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MERCADO ACESO

Comércio de Mogi vive onda de abertura de supermercados e espera lojas populares

Com um estoque de 22 mil empregos, setor recebe investimentos em lojas e busca a qualificação do mogiano para a contratação de moradores da própria cidade

Eliane José
18/03/2023 às 07:16.
Atualizado em 19/03/2023 às 13:52

NOVIDADE - Fim do Makro e chegada da rede paranaense Muffato, além de outros investimentos, como o centro de compras do Shibata, aquecem as projeções do comércio mogiano (Crédito: Mariana Acioli)

Com um estoque de empregos diretos que alcança cerca de 22 mil postos, perdendo apenas para a área de serviços, com 55 mil carteiras assinadas em janeiro passado, a ampliação e chegada de lojas nos setores de supermercados e  vendas populares alimentam o vetor econômico que, se ainda não atingiu o mesmo patamar de uma década atrás, em 2012, busca se recuperar dos revezes da recessão de 2018 e pandemia. A roda engrenada por investimentos de fora e de grupos financeiros da própria cidade no passado recente (Shibata e Alabarce) ainda tem chão para girar - inclusive com novidade, como a possibilidade de Mogi das Cruzes também ter uma bandeira do Carrefour, como antecipa o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Mogi das Cruzes, Valterli Martinez.

“Esses grupos fazem uma completa varredura sobre o potencial, pesquisam e sabem o retorno que a cidade escolhida dará”, resume o comerciante, acrescentando que o desenvolvimento dos mercados (imobiliário, industrial, logística e serviços) tem apontado para a chegada de investimentos novos, na esteira da abertura do segundo shopping da cidade, o Patteo Urupema, na avenida Voluntário Fernando Pinheiro Franco.

Atacarejos e mercados como o Assaí, com três endereços na cidade, sendo que o último deles mantém cerca de 280 vagas, ou o paranaense Muffato, que se erguirá no prédio ocupado pelo Makro, ambos na região do novato e do antigo Mogilar, e o centro de compras que o grupo Shibata planeja para a Vila Industrial, nas dependências da unidade anterior, projetam a geração de emprego direto e indireto e de impostos. Também, como celebra o ex-vereador e atual secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Pedro Komura, favorece o morador da cidade, porque essa onda de inaugurações e expansões em polos descobertos por estas opções, como a margem da rodovia Mogi-Bertioga, que ganhou o Alabarce e lojas e serviços, esquenta a concorrência de preços, mesmo em um ambiente muito cartelizado. Trata-se de uma espécie de jogo, onde o consumidor que pesquisa e tem condições de ir atrás do menor preço, mesmo andando alguns quilômetros a mais, resulta em dividendo positivo quando se olha a conta final com a alimentação.

Se de um lado chega a ser palpável a lufada no setor de alimentação - um dos que mais cresceu na pandemia; de outro, as jogadas e percepção dos pequenos e médios comerciantes, com a valorização e o desbravamento de polos em regiões como César, Nova Mogilar, Rodeio, Centro, Braz Cubas e Jundiapeba, sustentam um palco promissor, porém, maculado por um preocupante flagrante do setor - a falta de mão de obra interessada no comércio que tem um salário médio entre R$ 1,4 mil a R$ 2,1 mil, mas pode chegar a R$ 5 mil e R$ 6 mil, com o pagamento de comissões por vendas.

“Nós sentimos que o mercado, que temia a chegada do novo governo, e isso aconteceria independentemente de quem fosse o presidente eleito, dá sinais de estabilização, mas ainda temos de esperar mais alguns meses para ter mais segurança”, analisa Martinez, sustentando, no entanto, um fator já observado no decorrer do ano passado: a reabertura de lojas fechadas durante 2020.

Ele lembra a pesquisa feita entre 2019 e 2021, no centro expandido de Mogi das Cruzes, quando a entidade contou o fechamento de mais de 400 lojas. No final de 2021, esse número era de 235 e, atualmente, ruas fortemente impactadas pela quebradeira no segmento, como a José Bonifácio, já exibem reabilitação dos pontos de aluguel.

Apesar disso, ainda há muitos outros fechados e a taxa de fechamento dos empreendimentos segue alta - não apenas na cidade.

Para Martinez, algumas mudanças na legislação municipal que regula a propaganda e o uso de fachadas dos comércios, a Mogi Mais Viva, trarão negócios populares de redes (na linha do Lojão do Brás, Torra-Torra) em breve. “A flexibilização estava levando esses comércios para cidades vizinhas. Esse setor popular terá novidades em breve”.

Para ele, o segundo shopping e a ampliação da Vila Helio, influenciarão a retomada e o crescimento de negócios naquela região. “O consumidor do shopping acaba conhecendo outras opções de compra, na região onde ele está instalado. Isso irá impactar nos negócios menores”.

A busca por locação, na região onde está chegando o centro de compras, já aqueceu, segundo acrescenta Pedro Komura. Ele lembra ainda que a geração de emprego direto e indireto no comércio da região central deverá impulsionar a economia, e os empregos indiretos.
Em janeiro, Mogi das Cruzes registrou um estoque de cerca de 106 mil empregos, segundo pesquisa do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). O comércio é o segundo maior gerador de emprego (22.896), atrás do de serviços (55.544). A indústria fica no terceiro lugar. 

“A cidade deve acompanhar um aumento de postos de emprego em áreas como logística e tecnologia da informação, TI (ainda neste ano, a Prefeitura planeja tirar o Polo Digital de César e levá-lo para o prédio II, da rua Francisco Franco, ao lado do novo shopping) e, com isso, os dois setores, comércio e serviços, terão demanda logo em seguida”, disse.

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