", seleção holandesa encantou o mundo com o conceito de futebol total, mas perdeu; À direita, "Tragédia de Sarriá", a seleção Canarinho, de Júnior, foi atropelada pela Itália do atacante Paolo Rossi (Imagem: Arquivo)

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HISTÓRIAS DA COPA

A Copa do Mundo e suas surpresas

‘Laranja Mecânica’, a favorita Holanda, perdeu em 74 na Alemanha; E o Brasil viveu a ‘Tragédia de Sarriá’, em 82, na Espanha

Andre Martinez
09/12/2022 às 17:04.
Atualizado em 10/12/2022 às 10:38

À esquerda, "Laranja Mecânica", seleção holandesa encantou o mundo com o conceito de futebol total, mas perdeu; À direita, "Tragédia de Sarriá", a seleção Canarinho, de Júnior, foi atropelada pela Itália do atacante Paolo Rossi (Imagem: Arquivo)

Desde 1930, na primeira Copa do Mundo no Uruguai, até a última, realizada em 2018 na Rússia, as grandes surpresas vêm acompanhado na história dos mundiais. Grandes seleções, com grandes jogadores, que encantaram o mundo, na hora da decisão, acabaram naufragando. 
A seleção da Hungria, por exemplo, onde brilhava a estrela Ferenc Puskas, encantou o mundo na Copa de 1954, na Suíça.

O time que tinha como base a equipe do Honved de Budapest, pentacampeão húngaro entre 1949 e 1955, um dos maiores times de todos os tempos,arrasava seus adversários com grandes goleadas. Na primeira fase do Mundial, venceu impiedosamente a Coréia do Sul por 9 x 0 e a Alemanha Ocidental por 8x3. Despachou o Brasil nas quartas de final e o Uruguai na semifinal, ambos vencidos por 4x2. Com um futebol envolvente, chegou com todos os méritos e favoritismos para a grande decisão contra a Alemanha Ocidental, no dia 4 de Julho de 1954, no estádio Wankdorf, em Berna. Após abrir 2 x 0 no placar, o time de Puskas, Czibor, Hidegkuti e companhia, inexplicavelmente parou na partida e viu os alemães virando o placar para 3x2, conquistando a Copa do Mundo pela primeira vez na história. A Hungria, de franca favorita ao título, terminava como vice campeã. Após esta final, a Hungria nunca mais chegou a uma decisão de Copa do Mundo.

Vinte anos depois, na Copa do Mundo da Alemanha Ocidental em 1974, foi a vez de surgir uma verdadeira revolução técnica e tática no futebol, a Holanda do técnico Rinus Mitchels, a chamada “Laranja Mecânica”. Com um futebol moderno, onde os jogadores não possuíam posição fixa dentro de campo, com todos atacando e defendendo em blocos, naquilo que ficou conhecido como “Futebol Total”, encantou o mundo. 

A equipe que tinha como base o Ajax de Amsterdã, campeão europeu em 1972, tinha como grande estrela o gênio Johan Cruijff, um dos maiores de todos os tempos. Na Copa, todos que passavam pelo caminho da Holanda caíam aos seus pés. O Brasil, por exemplo, então atual campeão do mundo, foi uma destas seleções. O Brasil comandado por Zagallo e já sem contar com Pelé, enfrentou os holandeses na fase de quartas de final, sendo derrotado por 2x0, dizendo adeus ao mundial e à chance do tetra, que demoraria vinte anos para chegar de fato. A Holanda chegou à decisão contra a Alemanha Ocidental, a dona da casa. Todos apontavam a “Laranja Mecânica” como a virtual campeã. Na decisão, realizada no dia 7 de julho de 1974 no estádio Olympiastadion, em Munique, a Holanda abriu o marcador com Neeskens cobrando pênalti. Mas a exemplo do que havia acontecido com a Hungria em 1954, após o gol a Holanda também parou em campo, melhor novamente para a então Alemanha Ocidental, que virou o placar e ficou com o seu segundo título mundial da história.  A “Laranja Mecânica” emperrou.

Em 1982, na Copa do Mundo da Espanha, a seleção brasileira comandada por Telê Santana mostrou um futebol genial. Comandada dentro de campo por craques como Júnior, Falcão, Sócrates, Cerezzo, Eder e Zico, o Brasil com um toque de bola magnífico e um jogo ofensivo, para muitos realizou o futebol mais lindo desde a seleção brasileira campeã na Copa do México em 70, a do tricampeonato. 

Nas quartas de final, em uma época pela qual as seleções disputavam a fase em triangulares, o Brasil já havia pulverizado a Argentina de Maradona por 3x1 e dependia de um empate contra a desacreditada Itália no dia 5 de julho de 1982 no estádio Sarriá em Barcelona para seguir rumo à semifinal da Copa. Não existia um só torcedor que não apontasse o Brasil como futuro campeão, o que representaria o tetracampeonato mundial para a seleção brasileira. A Itália havia se classificado para as quartas de final, em segundo lugar no seu grupo, atrás da Polônia, conquistando três empates. O Brasil era franco favorito, mas em um dia onde as coisas ocorreram fora do esperado, somado a um erro de Toninho Cerezzo em tentar cruzar uma bola rasteira na intermediária em uma saída de jogo, com um Paolo Rossi muito inspirado, fizeram com que o Brasil acabasse sendo derrotado por 3x2, com três gols de Paolo Rossi, que até então não havia marcado nenhum gol na Copa. 

De maior favorito, o Brasil se transformou em eliminado, naquele dia que para nós brasileiros ficou conhecido como “Tragédia do Sarriá.” A “Azzurra” seguiu na Copa, passou pela Polônia na semifinal e venceu a Alemanha na decisão, conquistando o seu tricampeonato mundial. O tetracampeonato da seleção canarinho, teve que esperar até 1994 na Copa do Mundo dos Estados Unidos para acontecer.
 

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