Um gestor sem empatia simplesmente resolve um problema proibindo algo. E cria outro problema
Local hoje é liberado para pedestres (Eisner Soares)
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Um gestor sem empatia simplesmente resolve um problema proibindo algo. E cria outro problema
Local hoje é liberado para pedestres (Eisner Soares)
Era uma empresa centenária. Prédio antigo, quase histórico. Elevador idem. Comportava três pessoas, no máximo. Certa vez entraram quatro funcionários de uma vez. Travou. Nada grave, mas teve que passar por uma breve manutenção.
O diretor da época, talvez com características parecidas com o da CPTM, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, determinou: "Proibido usar o elevador".
Caro leitor, se não entendeu a metáfora, explico: um bom gestor busca soluções criativas. Um gestor sem empatia simplesmente resolve o problema proibindo algo. Na tal empresa, seria mais trabalhoso, mas muito melhor, um trabalho junto aos funcionários, para que o elevador fosse usado de maneira correta.
Já pensou se todo gestor resolvesse resolver os problemas proibindo? Vamos pegar a área da saúde. Tem fila na UPA? Fecha a UPA. Resolvido. Acidente em uma estrada de pista única? Não, duplicar é caro. Vamos proibir o trânsito no local. Pronto.
Exageros à parte, é o que a faz a CPTM ao fechar a passagem de nível da rua Dr. Deodato Wertheimer, entre a região central e o Mogilar. O argumento é que sem a passagem dos pedestres, o intervalo dos trens entre Mogi e São Paulo vai diminuir
A decisão da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos é colocada em prática sem a construção da passarela, nem mesmo na rua Cabo Diogo Oliver. Milhares de pessoas, entre moradores, trabalhadores, consumidores e estudantes utilizam os dois caminhos desde 2016 quando foi entregue a primeira parte do Complexo Viário Jornalista Tirreno Da San Biagio.
Em editorial, O Diário já havia alertado para as reações populares. Dito e feito. Afinal, é o que merecem as decisões absurdas: protesto e manifestações.
Desde 2016 existe a promessa de se garantir a construção de um acesso apenas para os pedestres, já que a passagem subterrânea, pasmem, não conta com essa possiblidade. Mas, proibe-se e a questão está resolvida.
Não. A questão ainda não está resolvida. Autoridades políticas, comerciantes e até uma igreja entram nessa luta. Mogi já mostrou que tem força para brigar (vejam o exemplo do pedágio na Mogi-Dutra). E a briga vai ser boa, afinal, quando é para o bem de uma cidade e de sua gente, render-se jamais.
Enquanto isso, pobres gestores, o da CPTM e do elevador da empresa do começo do nosso texto. E pobres cidadãos, vítimas das decisões desses gestores.
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